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Brasil procura aproximação política com a Turquia
Por Fernando Exman (*)

Em meio a novos desdobramentos da crise financeira global, a presidente Dilma Rousseff visita ,dia 07 próximo, Ancara com o objetivo de aproximar politicamente o Brasil e a Turquia e, também, impulsionar parcerias na área econômica. Uma das missões da delegação brasileira é buscar as experiências de internacionalização de algumas empresas turcas, que em média estão se globalizando com maior velocidade do que o setor privado brasileiro.

Dilma levará em sua comitiva um grupo de empresários, que participará de um seminário ao lado de executivos turcos. Na avaliação do governo brasileiro, os setores com maior chance de sucesso no mercado da Turquia são os de biodiesel, combustíveis fósseis, aviação comercial, construção civil e de produtos químicos. O Brasil também quer vender aviões Super Tucano para a Força Aérea turca.

A ida de Dilma à Turquia em sua primeira viagem à Europa é vista como simbólica pelo governo, pois mostra que Dilma vê o país como um parceiro prioritário. Dilma já visitou Bruxelas, onde se encontrou com autoridades belgas e da União Europeia, e a Bulgária. Hoje, se reunirá com autoridades e empresários turcos em Ancara.

A presidente deve repetir a cobrança para que os líderes da União Europeia tomem decisões políticas coordenadas que reduzam os efeitos da crise financeira global. A Turquia tenta, até agora sem sucesso, ingressar na UE. Antes de voltar ao Brasil, a presidente seguirá para Istambul. Tomará café da manhã com o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, e deve fazer turismo.

Para o governo brasileiro, o mercado turco não é nada desprezível: a Turquia tem aproximadamente 80 milhões de habitantes e um Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 960,5 bilhões, de acordo com o critério de paridade de poder de compra (PPP). Além disso, Mercosul e Turquia já deram início a conversas sobre a assinatura de um acordo de livre comércio. "O comércio bilateral com a Turquia está aquém do ideal", lamentou uma fonte do Palácio do Planalto.

Nos primeiros oito meses de 2011, o Brasil obteve um superávit de US$ 467,72 milhões na balança comercial com a Turquia, resultado de US$ 1,05 bilhão em exportações e US$ 585,46 milhões em importações. Já o saldo positivo obtido em 2010 foi de US$ 377,71 milhões. Os principais produtos brasileiros embarcados à Turquia entre janeiro e agosto deste ano foram minério de ferro, soja, trigo, algodão, café, ferro fundido bruto e fumo. Já os principais produtos importados pelo Brasil da Turquia foram autopeças, barras de ferro ou aço, fio de fibras artificiais, veículos automotivos para transporte de mais de dez pessoas, fertilizantes e cimento.

O Brasil também quer estreitar as relações políticas com a Turquia, uma democracia formada majoritariamente por muçulmanos, localizada entre a Europa ocidental e a Ásia. O Itamaraty e o Palácio do Planalto consideram a Turquia um interlocutor estratégico para temas como a Primavera Árabe, problemas em países localizados no norte da África e a questão entre israelenses e palestinos.

Não bastasse, a Turquia, assim como o Brasil, tenta projetar sua política externa para além das fronteiras de sua região. Em 2010, numa iniciativa conjunta, Brasil e Turquia buscaram um acordo com Teerã para tentar frear o programa nuclear iraniano. A negociação foi criticada pelas potências ocidentais, e acabou não prosperando. Em recente reunião na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), no entanto, autoridades brasileiras e turcas voltaram a concordar que a ideia foi um passo na direção correta, uma vez que as sanções impostas pela comunidade internacional ao Irã tampouco deram resultados positivos. O encontro ocorreu à margem da Assembleia-Geral da ONU, em Nova York. "Há um renovado desejo e compromisso para trabalhar naquela região", disse um diplomata brasileiro.

Luiz Inácio Lula da Silva foi o primeiro presidente brasileiro a visitar a Turquia, em 2009. O ex-chanceler Celso Amorim foi duas vezes ao país e o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, já visitou Ancara uma vez neste primeiro ano da administração de Dilma Rousseff.
FONTE: Valor Online (Matéria editada e suprimida, em parte).


(*) Fernando Exman
escreveu essa matéria, originalmente, para o Valor Online.
 

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