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- Inteligência Política -
01.08.2004

I N T E L I G Ê N C I A    P O L Í T I C A

A Arte da Guerra
Re-escrevendo a História da Ciência da Guerra e das Grandes Batalhas: Jogos Estratégicos.
Por Marcílio Novaes Maxxon

            Vamos aqui em nossa coluna de inteligência política, examinar o interessante tema das batalhas mais famosas da história, afim de obsevarmos os interessantes jogos estratégicos.

            Dizem que velhos soldados nunca morrem. De fato, arqueólogos de campos de batalha não os deixam em paz.

            A arqueologia do campo de batalha é exatamente o que o nome sugere - o estudo científico dos campos de batalha que já aconteceram. É uma área multidisciplinar que esbarra na paleontologia, topografia, geofísica, física, química, analise de balística e antropologia, entre outras áreas da ciência.

            Os arqueólogos dos campos de batalha sempre provam aquele velho ditado que diz que 'a história é escrita pelos vencedores'. Geralmente, seus achados revelam exageros nas glórias, distorção no número de inimigos e omissões de
pequenas derrotas anteriores à grande batalha final.

            Um exemplo foi a análise em 1983 da Battle of Little Big Horn, levada por uma equipe de arqueólogos, liderada por Richard Fox, professor de arqueologia da Universidade do Sul de Dakota.

            A evidência descoberta na Little Big Horn apresenta um quadro muito diferente ao apresentado por Hollywood e livros de história, no qual um galante general e um pequeno grupo de bravos soldados lutam até o fim contra multidões de índios selvagens. A última batalha de Custer (Custer's Last Stand), provavelmente nunca aconteceu como foi mostrada.

            Analisando a distribuição dos cartuchos escavados no campo de batalha, Fox e seus colegas foram capazes de localizar o movimento das armas e dos soldados que as carregavam. Suas descobertas sugerem uma cena caótica, cada homem por si só, mais do que uma frente unida. O final - a morte do General Custer e de todos os seus 210 homens - foi o provável resultado do pânico e medo e não do heroísmo.

            Continue lendo e descubra as formas criativas com que os arqueólogos dos campos de batalha escavam o passado e lutam pela verdade.

Aritmética Metálica

            Na arqueologia dos campos de batalha, a maior parte da evidência é metálica - rifles, bolas, cartuchos, balas, canhões e bolas para canhões, facas e/ou espadas, dependendo do período histórico da luta. Por isso, a ferramenta mais prezada é o humilde detector de metais.

            Por décadas, os detectores de metais têm sofrido com a má publicidade, pois eram classificados como a 'arma dos saqueadores'. Com a análise da Big Horn battlefield em 1983, Richard Fox e seu ajudante Douglas Scott provaram que décadas de trabalho arqueológico poderiam ser feitos numa fração de tempo, através de pesquisas sistemáticas com detector de metais. Eles calcularam que dos 5.000 artefatos escavados com detectores de metais na Little Big Horn, apenas 10 seriam encontrados através de métodos tradicionais.

            Atualmente, pessoas capacitadas e treinadas possuem um papel importante na arqueologia dos campos de batalha, trabalhando ao lado de arqueólogos que gravam com precisão o lugar onde os objetos foram encontrados. Cada artefato é colocado numa sacola, etiquetado e recolocado no local onde foi achado, para que a localização possa ser guardada no mapa, antes dele ser removido do lugar para exames posteriores.

            Mas localizar artefatos metálicos pode ser apenas a metade da análise. Algumas vezes, os artefatos de metal não estão completos.

            Na metade da década de 90, durante uma análise da Battle of Monmouth, arqueólogos americanos recuperaram muitas balas dos fuzis utilizados, que estavam marcadas e até amassadas como um chiclete. Para calcular o tamanho original, um engenheiro e arqueólogo chamado Dan Sivilich criou uma fórmula para avaliar o diâmetro original de qualquer bala não-esférica. Chamada de "A fórmula Sivilich" (mais do que justo), ela é usada agora nos campos de pesquisa da arqueologia de campos de batalha no mundo inteiro.

            Após calcular o tamanho original do fuzil e das balas de canhão, especialistas em balística entram em jogo para avaliar as linhas de tiro. Com a ajuda de pessoas de diversas áreas pode-se chegar a uma solução.

Camada sobre Camada

            Junto com os artefatos de metal, os arqueólogos de campos de batalha procuram restos humanos - incluindo acampamentos dentro e ao redor do campo de batalha, comida, lixo humano, túmulos e enterros. A evidência física pode ajudar a criar uma imagem não apenas das batalhas antigas, mas também de uma forma de vida passada.

            Por exemplo, a avaliação dos restos humanos pode determinar a idade média dos soldados que lutaram. A análise do conteúdo do estômago de um soldado pode ajudar a determinar a hora da batalha; se o exército que ele representou lutava de estômago vazio ou com uma pequena porção de comida. O estudo do lixo depositado numa latrina pode revelar o que os soldados comiam e como se sentiam no momento da batalha - ou seja, um 'bom exército' é capaz de lutar melhor!

CAMPOS DE BATALHA
O Campo de Batalha

            Após pesquisar meticulosamente o campo de batalha com a ajuda de detectores de metal e/ou radares, os arqueólogos de campos de batalha modernos colocam, cuidadosamente, o local de cada uma das evidências num sistema CAD (Computer Aided Design). Desta forma, a 'grande imagem' começa a aparecer.

            O próximo passo é separar a grande imagem em camadas baseadas no tipo de artefato, assim as camadas individuais podem ser selecionadas e estudadas na tela do computador. Nas imagens do CAD podem parecer camadas de transparências computadorizadas, permitindo ao pesquisador colocá-las e tirá-las quando quiser.

            Para o olho treinado, cada camada é uma peça do quebra-cabeça em 3-D do campo de batalha. Por exemplo, as concentrações de balas de rifles amassadas podem indicar cirurgias curativas, sugerindo a existência de um hospital no local. Uma grande quantidade de balas de fuzil sugere um ataque em massa, com um alto número de vítimas. Através de diversas camadas, o cenário da cena da batalha é recriado.

            Com recursos que vão desde detectores de metais até a matemática e tecnologia de computadores, os arqueólogos de campos de batalha estão derrubando a adivinhação e a hipocrisia da história. Mas além dos fuzis e túmulos, o que mais eles têm encontrado?

            Vejamos. Eles têm concluído que freqüentemente as guerras não são tão gloriosas e sim fabricadas. Que o orgulho não adianta de nada e que a história está destinada a se repetir novamente.

            Obviamente, a verdade um dia nos libertará.             

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