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Fevereiro / 2004
2ª quinzena -
São Paulo - 450 anos
1ª quinzena -
Sistemas organizacionais
São
Paulo – 450 anos
Em
25 de janeiro de 2004, a Cidade de São Paulo comemorava seu 450º aniversário.
Fundada
em 1554 por padres jesuítas, São Paulo é 4ª maior cidade do mundo e a maior
da América do Sul, além de ser o principal portão de entrada de visitantes
estrangeiros, por via aérea, do Brasil, totalizando, anualmente, cerca de
1.345.000 desembarques.
A
Cidade abriga 6% da população brasileira, representa cerca de 9% do PIB
nacional e detém o terceiro maior orçamento do país. Com extensão de 1.509
km2 de área e população superior a 10 milhões habitantes, a
cidade possui 1.795 Agências bancárias, 33.921 indústrias, 71.256 estabelecimentos
comerciais e 89.813 de prestação de serviços.
Uma
gigantesca Metrópole!
Você,
caro leitor, deve estar se perguntando: O que isso tem a ver com Administração?
Para
comemorar seu aniversário, a Prefeitura planejou e promoveu, em praticamente
todo mês de Janeiro, em vários pontos da cidade, eventos comemorativos e shows
populares que, certamente, custaram muitos reais aos cofres públicos.
Além
disso, aquele show das águas, mostrado em todos os jornais da TV, revistas e
jornais diários, realmente era muito bonito e não deve ter sido nem um pouco
barato.
Mas, para que se importar em não gastar o dinheiro público em objetivos supérfluos, se há eleições este ano e esta é uma excelente oportunidade de aparecer na mídia e, além disso, a Cidade está ótima?
§
não há necessidade de nenhuma obra de infra-estrutura, chata, feia, e
que ficará despercebida;
§
não há necessidade de investimentos em segurança;
§
o sistema de saúde municipal é ótimo. Às vezes demora um pouquinho,
mas a culpa é do doente que não sabe esperar;
§
não há problemas de abastecimento de água;
§
as ruas não precisam de conservação, há pouco buracos;
§
as cadeias são seguras, os bandidos fogem constantemente porque são
muito criativos;
§
obras de infra-estrutura não trarão popularidade e nem votos porque não
aparecem;
§
o poder público não tem recursos para investir em infra-estrutura;
§
uma festa. Isso trará votos, popularidade. Muitas fotos nos jornais.
Entrevistas nas emissoras de rádio e tv. Convites para participação em
programas de tv. Sim. Uma grande festa é o melhor a fazer.
Decidiu-se
que a Cidade de São Paulo merecia uma grande festa. Um mês inteiro de festa.
Muitos shows, muita badalação, muita mídia.
Como
era de se esperar não faltaram os convidados ilustres tentando embarcar na
mesma canoa e aparecer na foto, ou melhor, na mídia. Não foram poupadas
expressões e declarações de amor incondicional a São Paulo. Até na Internet
o site oficial abriu espaço para que os visitantes externassem seu amor pela
Cidade.
Houve
até um bolo de 450 metros de comprimento (um para cada ano da metrópole), que
foi literalmente devorado pela população carente e necessitada promovendo um
espetáculo grotesco (alguns colocavam pedaços de bolo no bolso, em sacolas,
etc.) que no meu ponto vista foi deprimente. Certamente os promotores do espetáculo
terão um argumento positivo, que não consigo encontrar, para justificar aquela
barbárie.
Acredito
poder afirmar, sem sombra de dúvidas, que a Prefeitura Municipal de São Paulo
realizou uma festa faraônica, digna de Reis, para comemorar os 450 anos da
cidade.
Sim, uma festa de Reis.
E
vai rolar a festa,..... vai rolar, ...., o povo do gueto mandou avisar .... E a
festa rolou ......... rolou ...... rolou...
