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ATUALIZAÇÕES QUINZENAIS

 

Fernando Toscano - Editor-Chefe do Portal Brasil - www.portalbrasil.netTurismo Brasil - Parte I
Por Fernando Toscano (*)

A partir dessa coluna irei tratar detalhadamente do turismo no Brasil, estado por estado, destacando o que temos de melhor, o que temos a melhorar, as perspectivas, a invasão estrangeira na aquisição de terrenos, casas, hotéis, pensões, vilas e restaurante, e a omissão do Estado brasileiro nessas questões. Antes porém, nessa chamada "Parte I", vamos analisar o contexto turístico do Brasil como um todo. Ao final dessas colunas sobre o turismo no Brasil, prevista para terminar na época da Copa do Mundo de 2014, teremos um panorama detalhado tanto para o turista brasileiro quanto para o turista estrangeiro. Será o maior apanhado turístico disponível na internet brasileira. Assim espero. Vamos lá então...

As principais entidades públicas que comandam e regulam o turismo no Brasil são o Ministério do Turismo - www.turismo.gov.br (chamado também de MTur) e, agora de nome novo, o Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur) - www.embratur.gov.br (ex-Empresa Brasileira de Turismo) - que é a autarquia especial do Ministério do Turismo responsável pela execução da Política Nacional de Turismo no que diz respeito a promoção, marketing e apoio à comercialização dos destinos, serviços e produtos turísticos brasileiros no mercado internacional - e ambos estão trabalhando bastante junto aos comitês organizadores da Copa das Confederações (2013), Copa do Mundo de Futebol (2014) e Olimpíadas (2016). No quesito esporte o Brasil passa a ser destaque mundial nos próximos anos e isso faz muito bem para o turismo, importante fonte de renda para um país e ainda bastante negligenciado no Brasil.

A Embratur foi criada em 18 de novembro de 1966, durante o governo do presidente Castelo Branco, sob o nome Empresa Brasileira de Turismo e o status de empresa estatal. Seu objetivo inicial era promover o desenvolvimento, a normalização e a regulamentação da atividade turística no Brasil. Em 2003, com a mudança de foco da autarquia para a promoção, o marketing e a comercialização, essas atribuições passaram a ser responsabilidade da Secretaria Nacional de Políticas de Turismo.

Centro de Convenções em Brasília (DF) - Foto/Crédito: Fernando Toscano (www.portalbrasil.net)O International Congress and Convention Association (ICCA) é a principal entidade de eventos do planeta e demonstrou que o Brasil galgou 12 posições em cinco anos em quantidade (não entramos, aqui, no mérito "qualidade") de eventos internacionais. Em 2011 o Brasil promoveu 304 eventos internacionais e ficou na 7ª posição mundial, atrás dos Estados Unidos (759), Alemanha (577), Espanha (463), Reino Unido (434), França (428) e Itália (363), e, à frente da China (302), Holanda (291) e Áustria (267). Entre todas as cidades das Américas, também em 2011, as cidades com maior quantidade de eventos internacionais foram, pela ordem: Buenos Aires (94), Rio de Janeiro (69), São Paulo (60), Vancouver (55), Cidade do México (51), Washington (51), Montreal (50), Santiago (49), Bogotá, Boston, Lima e Toronto (44 cada). Entre as cidades brasileiras, após Rio de Janeiro e São Paulo, são destaques Salvador (17 eventos internacionais), Brasília e Florianópolis (13 eventos internacionais cada). Isso demonstra que o país vem crescendo também aos olhos do mundo.

A Marca Brasil representa a imagem do turismo brasileiro e dos principais atributos de exportação do País no estrangeiro. O símbolo, que é o logotipo oficial da promoção do Brasil, foi incorporado em todos os programas de promoção, divulgação e de apoio à comercialização dos produtos, serviços e destinos turísticos brasileiros no mercado internacional. A marca é registrada e está sob a gestão da Embratur que é a responsável pela autorização do uso, a partir de normas preeestabelecidas no manual de aplicação.

