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de Empresas -
Junho /
2004
2ª quinzena - As
Grandes Dificuldades das Micro, Pequenas e Médias Empresas - Sistema de Gestão
1ª quinzena - O preconceito
As
Grandes Dificuldades das Micro, Pequenas e Médias Empresas
Sistema de Gestão
Pretendo a partir desta quinzena, abordar em capítulos, alguns tópicos de Gestão
Administrativa que considero importantes para o sucesso de um empreendimento.
Sem aprofundar muito no tema, pretendo abordá-los de maneira que seus preceitos
básicos sejam conhecidos e possam ser úteis no apoio a algum empreendimento,
pois, é alarmante o percentual de empresas, principalmente
micro e pequenas, que são engolidas pelo mercado, anualmente.
Pesquisa de Sobrevivência e Mortalidade das Empresas Paulistas de 1 a 5 anos,
divulgada pelo Sebrae-SP aponta que 31% das pequenas empresas quebram no
primeiro ano de atividade e, 60% em até cinco anos. A inexistência e a
fragilidade do planejamento, além dos problemas de gestão estão entre os
principais fatores deste alto nível de mortalidade empresarial.
Para o sucesso de qualquer empreendimento é necessário que o empreendedor
conheça de forma global o mercado no qual está inserido, acompanhe o
desempenho de sua empresa constantemente, verifique cada etapa e segmento da
cadeia produtiva e, analise, pondere e avalie freqüentemente, de forma
profissional, o relacionamento empresarial com clientes e fornecedores.
O empresário precisa saber o que está fazendo e, para isso, deve observar os números
da empresa, através dos indicadores financeiros. Esses indicadores fornecem um
check-up da saúde de seu empreendimento e, se necessário, indicam aonde se
deve atuar para sanar alguma dificuldade presente ou futura.
Caso o leitor necessite aprofundar-se no assunto e obter informações mais
detalhadas, esses tópicos estão expostos de forma objetiva e com linguagem de
fácil acesso no livro Manual das Micro, Pequenas e Médias Empresas – Editora
Papel & Virtual, que pode ser adquirido diretamente através do site
www.papelvirtual.com.br
– Gênero: Administração.
Recente pesquisa, disponibilizada no site do Sebrae-SP, mostra que uma grande
parte do empresariado encontra dificuldades em três áreas básicas da gestão
empresarial: parte financeira, marketing e aspectos jurídicos. Essas áreas são
distintas, porém se entrelaçam e se complementam para o sucesso do
empreendimento.
Os problemas financeiros podem acarretar problemas jurídicos e
vice-versa; os problemas de marketing podem levar a problemas financeiros e, a
escassez de recursos financeiros ocasiona problemas com o marketing das
empresas; os problemas com recursos humanos ocasionam problemas jurídicos e o
desconhecimento de mercado leva a perda de competitividade que, por sua vez,
reflete diretamente e de forma proporcional, na clientela, atingindo as receitas
do empreendimento.
Por ocasião do Planejamento é preciso ponderar todas essas variáveis e ter
uma visão estratégica do mercado.
A pesquisa realizada pelo Sebrae-SP foi realizada com empreendedores formais,
informais e candidatos a empreendedor e levou o nome de “Características dos
Empreendedores Formais e Informais do Estado de São Paulo”.
O estudo mostrou que empreendedores e candidatos a empreendedores têm
necessidade de informações e conhecimentos nos aspectos básicos da gestão
empresarial. Entre as necessidades detectadas, destacam-se:
ü
na área financeira - entre os quais custos, preços, fluxo de caixa e
margem de lucro;
ü
na área de relacionamento: recursos humanos, como conquistar clientes,
imagem da empresa e oportunidades de negócio.
Todos esses itens devem ser abordados por ocasião do planejamento estratégico.
Como a pesquisa mostra, não é de se estranhar o insucesso de tantos
empreendimentos. Na fase de planejamento o empreendedor tem que descobrir o
produto adequado, a forma de comercialização mais apropriada e conhecer melhor
o cliente e o mercado, para focalizar suas ações e concentrar seus esforços
de forma objetiva e prática.