Só
que “o povo do gueto” mandou avisar, também, que estava morrendo afogado,
infelizmente, alguns realmente vieram a falecer, outros perderam todos os
pertences pessoais, residências alagadas, veículos inundados, arrastados pela
força das águas, além de móveis, utensílios e alimentos. Os industriais,
comerciantes e empreendedores mandaram avisar que suas empresas ficaram embaixo
d’água, dias sem serviço produtivo, esforços para limpeza e tentativa de
recuperação de máquinas e equipamentos, ......, ......., rolou ....., rolou,
.......
São
Paulo 450 anos!
Não
foram necessários mais do que alguns poucos dias para mostrar a todos, e
principalmente ao poder público, que a Cidade de São Paulo está doente, muito
doente, necessitando, com urgência de investimentos em sua infra-estrutura para
manter-se entre as principais cidades do mundo.
Acredito
que não estava prevista a catástrofe que tomou conta da Cidade. A catástrofe
não foi politicamente correta. Pelos menos, não agora, pois poderá apagar o
brilho dos protagonistas da grande festa, poderá desviar as câmeras de TV dos
políticos, oportunistas e mostrar a realidade do povo paulistano.
Na
melhor das hipóteses, poderemos admitir que o executivo municipal desconhecia
os problemas da Cidade e, com muito boa vontade, qualificá-los de levianos,
despreparados para administrar uma metrópole do porte da Cidade de São Paulo.
Porém,
se admitirmos que todos os problemas de São Paulo são conhecidos pelo poder público
(o que é mais provável, já que nas campanhas eleitorais sempre prometem
resolvê-los), poderemos qualificá-los de incompetentes e omissos.
E,
isso tem a ver, e muito, com Administração.
O
problema das enchentes em São Paulo é uma realidade tecnicamente identificada
e comprovada. Não é apenas uma mera coincidência meteorológica. São
as chuvas convectivas, típicas do verão paulistano.
Grande
parte dos temporais de verão começa na zona leste de São Paulo, podendo se
espalhar pelo resto da capital. Pelo menos dois fatores contribuem para isso: a
direção dos ventos e o fato de que a região leste concentra as ilhas de
calor.
Em
cerca de 70% dos dias do ano, os ventos que trazem as nuvens e a umidade para a
cidade de São Paulo vêm do litoral sul e entram na capital pela zona leste,
encontrando temperaturas mais altas que a média da cidade. O ar quente sobe,
carregando as gotículas de água da brisa marítima. Quando atinge uma certa
altura, encontra temperaturas mais baixas, condensando-se rapidamente em nuvens,
que se precipitam numa chuva forte, geralmente, rápida e localizada, que também
pode produzir ventos locais e muitos raios.
Além
disso, contribui para o cataclisma o processo de urbanização que se mantém a
décadas indiferente:
§
à necessidade de ampliação e manutenção de áreas verdes existentes
(atualmente, menos de 10% da bacia hidrográfica do Córrego Aricanduva podem
ser considerados como áreas verdes);
§
à impermeabilização do solo (a impermeabilização do solo na zona
leste de São Paulo, uma das principais causas dos alagamentos na região,
aumentou cerca de 50% nos últimos cinco anos.)
§
à ocupação das várzeas dos rios.
§
à verticalização em excesso (a cada ano a impermeabilização do solo
aumenta, com pátios e garagens em edifícios, com o aumento da área coberta
por concreto e com o asfalto nas ruas. Calcula-se que 90% do solo da cidade já
estão impermeabilizados)
Já
foram sugeridas várias soluções técnicas que, se não resolveriam, pelo
menos abrandariam a realidade das enchentes em São Paulo, mas, não foram
tomadas quaisquer providências. Como sempre, não há recursos suficientes.
As verbas públicas são direcionadas a outras “prioridades”.
E,
afinal, a época das chuvas passa logo, e, São Paulo será “linda e
maravilhosa” novamente.
O
poder público sempre tenta colocar “panos quentes” para abrandar a revolta,
fundada e compreensiva, da população vítima de seu descaso. E, como de
costume, não perde a oportunidade de buscar na mídia a autopromoção.