A criação da Marca Brasil, feita a partir de um concurso nacional promovido em associação entre a Embratur e ADG (Associação de Designers Gráficos), contou ainda com a participação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Estrangeiro (MDIC). O designer Kiko Farkas, da Máquina Estúdio, foi o vencedor. A Marca Brasil foi criada sob a égide dos indicadores das pesquisas usadas para a composição do Plano Aquarela: o verde está associado com as florestas; o azul com o céu e com as águas; o amarelo com o Sol e a luminosidade; o vermelho e o laranja com as festas populares; e o branco com as manifestações religiosas e com a paz.

As ações da Embratur são orientadas pelo Plano Aquarela: Marketing Turístico Internacional. Lançado em 2005, ele orienta as estratégias e define os mercados prioritários de atuação segundo critérios como o volume atual de turistas que enviam e as receitas que geram no País, a acessibilidade aérea, marítima ou terrestre, as oportunidades de crescimento e as afinidades culturais.

O Plano Aquarela foi desenvolvido pela Embratur, sob coordenação do Ministério do Turismo brasileiro, e com a colaboração da empresa de consultoria internacional em turismo Chias Marketing. Baseado em um estudo conduzido em 18 países, o plano foi desenvolvido a partir de consultas tanto a profissionais de turismo quanto a consumidores. A pesquisa revelou que a natureza e a alegria do povo brasileiro são o que o País tem de mais positivo na visão do estrangeiro: 86% deles têm intenção de voltar e 99% recomendam o destino para outras pessoas. O Plano Aquarela define a promoção do Brasil no exterior por meio de cinco grandes segmentos: Sol e Praia, Ecoturismo e Aventura, Cultura, Esporte e Negócios, Eventos e Incentivos.

De acordo com a pesquisa Turista Atual, realizada em 2009 em 10 aeroportos brasileiros com turistas estrangeiros provenientes de 27 países, o reconhecimento espontâneo da Marca Brasil subiu de 11% em 2006 para 20% em 2009. Desde a sua criação, cerca de 1.600 empresas em mais de 20 países já solicitaram o uso da marca no seu material publicitário. Empresas de turismo, como a CVC, e companhias aéreas, como Varig (Gol) e TAM, aderiram à Marca Brasil, ao lado de empresas como a Grendene, Nestlé, Rosa Chá, Penalty e Mate Leão que usaram a Marca Brasil nos seus produtos para exportação.

O Brasil recebeu 5 milhões de turistas internacionais em 2008 que desembolsaram aqui algo próximo a US$ 5,8 bilhões - crescimento de 16,8% em relação a 2007. Cerca de 7% dos empregos diretos e indiretos no país vem do setor de turismo que contribui com, aproximadamente, 3,2% das receitas nacionais advindas da exportação de bens e serviços. O turismo interno, com mais de 50 milhões de turistas ativos em 2010, movimentou US$ 33 bilhões. Os países que mais contribuem com o volume de turistas trazidos ao Brasil são, pela ordem: Argentina, Estados Unidos, Itália, Alemanha, Chile, Portugal, Paraguai, França, Espanha, Uruguai, Reino Unido e Colômbia.

Belo Horizonte visto do bairro de Lourdes - Foto/Crédito: Fernando Toscano (www.portalbrasil.net)É interessante também analisar os destinos mais procurados, que variam bastante de acordo com o interesse do turista. São eles:

A lazer: Rio de Janeiro, Foz de Iguaçu, São Paulo, Florianópolis, Salvador, Balneário Camboriú, Fortaleza, Natal, Búzios e Manaus.
A negócios, eventos e convenções: São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Campinas, Brasília, Foz de Iguaçu, Salvador e Florianópolis.
Outros interesses diversos: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Foz de Iguaçu, Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre, Fortaleza e Brasília.

Uma comparação com os principais países da América do Sul (2009):

Chegadas Internacionais em número de turistas (em milhões): 1º) México (21,454); 2º) Brasil (4,802); 3º) Argentina (4,329); 4º) República Dominicana (3,992); 5º) Chile (2,750); 6º) Cuba (2,405); 7º) Peru (2,150); 8º) Uruguai (2,055); 9º) Costa Rica (1,923); 10º) Panamá (1,200).
Receita com turismo internacional (em US$ bilhões): 1º) México (11,275); 2º) Brasil (5,305); 3º) República Dominicana (4,065); 4º) Argentina (3,916); 5º) Cuba (2,080); 6º) Costa Rica (2,075), 7º) Peru (2,046); 8º) Chile (1,568); 9º) Panamá (1,483); e 10º) Uruguai (1,311).

