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Religiões
- 17.10.2004 -

O MENINO CEGO E A COR DO PARAÍSO

            Provavelmente o filme mais sensível que tive oportunidade de ver é iraniano: “A Cor do Paraíso.” Graças à persistência da minha esposa em encontrá-lo nas locadoras desta Capital Federal, posso tecer breves linhas sobre a verdadeira “cor do paraíso”...

            Na mídia, presenciei Guerra Irã x Iraque durante década de oitenta, queda do Xá Reza Pahlevi, assunção do aiatolá Ruhollah Khomeini, conjuração para assassinar autor do livro “Versos Satânicos”, tudo isso tendo por pano de fundo o Irã. Jamais poderia supor que ali houvesse tamanha sensibilidade.

            O filme desvela vida de um menino cego com 10 anos de idade, aluno de um internato para deficientes visuais. Finda-se o ano letivo, crianças saem do internato e retornam às suas casas. Milhares de pais à porta esperando; menos o daquele menino cego.

            Sozinho, sentado num banco em frente à escola, aquele garoto ouve o piar de um filhote de passarinho que recém caíra do ninho. O diretor não poupa película para revelar meticulosa empreitada daquele menino em localizar, num chão forrado de folhas secas, cercado de árvores, aquele pequeno animal e, em após, seu descomunal esforço para levá-lo de volta ao ninho.

            Então chega seu pai e, sem que o menino percebesse, adentra a escola, encontra seu professor e lhe pede que fique com o menino durante as férias, por razões que se revelariam falsas. Este homem tratava-se de viúvo que morava com sua mãe, também viúva, possuindo outras duas filhas e, que estava juntando dinheiro para pagar dote de uma mulher, sua futura esposa.

            O menino era mais um percalço... Um fardo.... Sem opção, leva-o em sua bicicleta. No caminho o garoto estende as mãos para tocar espigas de trigo; quando parava, deslizava as mãos sobre pedras dos riachos, sempre imaginando que aqueles talhes, linhas, contornos, texturas como letras e números insculpidos em braile, como que buscando algo....

            Se você tiver oportunidade de contemplar essa película, lágrimas descerão aos borbotões de seus olhos na cena do reencontro do garoto cego e sua avó. Mas aí começa o drama.

            Depois de alguns dias, sub-repticiamente, aquele conturbado pai rapta o garoto e o leva, sob choro e protesto, a um marceneiro cego, afinal, ele precisava de profissão, de um futuro. O menino pensara que seu pai tudo fizera com a anuência da avó.

            A casa do marceneiro cego ficava á beira da estrada, circundada por maravilhoso bosque. Ao ficar o marceneiro só com o menino, o leva aos fundos e o faz se assentar em meio a ripas de madeira, onde lhe passa a dar pequenos pedaços de madeira para discerni-las.

            Então o marceneiro cego, ao trocar um pedaço de madeira por outro da mão do menino, sentiu no verso da mão o respingar quente de lágrimas que silenciosamente desciam dos olhos daquele menino.

            Então tenta consolá-lo dizendo que é normal sentir saudade de casa. Ele responde que não era isso; que seu pai e sua avó não gostavam dele porque era cego; que perguntara à professora por que era cego e esta lhe dissera que ele era cego por ser muito especial aos olhos de DEUS; mas ele achava que se você especial aos olhos de DEUS, seu pai e sua avó não o teriam mandado para ali, uma vez que o amariam... Contudo, ele continuaria deslizando as mãos nas coisas ao seu redor até que um dia pudesse encontrar DEUS e tocar sua face.

            Amigo, eu poderia dizer que a pior cegueira é a cegueira do coração. Mas quando aprofundo pensamento, concluo que a única e verdadeira cegueira é a do coração.

            O apóstolo Paulo, então Saulo, ficou cego ao encontrar JESUS no caminho de Damasco, até que um certo Ananias, sob ordem do mesmo JESUS foi se encontrar com Saulo – Atos, Capítulo 9, Versículos 17 e 18:

Então, Ananias foi e, entrando na casa, impôs sobre ele as mãos, dizendo: Saulo, irmão, o Senhor me enviou, a saber, o próprio Jesus que te apareceu no caminho por onde vinhas, para que recuperes a vista e fiques cheio do Espírito Santo. Imediatamente, lhe caíram dos olhos como que umas escamas, e tornou a ver. A seguir, levantou-se e foi batizado.”

            O jovem e irrepreensível Saulo, aos olhos da nação judaica, era em verdade cego em si mesmo – Mateus, Capítulo 6, Versículo 23:

“... caso a luz que em ti há sejam trevas, que grandes trevas serão!”

            Quanto ao nosso pequeno jovem cego, as palavras de JESUS são estas - Mateus, Capítulo 5, Versículo 8:

Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus.”

A LUZ DO ALTO!      

POR: BRUNO ANÍBALL, COLUNISTA DO PORTAL BRASIL® 

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