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Não há escolha, estamos indo, caminhamos para a
finitude
Sabemos disto, mas quem quer considerar?
Antes abstrair, alienar.
A questão não está no fim,
dado que estamos inexoravelmente sentenciados.
A tragédia está em perder-se pelo caminho,
arruinar o que a duras penas foi delineado,
desgarrar-se do que foi cultivado, dia após dia, ano após ano. O abrigo
de segurança, amparo e esperança, guarida certa,
ninho quente e aconchego, longe dos perigos, livre do medo.
A Família
que em dado momento se desfaz.
Alguém quebrou os pactos, excluiu a paz,
cortaram-se os laços, alegria não existe mais,
as brincadeira ficaram no passado, coração dilacerado
de quem acreditou.
Só que o tempo impassível prossegue, e nele não há clemência
e quando rever, é possível, nos “outdoors” da ausência
o rosto daqueles que um tempo partilharam gargalhadas,
sofreram juntos açoites,
na luta cotidiana e quando descia a noite
contavam estrelas encantadas, milhares sob o céu.
Hoje os semblantes mudados, entretanto reconhecíveis
após o tempo decorrido e há muito separados, os trejeitos do passado
faz identificar as feições.
Não são os rostos de outrora, mas carregam bem marcados,
Traços do pai e da mãe.
Melancolia e desgosto, saudade de um ciclo singelo
Quem foi que os desagregou? Despedaçaram os elos?
A teimosia, o desamor, o egoísmo, a arrogância,
a miséria da ignorância que não busca a sabedoria,
a presunção, a intolerância se revelaram
maior
do que a verdade, o princípio, a amizade e o amor. |