CASO BATTISTI
Itália
insiste na revisão
da decisão
brasileira
Por Carlos
Fehlberg (*)
Área Cultural | Área Técnica |
Ciência
e Tecnologia
- Colunistas
- Cultura
e Lazer |
Aviação
Comercial -
Chat
- Downloads
- Economia |
Página Principal |
- I N T E L I G Ê N C I A P O L Í T I C A -
0 1 /
J A N E I R O / 2 0 0 9
CASO BATTISTI
Itália
insiste na revisão
da decisão
brasileira
Por Carlos
Fehlberg (*)
Decisão do Ministério da Justiça provoca reações do governo italiano
O embaixador do Brasil na Itália, Adhemar Bahadian, foi convidado
ontem pela chancelaria italiana para prestar esclarecimentos sobre a
decisão do ministro da Justiça, Tarso Genro, de conceder refúgio ao
escritor italiano Cesare Battisti, de 52 anos, condenado à prisão
perpétua por quatro homicídios cometidos entre 1977 e 1979.
Para o governo brasileiro, a Itália terá que
aceitar a concessão de asilo político ao ex-militante de esquerda Cesare
Battisti.
O Ministério das Relações Exteriores diz que o diplomata encaminhou ao Itamaraty as ponderações feitas pelo governo italiano, mas não revelou qual foi o posicionamento da Itália. Antes de chamar o embaixador brasileiro, o governo italiano tinha divulgado comunicado em que pedia ao presidente Lula revisão da decisão. Em São Paulo, o ministro da Justiça, Tarso Genro, disse ontem que concedeu o refúgio a Battisti com base em razões jurídicas e não por motivos políticos. "Estudei a fundo o processo e tomei uma decisão baseada em razões jurídicas, não políticas, como convém a um Estado de Direito", ressaltou, em entrevista. Para Tarso, Battisti não teve "o amplo direito à defesa" na Itália. "O Estado não pode julgar com preconceito, ele é um preso político, apesar das outras acusações", afirmou.
O ministro acrescentou que ainda cabe recurso judicial da decisão.
Cesare Battisti foi condenado à prisão perpétua por duas sentenças,
com processo de extradição passiva executória. A Itália alega que o
escritor é responsável por quatro homicídios entre 1977 e 1979, quando
era integrante do grupo Proletários Armados pelo Comunismo. A Justiça
italiana condenou-o à prisão perpétua. O governo da França, país onde
estava asilado, negou o pedido de extradição, mas Battisti fugiu. Ele
foi preso pela Polícia Federal, em março de 2007, no Rio de Janeiro, e
depois transferido para Brasília.
O governo italiano admite a possibilidade de recorrer no Supremo Tribunal Federal contra a decisão do ministro da Justiça, Tarso Genro. O anúncio é do ministro da Justiça da Itália, Angelino Alfano, afirmando que seu governo pensa em enviar uma "instância de reflexão" a Tarso para que reconsidere sua decisão sobre Battisti, detido no Rio de Janeiro em 2007. O ministro da Justiça da Itália afirmou que fará contato com seu colega brasileiro para "expressar a ele as razões da indignação das vítimas do terrorismo e das vítimas de Battisti, que foi condenado na Itália com critérios de absoluta garantia".
A primeira reação do governo italiano
foi convocar o embaixador brasileiro em Roma, Adhemar
Gabriel Bahadian, para expressar "sua queixa e
surpresa" por uma decisão contrária a uma anterior do Comitê
Nacional para os Refugiados, entidade vinculada ao Ministério da
Justiça brasileiro.
OBSERVAÇÃO: MATÉRIA EDITADA PELO PORTAL BRASIL.
(*) Carlos Fehlberg é colunista do site "Política para políticos".
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS
PROIBIDA A REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO PRÉVIA POR ESCRITO
Leia mais sobre política ==> CLIQUE AQUI
FALE CONOSCO ==> CLIQUE AQUI