Nesta sexta-feira, CBF anuncia Arthur Elias como novo técnico da Seleção Feminina

Gabriela Sabino

Arthur Elias é o novo técnico da seleção brasileira feminina, o agora ex-treinador do Corinthians, foi anunciado nesta sexta-feira (1) pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) como novo comandante da equipe.

Arthur Elias chega para substituir Pia Sundhage, desligada após a eliminação na fase de grupos da Copa do Mundo deste ano, e deve estrear na próxima data Fifa de setembro.

“Me sinto muito realizado por esse cargo. Tenho certeza que a gente vai conseguir, em pouco tempo, mudar a mentalidade que nós temos aqui na seleção brasileira e dentro do futebol feminino no Brasil. Isso é uma missão que eu tenho. Dentro dessa missão é trazer resultado a curto prazo, já nos Jogos Olímpicos (em 2024). A seleção brasileira precisa voltar a ser protagonista mundial e vejo que posso contribuir para esse objetivo. E que a gente chegue ao final desse ciclo com um futebol feminino muito mais forte”, exaltou Arthur, em suas primeiras palavras como técnico do Brasil feminino.

Rosana Augusto, ex-Red Bull Bragantino, vai assumir a Seleção sub-20. O cargo ficou vago após a saída de Jonas Urias. As categorias sub-15 e sub-17 serão comandadas por Simone Jatobá.

Rosana inclusive foi uma das três profissionais entrevistadas pela CBF para assumir a Seleção principal. Emily Lima, técnica da seleção peruana, também participou da rodada de entrevistas com o presidente Ednaldo Rodrigues. Assim como Arthur Elias.

Primeira convocação

Em um movimento inédito da CBF, o novo treinador da já fez sua primeira convocação. As 30 jogadoras chamadas por Arthur Elias vão se apresentar em setembro.

Goleiras:

  • Letícia (Corinthians),
  • Luciana (Ferroviaria),
  • Camila (Santos) e
  • Kemelli (Corinthians);

Zagueiras:

  • Rafaelle (Orlando Pride),
  • Tainara (Bayern de Munique),
  • Kethlen (Real Madrid) e
  • Antônia (Levante);

Laterais:

  • Tamires (Corinthians),
  • Yasmin (Corinthians),
  • Katiuscia (Corinthians) e
  • Bruninha (Gotham FC);

Meias:

  • Ary Borges (Racing Louisville),
  • Luana (Corinthians),
  • Duda (Corinthians),
  • Angelina (OL Reign),
  • Ana Vitória (PSG) e
  • Brena (Santos);

Atacantes:

  • Kerolin (North Carolina Courage),
  • Debinha (Kansas City),
  • Bia Zaneratto (Palmeiras),
  • Geyse (Manchester United),
  • Nicole (Benfica),
  • Gabi Portilho (Corinthians),
  • Jheniffer (Corinthians),
  • Eudimilla (Ferroviária),
  • Amanda (Palmeiras),
  • Adriana (Orlando Pride),
  • Marta (Orlando Pride) e
  • Cristiane (Santos).

Arthur Elias

Arthur Elias dedicou a carreira de treinador ao futebol feminino. Aos 42 anos, este paulistano trabalhou no Nacional-AC (2009 a 2010) e no Centro Olímpico de São Paulo (2010 a 2015), clube no qual também atuou como supervisor de futebol.

A partir de 2016, quando chegou ao Audax/Corinthians, a carreira decolou de vez. Primeiro na parceria e depois apenas representando o clube alvinegro, Arthur assinou o comando da equipe mais vitoriosa do futebol feminino nacional.

Pelo Corinthians, Arthur guiou o time às conquistas de duas Libertadores (2019 e 2021), quatro Campeonatos Brasileiros (2018, 2020, 2021 e 2022), três Paulistas (2019, 2020 e 2021), duas Supercopas do Brasil (2022 e 2023) e uma Copa Paulista (2022).

O trabalho no feminino do Corinthians credenciou Arthur a ser o substituto natural de Pia. A CBF consultou o presidente corintiano Duílio Monteiro Alves, que deu aval para a entidade máxima do futebol brasileiro abrir conversa para o treinador assumir a seleção no novo ciclo.

Pia Sundhage

A saída de Pia Sundhage não surpreendeu diante da atuação apática da seleção feminina na Copa do Mundo, especialmente no jogo contra a Jamaica. No decisivo confronto, o time não saiu do 0 a 0 e voltou a ser eliminado na fase de grupos após quase três décadas.

Ednaldo Rodrigues, presidente da entidade, reprovou a atuação pouco criativa da seleção e se irritou com a postura da sueca, que adotou um tom “blasé” na beira do gramado enquanto o Brasil era eliminado do Mundial disputado na Oceania.

O presidente aguardou algumas semanas para tomar uma decisão, mas a saída de Pia era tratado como algo provável desde a despedida do Brasil no Mundial. A confirmação veio na última quarta-feira, em comunicado divulgado pela CBF.

Pia comandou a seleção feminina em 57 jogos disputados, 34 vitórias, dez derrotas e 13 empates. A sueca possuía contrato até o fim dos Jogos Olímpicos de Paris, porém teve o fim do compromisso antecipado diante da participação ruim na Copa.