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Governo planeja prévia entre aliados para evitar surpresa no TCU
Por Caio Junqueira (*)

Para evitar surpresas e retaliações na Câmara dos Deputados, o governo já apoia uma fórmula alternativa para os deputados escolherem o novo ministro do Tribunal de Contas da União. O plano é fazer uma eleição prévia apenas com deputados da base governista e ir com um nome consolidado ao plenário.

O que levou o governo a encampar a ideia é que ela afasta qualquer possibilidade de grupos de insatisfeitos - tanto pelo congelamento de liberação de emendas quanto com a lentidão na nomeação de cargos - revidarem mediante a eleição de um nome "independente" ou, pior, da oposição.

Nesse sentido, PT e PMDB já entraram em contato com os líderes de todas as legendas interessadas em ter candidatos para que, tão logo termine o recesso parlamentar, seja feita uma reunião para definir a metodologia da escolha.

"Esse modelo depende de que todos os partidos da base concordem, por isso é necessário submeter isso a todos eles", disse ontem o vice-líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ). Ele confirma a pré-candidatura de três nomes do seu partido e diz que, seja qual for o modelo, o PMDB terá candidato. "Estaremos na disputa com um candidato nosso, qualquer que seja a forma de escolha".

Para o líder do PT na Câmara, Paulo Teixeira (SP), o melhor critério de escolha é mesmo um debate prévio na base. "Nenhum partido isoladamente tem condições de eleger alguém. Por isso temos que ter um candidato de dentro da base."

Como os pemedebistas têm três pré-candidatos - Átila Lins (AM), Fátima Pelaes (AP) e Osmar Serraglio (PR) - e o PT tem um, Sérgio Carneiro (BA), as lideranças das duas maiores bancadas da Câmara começam também a considerar a hipótese de um acordo, nos moldes do que foi feito para eleger o deputado Marco Maia (PT-RS) presidente da Câmara e Henrique Alves (RN) seu sucessor para o biênio 2013-2014.

Nesse caso, um dos escolhidos pelas duas siglas assumiria o posto que o ministro do TCU Ubiratan Aguiar deixará vago no segundo semestre; e o outro teria preferência para escolher o sucessor ou do ministro Valmir Campelo, em outubro de 2014, ou de José Jorge, no mês seguinte. Nessas datas ambos completam 70 anos, terão obrigatoriamente de se aposentar e o Senado de escolher seus sucessores.

O problema, contudo, é quem cederia primeiro. Ainda mais que a próxima opção só seria feita no final do governo Dilma e durante um período eleitoral que sequer é possível prever que os dois partidos estarão juntos novamente. "Nós fechamos esse acordo, contanto que o PMDB fique com a primeira vaga. Já deixamos o PT exercer primeiro a presidência da Câmara", disse Eduardo Cunha.

Os outros partidos, porém, rejeitam a possibilidade de "cartas marcadas" na sucessão no TCU. Além dos três pemedebistas e do petista, há pré-candidatos do PP, Sandes Júnior (GO); do PR, José Rocha (BA) e Milton Monti (SP); do PSB, Ana Arraes (PE); do PDT, Damião Feliciano (PB); do PTB, Jovair Arantes (GO); e do PSC, Sérgio Brito (BA).

Desses, chama a atenção a movimentação da deputada Ana Arraes. Seu filho, o governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, tem buscado apoio principalmente entre governadores da oposição, como o de Minas, Antonio Anastasia (PSDB), e de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). Deputados desses Estados relatam que já foram sondados pelo governador para que votem em Ana Arraes. Jovair Arantes também é considerado forte.

A oposição, todavia, já faz circular como seu possível candidato o nome do deputado Fernando Francischini (PSDB-PR), um delegado da Polícia Federal com longo currículo dedicado a investigações e ao combate ao crime organizado.

Algo que, em se consolidando, poderia acender o sinal amarelo no Palácio do Planalto, tendo em vista que na última disputa a oposição conseguiu eleger seu candidato: Paulo Delgado (PT-MG) foi derrotado por Aroldo Cedraz (PFL-BA) por 171 votos a 148. Isso a despeito de todo o empenho do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com toda a força de uma reeleição recém conquistada. Um ano antes, Lula também já havia perdido a disputa. Augusto Nardes (PP-RS) bateu seu preferido, José Pimentel (PT-CE) por 203 a 137. O que, afinal, tem justificado toda a movimentação do governo para garantir um nome do seu agrado.

(*) Caio Junqueira é jornalista do Valor online, em Brasília, onde a matéria foi publicada originalmente.

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