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Rio
de Janeiro fica só na luta contra a "Lei do Petróleo"
Por Marcílio Novaes Maxxon (*)
O Rio de Janeiro acabou ficando sozinho na luta pela manutenção da atual
distribuição do dinheiro pago pelas empresas à União, aos Estados e aos
municípios, como compensação pela exploração do petróleo -
os royalties.
Antes contrários às
mudanças, deputados do Espírito Santo, segundo Estado no ranking dos que mais
recebem royalties - o Rio é o primeiro
-, já decidiram votar a favor do projeto.
Com isso, o relator do
projeto que modifica a Lei do Petróleo, Carlos Zarattini (PT-SP), espera que o
projeto seja aprovado ainda neste ano.
A questão, no entanto,
não deve se encerrar no Congresso. Zarattini prevê que o Rio vá ao Supremo
Tribunal Federal contra a decisão.
A maior reclamação do
Estado é que a redistribuição dos royalties leva em conta campos que já estão em
produção, ou seja, contratos em plena vigência, argumento considerado forte por
advogados do setor.
"É uma briga muito
boa porque o que se defende é a manutenção de contratos que já existem", diz
o advogado Carlos Maurício Maia Ribeiro, da Vieira Rezende.
A definição do sistema
de distribuição é fundamental para que se realizem novas licitações, que não
acontecem há quatro anos. A falta de leilões estrangula o crescimento da
extração do produto.
Na semana passada, o
ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, garantiu a realização da 11ª rodada
de licitação de áreas de petróleo e gás natural em maio de 2013, e o primeiro
leilão das áreas do pré-sal em novembro do mesmo ano, desde que a lei esteja
votada.
O QUE MUDA
O governo decidiu
alterar as regras do setor após a Petrobras descobrir petróleo abaixo da camada
de sal da costa brasileira, em 2007, em quantidade que pode ser suficiente para
multiplicar por quatro as reservas atuais.
Estados não produtores
pressionaram para receber mais royalties, incluindo no projeto áreas já
licitadas, além das que ainda serão exploradas, o que teve a oposição daqueles
onde há campos de petróleo.
Além dos royalties,
também se discutem mudanças no valor pago a mais por campos com alta
produtividade.
"Nós fomos ouvindo
as reivindicações de ambos os lados, procurando atender particularmente o Rio de
Janeiro e o Espírito Santo, que criticavam o ano base usado para o cálculo e
queriam garantia se a produção caísse", disse Zarattini.
Para resolver a
polêmica, o relator trocou o ano-base do projeto original de 2010 para 2011, ano
de maior arrecadação de royalties (R$ 12,9 bilhões).
Além disso, garantiu
aos Estados produtores, que costumam atrelar a arrecadação ao Orçamento, que a
receita não cairia mesmo se a produção diminuísse.
De acordo com o
deputado Paulo Foletto (PSB-ES), depois de muitas conversas com o relator, os
dez representantes do Espírito Santo na Câmara aceitaram o texto.
A taxa cobrada para
contratos de concessão continuará em 10%. Para os contratos de partilha,
referentes às áreas do pré-sal, em 15%. Os índices da redistribuição ainda estão
sendo fechados.
Líder da bancada
fluminense na Câmara, Hugo Leal (PSC-RJ) já admite que a briga terá que ser na
Justiça, "se o governo do Estado do Rio de Janeiro entender assim".
A assessoria do
governador Sérgio Cabral informou que ele não comentaria o assunto.
FONTES: Folha de São Paulo /
Conpetro.
(*) O Dr. Marcílio Novaes Maxxon é presidente da Confederação Nacional do Petróleo, Gás Natural, Biocombustíveis e Energias Renováveis - CONPETRO - www.conpetro.com.br.
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