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01 / MAIO / 2007
CARROS MOVIDOS À ÁLCOOL NOS
ESTADOS UNIDOS REPRESENTAM GRANDE OPORTUNIDADE PARA O BRASIL
Por
Fernando Dias Ribeiro
(*)
Uma grande revolução no emprego do álcool (Ethanol) como combustível para a maior frota de veículos do planeta está em andamento nos Estados Unidos. As grandes empresas de produção e distribuição de combustíveis, tais como Chevron, Shell, Conoco Phillips 76 e Arco já estão adicionando 5.65% de Ethanol na gasolina, em vários estados importantes como a Califórnia, mas a iniciativa não para aí, pois 1.700 postos de distribuição pelo país já dispõem de bombas com E85, uma mistura de 85% de Ethanol e 15% de gasolina.
Recentemente as três maiores montadoras de veículos dos Estados Unidos (GM, Ford e Chrysler) se reuniram com o presidente George Bush para discutirem o incremento da produção de flex-fuel vehicles(veículos que utilizam qualquer tipo de mistura), que pode chegar a 50% até o ano 2012.
Agricultura
Frente a crescente pressão internacional para que os Estados Unidos reduzam seu protecionismo na área agrícola, a produção interna de etanol tende a promover um significativo redirecionamento de produção, eventualmente abrindo espaço para a queda de sobretaxas de produtos agrícolas exportados pelo Brasil e outros países emergentes, inclusive o próprio etanol, que é sobretaxado em mais de U$ 0.50 por galão, pois a meta de reduzir em 20% do consumo de gasolina nos próximos 10 anos é uma meta astronômica, mesmo para a eficiente máquina agrícola americana.
Como o Brasil detém a mais avançada e experiente indústria de produção e distribuição de álcool, é natural que, mesmo os Estados Unidos, procurem uma aproximação e parceria nesta tão importante fronteira. Cabe agora a nosso governo e meio empresarial executar um trabalho inteligente de aproximação, traçando estratégias nas áreas diplomática, comercial e publicitária, de forma a “fertilizar” uma fronteira que sinaliza imenso potencial.
Transporte
Outro aspecto relevante para eventuais investidores brasileiros, que pode bem servir como porta estratégica de entrada no mercado americano, diz respeito à distribuição do etanol. Nos grandes centros metropolitanos, a distribuição de gasolina e derivados entre as plantas produtoras (refinarias), os terminais de estoque (portos) e os terminais de distribuição (cargas de caminhões-tanque) é feito através de pipe-lines (tubulação subterrânea). Já com o etanol isso não é possível por motivos técnicos, obrigando o transporte do etanol por via terrestre através de caminhões-tanque, o que já vem provocando uma grande demanda por empresas de transporte especializadas em combustíveis.
(*) Fernando Dias Ribeiro, piloto de automobilismo, reside nos Estados Unidos e é "ex-caminhoneiro". E-mail: [email protected]
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