Sendo
assim, a Prefeitura anunciou isenção do IPTU para as casas atingidas
pelas enchentes. O valor médio do IPTU nas áreas atingidas é de R$ 300,00
(trezentos reais). Será que a isenção deste valor será suficiente para
comprar um fogão e uma geladeira? Que tal uma TV?
A
Prefeitura também anunciou ajuda, com a distribuição de colchões, alimentos
e cobertores. A Prefeitura ainda vai encabeçar uma campanha batizada de SOS
Aricanduva, para que a sociedade também contribua.
É
preciso que se faça algo mais do que lamentar, desculpar-se, culpar a natureza,
isentar de impostos os contribuintes atingidos patrimonialmente, distribuir
donativos e esmolas ou querer dividir sua responsabilidade com a comunidade.
Muito
me admiro o procedimento adotado pelo Governo Municipal da Cidade de São Paulo,
um governo que se diz popular, preocupado com a geração de empregos e o bem
estar da população. A prática adotada remonta aos tempos do militarismo, da
“Ditadura Militar”, lembram-se?
Àquela
época, os opositores do regime militar criaram uma frase que se tornou célebre
e era mais ou menos assim:
“... pão e circo para acalmar a população...
controlar a insatisfação...”.
E
o Carnaval está chegando. Mais festa!
Hoje,
esses opositores, democratas e democráticos, estão agindo da mesma forma.
Será
que é a “síndrome do poder”?
A
Cidade de São Paulo precisa de Administradores sérios e competentes e o povo
trabalhador da 4ª maior cidade
do mundo e a maior da América do Sul,
aquele que gera receitas, paga seus elevados impostos e taxas, não precisa de
esmolas e caridade e sim respeito.
Solidarizo-me ao sofrimento do povo trabalhador da Cidade de São Paulo.
Sistemas organizacionais
Existem inúmeras definições do que são Sistemas Organizacionais. Muitas delas estão adequadas às particularidades de cada caso. E, dentre as várias definições de sistema, a que eu julgo mais adequada e abrangente é a seguinte:
“Sistema é um conjunto de partes interagentes e interdependentes que, juntas, formam um todo unitário com determinado objetivo e exercendo determinada função”.
Os sistemas podem ser abertos e fechados.
Os sistemas fechados não efetuam troca com o meio ambiente e os sistemas abertos efetuam trocas com o meio ambiente, interagindo, influenciando e sendo influenciado pelas ações e reações dos outros sistemas e subsistemas.
Nesse contexto, imagine nosso País como um grande sistema organizacional chamado Brasil. Esse grande sistema denominado Brasil é formado pela união de vários subsistemas chamados Estados, que por sua vez são formados por outros subsistemas menores chamados municípios, e assim por diante.
SISTEMA ORGANIZACIONAL “BRASIL”
Da mesma forma, os Estados se agrupam em
regiões, criando outros sistemas e/ou subsistemas, como na figura acima para se
fortalecerem e interagirem com os outros subsistemas (regiões) e o sistema maior
(Federação) com aumento no poder de barganha, visando atender seus interesses
comuns.
Continuando a analogia o grande sistema Brasil é parte integrante de um sistema maior Continente Sul Americano, e assim por diante.
Além da classificação de sistemas, abertos e fechados, podemos afirmar que, entre os sistemas abertos, ocorre uma outra subdivisão: a formação de sistemas e subsistemas temporários, ocasionais e permanentes. Esses sistemas surgem para defender posições políticas e econômicas comuns e de interesse de seus integrantes.
Se observarmos a constituição da ONU, ALCA, MERCOSUL, NAFTA, MERCADO COMUM EUROPEU, G7, G20, etc., podemos facilmente visualizar a formação desses sistemas abertos. Todos esses grupamentos ou agrupamentos também são sistemas, subsistemas e mega sistemas, abertos, dependem da ótica e da necessidade ou do interesse de grupamento ou agrupamento.