Interessante ressaltar que os gastos per capita mudam um pouco o panorama. Vejamos o exemplo do México - que recebe muitos turistas norte-americanos porque são vizinhos e possui fácil acesso (inclusive por terra). O gasto per capita naquele país é bem inferior ao que se é desembolsado no Brasil. Também deve se considerar que o México, muito melhor preparado que o Brasil nesse segmento, possui opções mais baratas. A comparação fica assim: (gasto por capita, em US$): 1º) Panamá (US$ 1,235.83); 2º) Brasil (US$ 1,104.74); 3º) Costa Rica (U$S 1,079.04; 4º) República Dominicana (US$ 1,018.28); 5º) Peru (US$ 951.62); 6º) Argentina (US$ 904.59); 7º) Cuba (US$ 864.86); 8º) Uruguai (US$ 637.95); 9º) Chile (US$ 570,18) e 10º) México (US$ 525.54). O Brasil é um país maior e com maior opção, mas o México também é grande e nem por isso o faz estar bem classificado nesse tópico. Melhor para nós! Em 2010 o Brasil obteve uma receita cambial com turistas estrangeiros avaliado pelo MTur em US$ 5,701 bilhões e, em 2011, de US$ 6,555 bilhões, quando entraram, respectivamente, 5,2 e 5,4 milhões de turistas internacionais. O gasto per capita ficou em US$ 1,096.34 (2010) e US$ 1,213.88 (2011).

O Documento Referencial Turismo no Brasil 2011-2014 foi construído pelas principais entidades e lideranças do turismo nacional para apresentar uma avaliação sobre o dinamismo do setor dentro do ambiente econômico nacional e internacional e se antecipar aos principais desafios que a iniciativa pública e a privada terão para preparar o turismo brasileiro para a Copa do Mundo de 2014. O estudo aponta para a consolidação do turismo como produto de consumo do brasileiro. Estima que os desembarques domésticos saltem dos 56 milhões, registrados em 2009, para 73 milhões, em 2014. Projeta também a geração de 2 milhões de empregos formais e informais de 2010 a 2014. A entrada de divisas internacionais deverá crescer 55%, no mesmo período, subindo de R$ 6,3 bilhões para R$ 8,9 bilhões no ano de realização da Copa no Brasil.

A elaboração do documento foi coordenada por um Comitê Gestor, formado por representantes do Ministério do Turismo (MTur), Embratur, Conselho Nacional de Turismo e Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Estaduais de Turismo (Fornatur). O trabalho contou com apoio de consultores da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e utilizou indicadores do IBGE, Banco Central, Ministério do Trabalho e Emprego, Infraero, entre outros. Faça o download do documento aqui diretamente no Portal Brasil (3,6 Mb, em ".pdf").

Para contato com os principais órgãos gestores do Turismo no país anote (ou escreva-nos; estamos à disposição para colaborar!):

Ministério do Turismo
Esplanada dos Ministérios, Bloco "U" - 2º/3º andar - CEP 70065-900, Brasília - DF - Brasil.
Anexo ID - SCN Quadra 06, Bloco A, 12º andar - CEP 70716-900, Brasília - DF - Brasil.

Embratur
SCN Quadra 02 bloco G Ed. Embratur
CEP 70712-907, Brasília - DF - Brasil.

FONTES: Portal Brasil (www.portalbrasil.net), MTur, Embratur, ICCA, ABEOC, Wikipedia.
Na próxima quinzena daremos continuidade ao ora iniciado destacando a infraestrutura aeroportuária, portuária, rodoviárias e rodovias do país em detalhes.

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(*) Fernando Toscano é natural de Belo Horizonte (MG), reside em Brasília desde 1976, e é o editor do Portal Brasil. Seu currículo.

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