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16 / fevereiro / 2005
Concessões, promessas, acenos envolvendo sempre a máquina de governo. Era
preciso ter garantia de aprovação
de matérias importantes e, em determinado momento, as atenções prioritárias
se deslocaram para o Senado. Lá a resistência era maior e era preciso quebrá-la.
Em meio às muitas e estranhas estratégias, a tentativa de reeleição dos
presidentes da Câmara e Senado, que lhe eram leais, não teve acolhida plena
e caiu. Hoje, se as negociações políticas com os atuais presidentes não
voltaram à estaca zero, já se sabe que o preço a ser pago será maior. Enquanto
isso, o esforçado presidente do PT, José Genoino, usa de todos os argumentos
para negar que as coisas pioraram. Claro que alguns outros ingredientes contribuíram para esse confuso e atual
quadro como a candidatura dissidente de Virgílio Guimarães na Câmara, mas
em parte porque o nome de Luiz Eduardo Greenhalgh não foi negociado com
o bloco aliado. E, assim, de problema em problema, o Planalto recomeça agora
uma nova etapa. Ela envolve uma difícil convivência com o presidente da
Câmara e valorizada do presidente do Senado. O cacife do governo ainda será
a reforma ministerial? Nela nem se fala mais.
Evolução e reforma
Quem aproveitou para lançar algumas farpas sobre o novo momento do governo
foi o ex-presidente Fernando Henrique ao abordar a relação do atual governo
e outros partidos políticos: "Tenho muitos anos de janela e não me lembro
de ter visto nenhum momento de tanta confusão partidária".
Quem pode ganhar com isso é a reforma política, esquecida, relegada a plano
secundário por tanto tempo, mas que reaparece agora em alto estilo, pois
ninguém imagina como evoluirá o cenário se não houver um basta e uma ordem
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O governo deu o lado e a confusão partidária é um fato.
Na busca de maioria parlamentar, o jogo político sem limites acabou levando
ao atual quadro. Agora, todos falam em reforma política...
O governo teve sua parte de culpa na desarrumação do atual quadro político,
por isso seu empenho, agora, será maior para repor tudo nos seus lugares.
E talvez pague um preço mais alto. O jogo foi longe demais, sempre na busca
da consolidação de uma maioria parlamentar.
As muitas linguagens
(*) Francisco Ferraz é o Editor e Diretor-Presidente do site denominado
Política para Políticos, onde a matéria foi escrita originalmente.