Sou mulher e sou forte!
Sou mulher e tão frágil!
Em meu seio transporto o mundo
E não renego o profundo amor
e os sonhos que em mim habitam.
As dores que me sobrevêm
delas não fujo, é meu fado
ao meu peito aconchego os filhos
da alegria e do desespero,
alimento-me do produto de minha própria lida
tudo o que me vem às mãos
executo com destemor
e os espaços abrem-se por fim.
Do choro faço uma canção
E afago a face dos que necessitam
seja de um beijo ou um naco do meu pasto
seja de um eia! ou de um doce sussurro.
Minhas marcas ninguém vê
porque as trago no coração
ocultas e sossegadas
não murmuro e não faço alarde
sigo sem melindres e sem temor.
Oferto-te o meu peito, sacia a tua fome!
o meu corpo em sacrifício, liberta-te do medo!
Perdoo a injúria dos meus filhos,
dos meus homens,
minhas filhas, minhas vidas
porque de todos sou mãe.
Sou mulher! olhem-me nos olhos!
Creiam e não julguem!
Quem pode gerar a vida
E um homem trazer em si
há de ser afortunada e triunfar.
Não importam ideologias, credos, convicções!
Cá estou! Vem comigo! 

À mulher, esta intrigante criação de Deus
Às mulheres cujo sangue da ousadia irriga suas veias, sonham e realizam