Volto a afirmar que o Planejamento é fundamental para o sucesso de qualquer
empreendimento. O mercado, cada vez mais competitivo, exige do empreendedor e,
principalmente, de quem pretende entrar no mercado, uma postura mais técnica e
profissional.
Uma postura técnica e profissional preventiva é muito mais efetiva, viável e
menos dispendiosa do que uma ação corretiva. Além disso, uma ação corretiva
geralmente causa ansiedade, traumas à empresa e a seus colaboradores o que
torna a sua execução mais complexa.
Porém, geralmente, o empreendedor busca apoio técnico e profissional quando o
empreendimento está apresentando problemas consideráveis, dificultando, desta
forma, uma ação corretiva de fácil implantação e baixo custo.
Por essa razão, a partir da próxima quinzena, abordarei esses tópicos básicos
de Administração, sem muito aprofundamento, entretanto, de forma a dar uma
primeira noção ao empreendedor de como as técnicas de Administração podem
ajudar para o sucesso de seu empreendimento.
Liquidez;
Controle de Estoques;
Capital de Giro e Ciclos Operacional e
Financeiro;
Controle de Caixa;
Fluxo de Caixa; e,
A Importância de um bom Contador.
O
Preconceito
Acabei de ver e ouvir uma reportagem no telejornal sobre o preconceito que acontece por ocasião da busca por trabalho. O direcionamento da reportagem deixava clara a sua intenção de chamar a atenção do telespectador para o telejornal e para o problema racial.
Na mídia quando se fala de preconceito explora-se essa variância de preconceito: o preconceito racial.
Concordo em gênero, número e grau com os que pensam que o preconceito racial é um tipo de preconceito infundado, retrógrado, irracional e idiota. Em meu ponto de vista, em nosso País, de dimensões continentais, onde há uma miscigenação generalizada, não deveria existir o preconceito racial, mas, infelizmente, existe.
A população de nosso País é uma miscigenação de raças e, no fundo, todos nós temos um pouco do índio, do negro, do amarelo e do branco. Apenas uma minoria do povo brasileiro pode ser considerada como não miscigenada, não se justificando, portanto, a existência racional do preconceito racial pela coloração da pele.
A
definição de preconceito, conforme o Dicionário Aurélio é: 1. Conceito ou
opinião formados antecipadamente, sem maior ponderação ou conhecimento dos
fatos; idéia preconcebida. 2. Julgamento ou opinião formada sem se levar em
conta o fato que os conteste; prejuízo. 3.P. ext. Superstição, crendice;
prejuízo.
4.P. ext. Suspeita, intolerância, ódio irracional.
A ação caracterizada como preconceito supõe que o indivíduo exerceu ou exerce ato ou ação contra determinada pessoa ou contra algo (até objetos), movido, exclusivamente, por um preconceito, sem julgar outras qualificações ou outras informações.
Você já se perguntou porque não gosta de determinada fruta sem nunca tê-la experimentado? Pois é. Isso acontece.
No nosso dia a dia somos todos preconceituosos. De certa forma, exercemos nossos preconceitos para fazer nossas escolhas.
Escolhemos com quem queremos conversar, onde trabalhar (se existissem vagas para empregos), onde fazer compras, onde comer, onde sentar, que tipo de transporte utilizaremos, etc.
Desde bebês, aprendemos, com o paladar: a comparar o doce, o salgado, o azedo, o gostoso e o ruim; com a audição: a identificar e discernir sons, barulhos e vozes agradáveis e desagradáveis; com o olfato: a sentir aromas agradáveis e desagradáveis; com a visão: a enxergar o bonito e o feio e, com o tato: a identificarmos superfícies lisas, macias, ásperas, rígidas, etc.
Através dos cinco sentidos inerentes ao ser humano coletamos informações, processamos e, armazenamos em nosso banco de dados: o cérebro. Agimos de acordo com o nosso grau de conhecimento, pelas informações e experiências acumuladas durante nossa existência.
Dentre os inúmeros tipos de preconceitos existentes, entendo que o mais latente é o preconceito social que é estimulado cada vez mais pelos políticos e pela mídia.
Evidentemente, não podemos negar a existência de outros tipos de preconceitos, como: contra pessoas gordas, pessoas com problemas físicos, pessoas com pouca instrução, pessoas com nenhum asseio, pessoas pobres e também contra pessoas de cor (negro, amarelo, mulato, branco, índio, etc.).
