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- Administração de Empresas -
Março / 2004

2ª quinzena - Planejamento - Teoria e Prática
1ª quinzena -
Fontes de informação


Planejamento - Teoria e Prática
 

            Ao longo desses 14 meses, tenho observado que o Partido do Governo continua realizando, com êxito, a prática vitoriosa que o levou ao poder: os discursos.

            No artigo “Lula Conseguirá”, publicado na segunda quinzena de junho/2003, mostrava preocupação com relação ao desempenho do Governo, já que passaria de oposição à situação e não poderia mais apenas criticar. Era chegada a hora de executar e provar a todos os eleitores que não apenas sabia fazer críticas, também sabia executar.

            Havia grande expectativa no cumprimento das promessas de campanha pactuadas e com o crescimento econômico brasileiro, expresso, inclusive no Programa de Governo do Partido dos Trabalhadores, como plataforma eleitoral. O Programa de Governo mostrava-se abrangente, ajustado aos anseios da sociedade brasileira.

            Em meu livro “Manual das Micro, Pequenas e Médias Empresas”, – www.papelvirtual.com.br,  referendado e recomendado pelo Conselho Federal de Administração (Revista Brasileira de Administração nº 44 – 1º trimestre de 2004), procuro mostrar a importância do planejamento empresarial, como passo inicial para o sucesso das empresas.

            O Planejamento, uma das principais ferramentas da Administração, deve ser formalizado após comprovar-se viável. Portanto, sua oficialização através do Programa de Governo do Partido dos Trabalhadores, que o utilizou como plataforma eleitoral, mostrou a todos os brasileiros que seus mentores (políticos e técnicos) tinham a certeza de sua aplicabilidade. E, isso foi fundamental para a vitória eleitoral do PT.

            Naquela oportunidade, coloquei dois fatores que poderiam influenciar o resultado planejado para Programa de Governo: a ansiedade por resultados rápidos, já esse sentimento havia sido estimulado durante a campanha eleitoral; e, a pouca ou nenhuma experiência dos dirigentes (Ministros e assessores de 1º escalão) na condução da coisa pública.

            Na teoria, o Planejamento do Governo afirmava que havia grande ênfase quanto à necessidade de “crescimento econômico” como base de propulsão para alicerçar a sustentação aos demais itens do programa.

            Entendemos que para o crescimento econômico, sejam necessários investimentos em modernização do parque de máquinas, estruturas físicas, administrativas e operacionais, tecnologias de produção, treinamentos, melhoria na qualidade, etc.

            Na prática, observamos que, nesses 14 meses de Governo, os investimentos foram muito menores que iguais períodos de outros governos. O Governo manteve a continuidade da estagnação industrial com uma política econômica excessivamente recessiva.

            Além disso, o Programa de Governo contemplava aumento substancial no nível de emprego, melhoras nas condições de saúde, pelo menos os doentes necessitados seriam recebidos e tratados com dignidade, maiores investimentos na educação, etc.

            Na prática, observa-se que não houve aumento no nível de emprego, não houve qualquer melhora no sistema de saúde brasileiro e, muito menos no sistema público de ensino. Na educação, a parte sob controle público, escolas de 1º e 2º graus e universidades públicas e centros de formação técnica (CEFET) apresentam estagnação, inexistência de coordenação adequada e completo descontrole.

            Para ilustrar o fato o ano letivo de 2003 na maioria das universidades e centros de formação técnica, públicos, ainda não acabou. Ainda, relativamente à melhoria da educação que, teoricamente, em longo prazo, poderia influir positivamente na renda e na melhoria de qualidade de vida, também pouco se observa ações e resultados efetivos. A demagogia política que defende que quem possa, pague pelos serviços hoje gratuitos, como, por exemplo, a universidade pública, é pura retórica.

            Chega de discursos, promessas e uso de figuras de linguagem. Nosso problema é conjuntural. O problema do Brasil tem de ser combatido de forma contínua e perene. A cada reação negativa, de algum feudo econômico ou de poder ameaçado, o poder público se retrai, quando não se alia a essa resistência.

            Não haverá redução de pobreza se não houver crescimento. Pode haver alguma melhoria de renda, entretanto com custo político elevado. Resta saber se o Governo está disposto a isso. A distribuição de renda é um quadro realmente sem alterações nos últimos anos.

            A preocupação de melhorar a distribuição de renda, com mais empregos, é uma necessidade. Observa-se, entretanto, a distribuição de “migalhas”, pois, cada vez mais, cai o poder de compra dos salários.

