E tive medo. Medo do mundo e da vida
Da vida que logo passa
E dos que passam por ela.
Quantos homens, quantas almas,
Quantas janelas.
Espiam o caminhar dos homens
Que passam e se vão.
Espiam os celerados
Que criam vidas e não as amam
Que fabricam bandidos, loucos,
sofredores
desalmados e desamores.
Criam grandes homens
Grandes mulheres,
Alegres, tristes, sensíveis
Geniais e esquecidos
Pior, despercebidos
E raramente reconhecidos
Em vida ou após a morte.
Aqui jaz uma alma linda e doce
que passou pela vida sofrida.
Foi-se!
Não se regalou dos amores
e do reconhecimento.
Jaz agora sob o cimento.
Quem lhes dirá?