Mal-acostumada

 senti a tua falta nesta madrugada.

Foi uma delas que me trouxe um presente,

 Você.

O que vou fazer quando não mais quiseres

quando não mais puderes

trocar palavras doces;

ter teus mimos, teus carinhos e

ouvir coisas de mulheres

faladas por homens

e meus beijos se dispersarem

porque não encontrarão pouso?

O que fazer quando te fores

e meus sussurros de amores

voarem perdidos

Porque não terei você

necessitado e aflito

do meu verbo enamorado.

O meu sorriso desfeito irá

derramar-se pelo canto da boca

porque não terei o teu como resposta;

minhas mãos soltas no ar

não poderão te alcançar

porque teu rosto amado será doce lembrança

e o meu peito desalentado

 pois não o poderás alimentar

da fome de você,

do teu cheiro imaginado

e do toque de tuas mãos.

Desconhecidas lágrimas

transformar-se-ão em rios

e não haverá mar para as receber.

Uma certa dor mudará as feições do meu rosto

e não terei você para me acalentar

com o aconchego de teus braços.

Só me restará o reencontro com a mulher

em seu eterno duelo consigo mesma para ser feliz.