            O que está acontecendo, na prática, é que as empresas estão demitindo e contratando com salário menor. O salário, cada vez mais ajustado, mal dá para a alimentação e o transporte, enquanto isso, o poder de compra do salário foi corroído por medidas do próprio governo já que é regulador e controlador da economia. Além disso, o grande sócio das empresas é, na realidade, o próprio Governo que faz suas retiradas mensalmente através de impostos, taxas e contribuições.

            Caro leitor, você já verificou o percentual de aumento nos impostos, nos serviços públicos (água, luz, telefone) e nas concessões do Governo (transportes públicos) e os respectivos reflexos na indústria, comércio e serviços, nesses 14 meses?

            Outro segmento que, por sua importância política, mostrava-se a “menina dos olhos” do Partido, também não deslanchou.

           A área social, mais necessitada e carente, sem qualquer dúvida, gerou a maior expectativa dos eleitores diante da chegada ao poder do Partido dos Trabalhadores. No entanto, os programas lançados, com grande estardalhaço e apoio incondicional da mídia, mostram resultados ainda pouco expressivos.

            Não se pode negar que houve avanços inegáveis nos últimos anos na área social, no entanto, as políticas sociais por si só não resolvem a precária distribuição de renda do país. Esperava-se muito mais do governo na área social.

            Comprova-se, a cada dia, que o Governo não possui um planejamento coerente e integrado no que tange ao desenvolvimento e crescimento do País, para com isto criar condições de atendimento as necessidades da população, conforme exposto no artigo “O Espetáculo do Crescimento ou Crescimento do Espetáculo” publicado na 2ª quinzena de outubro/2003.

            Está incorrendo no mesmo erro dos Governos anteriores. Vêm lançando mão da mídia para passar uma imagem que não espelha a realidade, divulgando índices de crescimento excessivamente otimistas para a realidade.

            Não há uma política efetiva de incentivo a investimentos, o desemprego está aumentando, o sub emprego já é uma realidade, a saúde no País está caótica, o ensino está decadente e não há um projeto de infra-estrutura coerente e consistente.

            Enquanto isso são lançados novos “Programas de Governo” e reafirmam-se as promessas. Até quando?

            Na figura abaixo se observa a oscilação da satisfação do povo brasileiro com o Governo. Apenas para melhor visualização, mesclei pesquisas realizadas pelos Institutos Data Folha e o CNT/SENSUS, referente a períodos diferentes já que não encontrei pesquisas completas em nenhum dos dois, conforme indicado.

            No período em que existem pesquisas comuns observa-se coincidência proporcional de percentuais, com pequenas variações nos valores absolutos. Apesar de não ser o método estatístico mais adequado a comparação nos mostra, sem sombra de dúvidas que a satisfação com o Governo está caindo significativamente. E, o pior. A parcela que classifica o desempenho como ruim, está aumentando.         

            Paciência tem limites! E parece que a paciência do brasileiro está terminando.

            O Planejamento Estratégico do Governo que coincidia com o Programa de Governo do Partido dos Trabalhadores e, que foi o alicerce da vitória eleitoral, não está sendo cumprido. Ficou só no papel. Isso causa descontentamento que pode pôr em cheque a credibilidade do Governo, inclusive na área internacional, aonde tem conseguido avanços significativos e importantes.

            Todos sabemos que um planejamento precisa ser revisado constantemente, para ajustes e adequação à realidade, no entanto, observa-se que o Planejamento do Governo está sendo radicalmente alterado. E, os trabalhadores que elegeram o PT para Governo, começam a ter dúvidas se acertaram na escolha já que o governo que se rotulava como popular  (Dicionário Aurélio: popular . [Do lat. populare.] Adj. 2 g. 1. Do, ou próprio do povo, feito para o povo) está dando provas de ser bem mais impopular (Dicionário Aurélio: antipopular . Adj. 2 g. 1. Que se opõe ao povo, ou ao que é popular. 2. Que contraria as expectativas e interesses do povo, ou da opinião pública.).

            Todos sabiam que não seria fácil. Portanto, não adianta a retórica presidencial justificando isso ou aquilo e o não cumprimento das promessas feitas na campanha.

            O Governo deve adotar uma política que seja coerente com as promessas de campanha, promover ações efetivas e afinar seus discursos à realidade enfrentada por milhões de brasileiros. 

            Por conta disto e, se não houver uma mudança significativa no posicionamento do governo, é bem possível que esta seja a primeira e última vez que um Governo de Esquerda tome as rédeas do País.


