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- Coluna de Cinema -
2005

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Dicas da semana:
(Período de 07.08.2005 à 13.08.2005)

Jogos de sedução - Estamos numa esquina qualquer de Nova York, ouvimos um agitado jazz dos anos cinqüenta e, rapidamente, a câmera enquadra um grupo de artistas e intelectuais que joga uma boa conversa fora. Um início típico de Woody Allen: simples, direto e objetivo. A discussão abordará um assunto quase complicado, mera desculpa para o cronista da charmosa metrópole americana retratar os mesmos personagens e situações de sempre.

            O tema do papo? A diferença entre tragédia e comédia. Uma competição: qual seria melhor? O grupo de amigos se desafia e daí nasce ‘Melinda e Melinda’ – uma personagem completamente fictícia em duas situações distintas. O espectador que buscas leveza deve conferir o filme. Quem acompanha a obra Woody Allen, e procura as surpresas do diretor, colherá uma decepção. Não há nada de novo. As estórias de Melinda e Melinda se bifurcam e se reencontram com a inteligência que lhe é singular. Embora pareçam o penúltimo capítulo de uma interminável minisérie televisiva, cujo início tem mais de vinte anos.

            Sim, Woody Allen está preso à década de oitenta. Alô, alô, roteiristas de plantão: Allen apontou caminhos interessantes. Não foi ele um dos precursores das ‘comédias da vida privada’? Anote a fórmula: protagonista neurótico conhece mulher solitária (e geralmente casada) ou vice-vesa. Surge um pequeno conflito. O Ambiente? Festas, jantares, óperas, teatros e livrarias. São os diálogos, claro, que suscitam uma certa magia. Um jogo de culpas, leves e intermináveis. Os conflitos se aguçam e as máscaras caem – surge o lado cômico. Vamos às discussões de casais e situações típicas da sexualidade contemporânea. Subitamente, o mundo se recompõe e vem o recado final: aproveite a vida, da forma que ela está dada.

            Repare, não há utopia. E tal ausência não causa angústia. Ao contrário, propicia novos convites - rumo ao pós-pós, pop pop. O foco está nos indivíduos, saídos diretamente dos divãs para as telas de cinema. Eles não conseguem se desvencilhar das pequenas tragédias de suas vidas, e estas soam sérias ao enredo. Ao mesmo tempo (e aí está o sarcasmo do diretor) tornam-se obviamente ridículas. Assim emergem as Melindas, cada uma com seu próprio trauma. Casos, pequenas paixões e jogos de sedução explodem com a presença de cada Melinda. Nada muito cômico, tampouco trágico.
 
            Casais buscando parceiros novos (e encalhados) para as Melindas. Casais dispostos a outras aventuras. Casais entediados, que procuram renovação – no mundo de solteiros. Melinda e Melinda é para quem gosta de acompanhar uma típica discussão dos cônjuges de classe média. Filme para solteiros e casados - ou para abolir essa classificação. De uma vez por todas. 

PS: Felizmente Woody Allen não está no elenco de Melinda e Melinda, Um filme, portanto, recomendável para quem não suporta suas atuações. Ainda assim, cuidado, um dos principais personagens cisma em imitá-lo...


Texto: Pablo Gonçalo
Adaptação: Fernando Toscano

Kung- Fusão (Gong Fu) de Stephen Chow 2004 


Kung- Fusão (Gong Fu), de Stephen Chow, 2004 - Um exemplar do popular cinema feito em Hong Kong com ênfase em lutas marciais e efeitos especiais que fizeram sucesso no sério “O Tigre e o Dragão”.

            A história de um jovem que busca integrar um gangue e encontra resistência numa jovem que o combate em defesa de seu marido débil. Um roteiro que proporciona chances a blagues visuais e que se vale do excelente adaptação dos atores ao tipo de filme.

            Um filme que consegue ser agradável aos aficionados aos filmes de ações, bem como àqueles que gostam de comédias leves recheadas em trama simples que se vale, por vezes, de situações absurdas que, concatenadas, fazem um todo com certa verossimilhança.

Cotação: **1/2

O Diabo a Quatro, de Alice de Andrade, 2004 - Na diversidade da cinematografia atual brasileira, a diretora Alice Andrade (filha de Joaquim Pedro de Andrade, cineasta de “Macunaíma”) traz uma comédia de costumes onde a graça aparece do conflito entre suas personagens cujos destinos se cruzam nas ruas de Copacabana.

            O playboy (Marcelo Farias), o cafetão (Tim Mais), o interiorano (Netinho Alves) e a babá (Maria Flor) são personagens tão diversos que uma trama que os amarrasse não prescindiria de uma boa dose de criatividade e talento na construção das relações.

            Um filme que merece ser descoberto pela agilidade da trama e pelo elenco equilibrado e a descoberta de uma diretora que dá mostra de potencial talento.

Cotação: ***

Lourival Sobral      
Colunista do Portal Brasil   
     


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