E, é este o principal objetivo da formação de sistemas organizacionais. O fortalecimento de cada uma das partes integrantes através da união todas, para atingimento de objetivos de interesse comum, aumento do poder de negociação, influência, barganha.
O primeiro sistema organizacional conhecido foi o sistema familiar. Observe sua família. Não funciona exatamente como um sistema organizacional? Cada de seus integrantes trabalham para atingir o bem estar coletivo.
Os pequenos sistemas existentes se reúnem em outros sistemas maiores para defender suas posições e seus interesses comuns. Assim se fortalece para interagir com os outros sistemas. Geralmente, os sistemas são formados para fortalecerem interesses que, isoladamente, jamais seriam alcançados por seus integrantes. Unidos em torno de um mesmo propósito ficam mais fortes para interagirem com os demais sistemas.
Como vimos na definição de sistemas abertos os conjuntos de partes interagem entre si, internamente, e, em bloco, com os outros sistemas e subsistemas maiores e/ou mais fortes.
Vimos também na definição que os sistemas formam um todo unitário com determinado objetivo e exercendo determinada função.
Nesse contexto, vamos analisar o mega sistema chamado Brasil e o comportamento de seus subsistemas. Vamos aproveitar o recente episódio da aplicação da “Lei da Reciprocidade” aos cidadãos norte-americanos.
Em nota oficial, a Prefeitura do Rio Janeiro informou que a Procuradoria-Geral do município já está tomando as providências necessárias ao ajuizamento das medidas judiciais cabíveis ao resguardo dos interesses da cidade. No decorrer da ação, o município pedirá indenização pelos prejuízos causados pela medida.
Com essa ação civil pública incluindo uma medida cautelar pedindo a suspensão da exigência de identificação fotográfica e datiloscópica de cidadãos norte-americanos que ingressem na cidade pelo Aeroporto Internacional Galeão/Antonio Carlos Jobim e pelo porto do Rio, o subsistema está procurando preservar e resguardar seus interesses exclusivos, sem se importar e sem avaliar essa repercussão às demais partes integrantes do sistema.
O subsistema Cidade, conjunto integrante do sistema Estado Rio de Janeiro, adotando postura contrária aos interesses do sistema organizacional maior (País), que não se manifestou contra a decisão judicial presumindo-se estar de acordo, está buscando proteger exclusivamente seus interesses, independentemente dos interesses dos outros sistemas organizacionais integrantes e do Sistema Organizacional Mestre, nessa conjuntura, a Federação.
A atitude isolada desse subsistema influencia diretamente a estabilidade do sistema maior e a interação entre os subsistemas, já que exceção pleiteada afeta diretamente a interação dos conjuntos.
Independentemente do mérito da questão sobre a reciprocidade (assunto de nosso artigo da 1ª quinzena de Janeiro/2004), nosso objetivo, neste artigo é mostrar o que são sistemas, subsistemas, para que são criados, sua interação e suas influencias mútuas.
Desta forma:
1. Como podemos classificar o posicionamento do sistema Rio de Janeiro, já que a Cidade é um subsistema do estado do Rio de Janeiro que é um dos 26 subsistemas do sistema Brasil?
2. Quais seriam as conseqüências de seu posicionamento e quais as influências nos sistemas interligados e no sistema master?
3. Qual o efeito dessa instabilidade no sistema organizacional?
4. O interesse individual do subsistema Rio de Janeiro poderá desestabilizar o sistema regional e o sistema principal?
Evidentemente, que essa divergência entre uma
das partes do sistema com as demais e com as diretrizes do sistema principal, no
caso mencionado, será resolvida rapidamente sem maiores prejuízos ao conjunto.
Esse exemplo foi colocado para uma melhor visualização de um sistema, seus
subsistemas e suas interações.
Entretanto, problemas da espécie em empresas menores podem ser extremamente graves se não tratados imediatamente e contribuírem para a desestabilização do sistema organizacional da empresa.
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