Fontes de Informação

            Como tenho afirmado em meus artigos e em no livro “Manual das Micro, Pequenas e Médias Empresas” um Administrador capacitado precisa ter, acima de tudo, uma visão global e bom senso para administrar os recursos existentes e disponíveis, otimizando-os aos objetivos e metas da organização e, a flexibilidade para administrar a escassez, se for o caso. Essa combinação permite ao Administrador profissional executar suas funções com êxito em qualquer empresa.

            Sua competência transcende a tipos de empresas. O Administrador está qualificado para administrar qualquer tipo de empresa, seja ela uma mega indústria, uma pequena confecção, um comércio de bairro, uma prestadora de serviços, hospitais, casas de saúde ou clínicas.

            Qualquer que seja ela, o Administrador deve ter conhecimento geral de sua atividade principal e das atividades secundárias, se existentes. Entendo que, o mais importante é ter conhecimento de todas as atividades desenvolvidas na organização, suas respectivas cadeias produtivas e da relação com clientes e fornecedores.

            Assim, o Administrador deve se municiar de informações, formalmente, utilizando os canais hierárquicos e funcionais existentes, coletando relatórios e dados oficiais para tratamento.

            Evidentemente, que cada tipo de empresa terá particularidade, principalmente, no caso específico de hospitais, casa de saúde e clínicas.

            Desta forma, o Administrador deve escolher em seu quadro de assessoria direta especialistas de cada área.

           Este assessoramento é de fundamental importância para o sucesso da Organização e a escolha dos assessores é vital. (vide artigos “O Espetáculo do Crescimento ou Crescimento do Espetáculo”, da 2ª quinzena de outubro/2003 e “O Recadastramento” – 2ª quinzena de novembro/2003).

           O especialista em cada área prestará assessoria direta e deverá suprir o Administrador com informações técnicas e específicas da atividade e suas particularidades. Entretanto, o Administrador deve sempre ter consciência de uma particularidade, inerente ao cargo de assessoria: cada especialista sempre acredita ser a sua necessidade a mais importante e vital para a organização.

            Por isso, além dos relatórios e estatísticas oficiais deve buscar outras informações, para efetivamente, ter condições de avaliar e decidir da forma mais acertada, para a organização.

            Nesse processo de conhecimento, há duas fontes de informação e coleta de dados que, na maioria das vezes o Administrador esquece ou não dá a devida importância. São elas: a observação e a coleta de dados informais.

            Essas fontes de informação são valiosas e podem apontar falhas nos métodos, procedimentos e funcionalidade da empresa, além de poder revelar aspectos críticos na organização, que não serão detectados nos relatórios e nas informações oficiais e por isso, na maioria das vezes, passam despercebidas. Essas duas fontes se destacam por serem, em sua maioria, críticas às informações estatísticas e oficiais. 

            A mais primária, porém, de fundamental importância, e a que considero mais simples é a observação.

           Observe atentamente. Veja as coisas de modo crítico. Observe atentamente a execução de determinada tarefa. Pense, se há métodos ou procedimentos que poderiam ser suprimidos para torná-la mais simples e eficiente e/ou se a metodologia empregada para sua execução pode ser melhorada ganhando eficácia e melhorando a eficiência. 

            A observação, seguida de levantamento de informações informais, podem se completar para formar um dado importante.

           Colete informações de pessoas que atuam diretamente nas áreas que deseja analisar. Por exemplo: se quiser analisar a recepção e distribuição (logística) converse informalmente que os despachantes, empacotadores, motoristas, etc. No caso de hospitais e casas de saúde, converse com os residentes, enfermeiras, assistentes administrativos. Ouça suas reclamações e sugestões.

            Essas informações servirão para o Administrador formar a sua própria base de conhecimento, que poderá ser confrontada com as informações oficiais e, que será utilizada na condução administrativa da Empresa ou Entidade, se for o caso.  

            Por isso, acredito que, tão importante quanto as informações oficiais e hierárquicas, são as informações colhidas através da observação crítica e, as conseguidas através de contatos informais com os demais colaboradores (diretos e indiretos) da empresa, dos parceiros na cadeia produtiva e dos clientes.

            Portanto, a principal tarefa do Administrador é, cercar-se de informações de fontes capacitadas e confiáveis, e, ponderá-las em conjunto as demais informações que possui e, isento de preferências ou simpatias pessoais, planejar os rumos da organização, priorizando as disponibilidades, coordenando e controlando a escassez, atendendo aos objetivos da organização.

            A escolha, de sua assessoria direta e de suas fontes de informação, será decisiva para sua gestão.

            Lembre-se sempre disto!

            Escolha seus assessores e suas fontes de informação de maneira técnica e criteriosa, pois eles formarão o alicerce de sua Gestão.


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