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à O & E M P R E E N D E D O R I S M O
16 / fevereiro / 2006
ESTRATÉGIA,
MOTIVAÇÃO E PLANEJAMENTO
Por Gilberto Wiesel,
colunista-titular do Portal Brasil
Na
semana que passou, percebi que algumas atitudes que achamos insignificantes
podem ser de grande valor para nossa vida.
Estava passando uns dias na fazenda de
um amigo, e como em todo estado do Rio Grande do Sul, eles também enfrentam uma
forte estiagem. Lá acompanhei alguns procedimentos para aliviar a falta d’água.
Como o poço artesiano havia secado, eles apelaram para o poço antigo
feito de pedra. Ele também estava seco. Resolveram então olhar para os açudes
existentes na propriedade que, diga-se de passagem, também estavam em estado
lastimável. Porém, não havia outra saída, ao menos para tomar banho,
teriam que se submeter a ele.
Água
não muito clara, mas servia para a manutenção básica.
Vocês conseguem imaginar, no campo, onde o trabalho é duro, embaixo de muito sol, um dia estafante, você chegar em casa e não ter como tomar banho? Era esta situação que aqueles amigos estavam passando.
Quanto
à água do açude, era pegar ou largar. Qual foi a decisão? Pegar é lógico e
de qualquer jeito.
Bem, onde quero chegar com isso? É
que essa decisão parecia simples, mas não era, pois envolvia uma série de
estratégias. Vários foram os questionamentos. Acompanhem a seqüência:
1.
Como vamos colocar a água do açude dentro da caixa d’água?
2. Como transportá-la?
3.
De qual açude retirar a água?
Acompanhando em silêncio o andamento daquela reunião informal, dei-me conta
que no meio daquelas pessoas humildes sem escolaridade alguma eu estava diante
de um planejamento estratégico. Era como se estivesse em uma empresa. De um
modo singelo e prático, foram discutindo e montando tudo o que era necessário
para chegar ao objetivo.
Encontraram a maneira de colocar a água na caixa, que aconteceu através
de uma bomba de sucção, acharam a maneira de buscar a água, que foi através
de um tanque de grande proporção que tinha na propriedade, e também depois de
discutir e analisar chegaram a conclusão de qual local tirariam a água.
De posse de todas as informações,
foram literalmente a campo.Tudo dando certo, claro com alguns percalços normais
no caminho, como em qualquer planejamento.
Ocorre que, como não poderia deixar
de ser, após terem enchido o tanque e levado o mesmo para que a água fosse
colocada na caixa d’água através da bomba, surgiu o grande problema. A dita
bomba que puxaria a água para caixa não entrava no tanque. Pronto, a primeira
pergunta. E agora?
Eu analisando toda aquela situação,
interagindo com aquelas pessoas, e pensando ao mesmo tempo em tudo o que havia
passado e aprendido dentro das empresas, traçava um paralelo entre as partes,
observando atentamente tudo o que se passava.
Após o primeiro momento de paralisia,
começaram a surgir às opiniões, que para nós os letrados, seriam as idéias.
Depois de muita discussão chegou-se a conclusão do que fazer. Colocaram em prática
e logo perceberam que não era a melhor maneira para executar o determinado
trabalho, porém, foi-se aprimorando, tirando daqui, colocando lá, etc, até
que finalmente o melhor acontecesse, ou seja, funcionou, finalmente a caixa d’água
estava cheia e logo estaríamos todos tomando banho. O melhor banho de nossa
vida!
O fato mais importante é que durante
todas as etapas que se passaram, em nenhum momento houve estresse, pressão ou
cobrança. Tudo foi realizado na mais perfeita harmonia e respeito.Tudo era
motivo para uma boa risada, uma piada providencial, uma brincadeira.
Lembrem-se,
quero recordar que estou falando de pessoas sem estudo, sem pós-graduação,
doutorado, mestrado, etc. Estou falando de trabalhadores rurais, peões de estância,
porém grandes pessoas e esforçados seres humanos. Quanto aprendizado!
Que lições tirar desta pequena história
real?
1-
Onde menos esperamos podem estar os maiores e melhores ensinamentos;
2-
Respeito. Ouvir as pessoas e prestar atenção no que elas têm para nos
dizer;
3-
Sorrir muito, descontrair, pois desta forma as nossas idéias surgem mais
facilmente;
4-
Saber onde queremos chegar;
5-
É na simplicidade que estão as melhores soluções. Não complique;
6-
Não queira ser melhor do que as pessoas que não têm o mesmo estudo e
oportunidade que você teve, onde menos esperamos surgem as melhores cabeças;
7- Seja humilde, observe, aproveite para aprender, sempre é tempo.
Afinal
a seca que castiga o estado do RS impõem uma postura nova em toda parte, do
campo à cidade. É a empresa da vida convidando para olhar o velho mundo com
olhos novos. A chuva é uma necessidade vital, mas na falta dela o que podemos
fazer para não secarmos feito o verde dos campos. Afinal, o mundo precisa de nós,
do nosso bom senso, das nossas melhores especialidades, do nosso empenho, das
nossas idéias, do nosso melhor. Não importa realmente o nosso grau de
escolaridade o que realmente tem importância é a nossa motivação para
resolver, para solucionar.
É tempo de sermos estrategistas, pois não
é para qualquer um sobreviver quando tudo a volta está com sede e quando a
chuva insiste em ausentar-se!
Atitudes
diárias realizadas com humildade e alegria despertam a verdadeira sabedoria.
PUBLICAÇÃO
AUTORIZADA EXPRESSAMENTE PELO COLUNISTA
A PROPRIEDADE INTELECTUAL DOS TEXTOS É DE SEU AUTOR
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