Portanto, somos pessoas preconceituosas por natureza.
O assunto é bem mais abrangente. A constante exploração pela mídia do problema racial mascara os demais preconceitos, também danosos ao ser humano e à sociedade. Nos artigos “Vagas no Ensino Superior” e “A Marca do Prego”, tento abordar alguns preconceitos existentes em nossa sociedade.
E,
como mostrado nesses artigos todos nós temos preconceitos, estabelecidos em
nosso crescimento como indivíduo, pelas influências sofridas nesse processo de
evolução, pela sociedade e pelas informações que recebemos.
Entretanto, uma característica exclusiva no mundo animal, nos difere como racionais. Isto deveria ser suficiente para que pudéssemos entender e reavaliar nossas experiências e atualizar nossos conceitos.
Vamos refletir! Você, caro leitor, não têm e nem nunca teve nenhum tipo de preconceito? Faça uma introspecção e reflita.
Feito este preâmbulo, gostaria de contar com a colaboração de vocês, caros leitores, para debater esse assunto tão polêmico que é o estabelecimento de cotas no ensino superior, para saber sua opinião.
Entendo que, mais uma vez, o grande problema não será atacado. Serão adotadas medidas paliativas que, desta forma, acirram ainda mais o preconceito em nossa sociedade.
O grande problema na educação é social. A dificuldade de acesso às universidades não está na cor da pele e sim:
ü na qualidade do ensino público básico e fundamental que é ministrada aos alunos;
ü na carência de nutrientes da população mais carente que afeta o não desenvolvimento do intelecto;
ü no empobrecimento generalizado da população brasileira que impede que o aluno adquira livros e crie o saudável hábito da leitura; e,
ü no interesse político em manter essa situação para poder manipular mais facilmente a população.
A medida de reservar vagas e impor como condição fundamental cor da pele para ingresso ao ensino superior é totalmente preconceituosa. Servirá, como já afirmei, acirrar uma situação de disputa e competição desleal entre raças. Aflorará em nossa sociedade o preconceito racial. Até porque, na documentação do brasileiro, onde está escrito “branco” leia-se: moreno, amarelo, etc.
E daí, o que diriam os “brancos”?
Perderiam a oportunidade de estudar pela cor da pele?
Por não serem “privilegiados” e não receberem fórum especial os demais alunos deveriam ser prejudicados em proveito de “minorias” e por medidas eleitoreiras?
Infelizmente, não há, por parte dos governantes, preocupação com a melhora do ensino. Há, isto sim, interesse em que atitudes eleitoreiras, como esta, que possam garantir a reeleição.
Algo mais efetivo deve ser feito do que, simplesmente, garantir acesso à universidade pública aos carentes. É preciso exigir qualidade de ensino, desde a base: o ensino público básico e o fundamental.
Muitos dos empresários bem-sucedidos hoje freqüentaram escolas públicas. Aos mais novos quero informar que, não há muito atrás, as escolas públicas de 1º e 2º graus eram referência em qualidade de ensino. Muitas delas só permitiam acesso mediante concurso e, a maior dificuldade para ingresso no ensino superior era a quantidade de universidades que, àquela época era extremamente limitada. O ensino superior não tinha estrutura suficiente para absorver todos os alunos qualificados.
Esse é um ano de eleições.
Na hora de votar pense se é isso o que você quer.
Relativamente à reportagem sobre o preconceito na seleção de candidatos a vagas de trabalho, além de ser um ato covarde, é dispendioso e mostra a mediocridade do selecionador.
A escolha ou descarte de um possível colaborador ou de um profissional pelo critério preconceituoso (entenda-se aí, preconceitos não justificados técnica e racionalmente) pode levar a você Administrador a perder um grande colaborador que poderia contribuir para a solução de seus problemas, e que poderia mostrar-lhe, se tivesse oportunidade, que a inteligência, eficiência, produtividade, atitude e eficácia no trabalho, não dependem da cor de pele.
Na condição de Administradores temos o dever de sermos racionais, atualizarmos constantemente nossos conceitos, superarmos os nossos preconceitos, pois somos responsáveis por nossos atos a frente de nossas empresas.
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