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R E L I G I Ã O
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J A N E I R O / 2 0 1 1
UMA CRÔNICA SOBRE
DROGAS
Excepcionalmente por Fábio Tito (Brasília-DF)
1) Deixou a família, não quis ser médico, advogado, empresário, líder religioso, nada que conferisse status. Não teve casa, cama, quarto, profissão, dormia ao ermo, em cavernas, se alimentava de mel achado no campo e insetos, apresentava o perfil de um drogado, alguém que larga tudo pela droga.
Vivia como "Lucy in the Sky with Diamonds", a canção dos Beatles provavelmente alusiva ao LSD. Seria um dependente químico se não fosse João Batista, que segundo JESUS era o maior de todos os homens nascidos de mulher, o homem que precedeu e anunciou JESUS como milagre de DEUS, 100% homem e 100% DEUS, o DEUS homem.
Esse "drogado" que não era drogado largou tudo e mergulhou de cabeça em JESUS, aquele que preenche todo o universo com a própria existência, e assim sustenta as partículas subatômicas pelo poder da sua palavra, aquele que por sua vontade todas as coisas vieram a existir.
Parafraseando Beatles, viveu na Terra o "JESUS in the Sky with Diamonds", o chamado "reino de DEUS" acessível mediante o JESUS real e disponível a quem o quiser e o buscar de todo o coração, para trocar a "droga" e a "droga de vida" pela "vida em abundância".
Seu nome era "Johnny".
2) Foi por brincadeira de algum amigo bobão que ele resolveu experimentar.
Acendeu, puxou, prendeu e passou, como a música ensinava. "Que coisa ridícula, não tô sentindo nada", pensou. Se achou imune aos efeitos da baduba, e foi a mesma coisa na segunda vez que provou.
Na terceira, já se sentindo entendido, avisou logo: "essa parada não bate em mim, não!". Bateu. Minutos depois, quase sufocava de tanto rir, mas sem ter a mínima ideia do motivo. A perspectiva brincava com seus olhos, a língua tocava o céu da boca, apontando os mínimos detalhes, como uma lesma sentindo a superfície de um terreno irregular. Talvez na Lua.
Achou o máximo, pediu mais. Depois ficou curioso por outras sensações, o mercado de alucinógenos oferece tantas opções quantas o cliente quiser. Foi pulando de uma em uma, se lembra de coisas das quais se envergonha profundamente, e tem a sensação de que já não lembra de diversas outras coisas que não são muito diferentes.
A ficha caiu numa manhã de terça. A avó o encontrou babando no chão ao lado da privada, colher com restos de crack na mão estirada. Havia adormecido antes de terminar de derreter a pedra que injetaria no próprio braço. Ela olhou apenas, não disse nada.
Ele abriu um dos olhos vermelhos e a olhou de baixo, sentindo algo muito além da vergonha. A lágrima disse tudo, era parar ou decretar derrota. Ele decidiu parar.
3) Acordava de manhã e se impressionava com o gosto do pão, a viscosidade da manteiga, a suavidade do leite, o frescor do melão e a pujança do café.
Mal saia de casa, parava perdido ouvindo o canto dum pássaro que mal conhecia. Cada regorjeio era o recomeço do universo.
Era um alucinado, apreciador de pequenas coisas, alguém que nunca tomava a parte pelo todo, mas via o todo em cada recanto, admirava aquele que, segundo cria, criara a terra, o céu e as estrelas.
Seu nome, Enoque, o sétimo depois de Adão, o primeiro homem, em cuja genealogia se registrou: "andou Enoque com DEUS e já não era, porque DEUS o tomou para si".
Traduzindo, o alucinado apreciava tanto a criação que o CRIADOR disse algo como: quer saber, você aí, venha. E assim foi ao céu sem experimentar a morte, tal como o profeta Elias que viria milhares de anos depois, assunto ao céu numa carruagem de fogo.
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