O drama espiritual do homem é viver na escuridão, inundado por explicações que se alinham à razão humana, porque esse mundo é filho do iluminismo. Mas há muitas coisas que o iluminismo não consegue explicar, uma delas como se poderia imaginar a história do DEUS que se entrega a morte a favor dos seus inimigos, dos filhos da ira por natureza. Os deuses mitológicos fizeram o que seres humanos fariam, porque foram criações do espírito humano e deuses não eram.

            Antes de ser homem JESUS era DEUS, e depois de ser homem, continuou sendo DEUS, cem por cento homem e cem por cento DEUS. Sua historia arrebenta balizas mitológicas e a capacidade humana de imaginar  salvação desenhada por DEUS, porque tudo o que o homem imaginou partiu de si mesmo, das suas entranhas, da sua essência, e essa jamais conceberia a cruz como foi.

            Outra dificuldade, entender-se a si mesmo. Você foi feito à imagem e semelhança de DEUS, em tríplice dimensão espiritual, numa alusão à trindade – DEUS PAI, DEUS FILHO E DEUS ESPÍRITO SANTO -, pelo que se lhe afiguram: o corpo, a alma e o espírito. O corpo é razoavelmente fácil entendê-lo porque visível e palpável, conquanto constitua uma máquina fabulosa; a alma como centro das emoções e da razão, também, ainda que a psicologia continue mergulhada na profundidade do ser humano, sem tocar o que seria o fundo da alma. E o espírito? O espírito do homem é a lâmpada do SENHOR que esquadrinha o mais interior corpo – Provérbios, capítulo 20, versículo 27. 

            Mesmo após a queda no Éden, o espírito ainda é a dimensão de DEUS no homem que o distingue dos demais seres vivos. Por isso JESUS afirmou pouco antes de ser entregue à crucificação que o espírito estava pronto, mas que a carne era fraca. Nos evangelhos é comum encontrar a expressão que JESUS “em espírito” fez ou exclamou algo, porque o espírito é a dimensão de DEUS no homem. Eliseu exortou a Geazi, quando este lhe tentou engambelar, de que ele, Eliseu, em espírito, acompanhara a Geazi e vira o que ocorrera. Paulo em uma de suas cartas afirmou que estava ausente no corpo, mas presente em espírito.

            Como tudo o que o diabo distorceu, sempre com a anuência do homem sem o que lhe seria impossível, tenta fazê-lo com o espírito do homem em viagem astral e outras peripécias. Qualquer coisa vale, menos mergulhar nas Escrituras e conhecer a verdade de quem somos e para quem fomos feitos.

            Mas o espírito do homem é lâmpada do SENHOR e nada mudará essa natureza, nem a cegueira do homem quanto a si mesmo, embalado pelo engodo de poderia ser como DEUS, a velha conversa da serpente no Éden. O não buscar a DEUS é a materialização de que se pode suprir o que, em verdade, só DEUS o pode, porque ELE encerra em si mesmo a verdade, a bondade e a vida. Toda bondade vem de DEUS, mesmo a que se materializa num ateu.

            O mesmo DEUS que criou o homem, fez seu espírito para ser a dimensão em que se acessa a ELE, porque DEUS é espírito e importa ser adorado em espírito e em verdade. Sua palavra, a Bíblia, é livro espiritual que alimenta o espírito do homem, de maneira que se a razão do homem não a compreender, ainda assim seu espírito é alimentado, pois se trata de uma dimensão espiritual adentrando noutra dimensão espiritual. Noutro giro, se o homem viver em função do prazer, no edonismo, subsistirá nele sentido insaciável, uma vez que satisfazer a carne, a concupscência, não alimenta o espírito que é a lâmpada do SENHOR.

            Se conhecimento é poder, a absorção das Escrituras pelo espírito humano é vedada para a alma e o corpo. Abra o coração e leia a Bíblia, porque seu espírito já está ávido por ela, conquanto você não saiba.