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R E L I G I Ã O
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/ D E Z E M B R O / 2 0 0 8
DESLOCAMENTO, A ESSÊNCIA DO
NATAL
Por Bruno
Aníball Peixoto de Souza, colunista do Portal Brasil
Numa breve história do Natal, ele começa com Abraão, porque a humanidade precisa de sinais para identificar o MESSIAS de DEUS. Então o ALTÍSSIMO o escolheu para ser pai dos salvos, pai do salvador que viria de seus filhos, os judeus, posto que a salvação vem dos judeus, pelo que disse e Abraão que saísse da sua casa, da casa de seu pai e da sua parentela para ir a uma terra que ELE lhe mostraria.
Abraão não sabia aonde ia, mas sabia com quem ia. Se não houvesse Abraão, não haveria Natal. E a história de Abraão começou com deslocamento. Deixou uma família idólatra, um povo idólatra, uma terra idólatra para relacionar-se e adorar o DEUS único e verdadeiro, criador dos céus e da terra, o autor da vida, o que chamou a existência tudo o que há, e isso para preparar o local de adoração dos salvos, os seus filhos, os filhos de Abraão, pois DEUS lhe dissera que nele seriam benditas todas as famílias da terra.
Muitos não acham tempo para ir ao lugar de adoração por causa da família. A história de Abraão mostra que a família além de não salvar pode se afigurar óbice à libertação e à vida eterna. A história do Natal começa com o deslocamento de Abraão.
Depois de Abraão, seu neto Jacó, filho de Isaque, desceu com doze filhos ao Egito, que são os pais das doze tribos de Israel, conforme DEUS profetizara ao patriarca Abraão, e quatrocentos anos depois, para cumprir o que fora dito, DEUS levantou Moisés para o maior deslocamento da história da humanidade, o mais extraordinário, registrado até em pedras egípcias, o Êxodo, para levar a nação dos salvos em deslocamento ao local o qual DEUS separou por meio de Abraão para adoração dos salvos - local em que se encontraria a pequena e pacata Belém de Judá, cidade natal de JESUS, origem do Natal.
Mas os hebreus não queriam o deslocamento. Inúmeras vezes vociferaram contra Moisés e Arão porque sentiam falta das cebolas, dos alhos e dos melões do Egito. Muitos não vão ao lugar de adoração buscar a DEUS, não pela família, mas pelo desconforto físico e financeiro. Tentaram matar Moisés várias vezes, não queriam o deslocamento. De toda a nação israelita, cerca de seiscentos homens, de vinte anos para cima, ou seja, dos imputáveis, numa linguagem jurídica, só Josué e Calebe adentrarem à terra prometida, terra que mana leite e mal e simboliza espiritualmente o céu, porque foram os únicos, que como Abraão, se submeteram de coração ao deslocamento por amor ao ALTÍSSIMO.
A história do Natal continua com a saga do deslocamento. Um decreto de César Augusto obrigou que José e sua esposa Maria descessem do norte de Israel para o sul, a fim de que se cumprir as Escrituras de que o MESSIAS nasceria em Belém de Judá.
Adiante, outro deslocamento, a de uma estrela a indigitar local de nascimento de JESUS. Assim registrou o ALTÍSSIMO sobre seu relacionamento com as estrelas, pela boca do profeta Isaías – Isaías, capítulo 40, versículo 26:
“Levantai ao alto os vossos olhos, e vede: quem criou estas coisas? Foi aquele que faz sair o exército delas segundo o seu número; ele as chama a todas pelos seus nomes; por ser ele grande em força, e forte em poder, nenhuma faltará.”
DEUS chama as Estrelas e chamou aquela estrela de Belém para compor o cenário de adoração ao seu filho JESUS, recém nascido, assim como chama muitos todos os domingos a adorarem, mas não vão por causa da família ou do desconforto de sair. As estrelas vão pela intimidade, porque conhecessem o criador. Aristóteles já dizia que o homem é o que faz. Os adoradores se deslocam todas as semanas, estes são o que entrarão na morada do ALTÍSSIMO e seu filho, os afeitos ao deslocamento.
A história do Natal continua com o deslocamento dos reis Magos, homens sem relação com os israelitas, nação que aguardava o MESSIAS, viram o sinal da Estrela porque aguardavam com ansiedade o sofrimento da longa viagem tão somente para adorar o MESSIAS. Outros moram perto de locais de adoração, têm carro, ônibus, mas ficam bem em casa aos domingos.
Os magos irromperam em viagem porque aguardavam. A viagem não importava, estar no lugar de adoração sim. Os que domingo arrumam o que fazer não tem expectativa nenhuma. Os dizeres de Davi, o grande rei do qual descende JESUS, lhes soa estranho – Salmo 122, versículo 1: “Alegrei-me quando me disseram: Vamos à casa do Senhor.”
Outros não vão ao lugar de culto por causa do trabalho, estão “cansados”. Os pastores no campo, de madrugada, na vigília da noite, ouviram o coral de anjos e afluíram ao local de adoração.
Há dois anos, uma senhora com quase noventa anos sofreu um revés. Todos os domingos, inapelavelmente, viajava quase duas horas de ônibus, de Samambaia/Distrito Federal ao Lago Sul/Distrito Federal, a fim de adorar ao seu DEUS num determinado lugar de culto, até que ficou impossibilitada de andar, logo teria uma boa desculpa para não ir mais ao local de culto todos os domingos.
Então ela disse a JESUS, o mesmo da estrebaria, da estrela, dos reis magos, dos pastores, o mesmo enfim, lhe disse que se ela não pudesse andar e, assim, ir ao lugar do culto, então que ELE, JESUS, lhe tirasse a vida. No dia seguinte após essa oração ela voltou a andar.
Isso pode parecer estranho, mas as coisas espirituais se discernem espiritualmente. Só quem é nascido de novo pelo sangue de JESUS, mediante o poder do ESPÍRITO SANTO DE DEUS, pode entender a dor dessa senhora. Se você não a entender, também não compreenderá o espírito do Natal.
Cada um prestará contas da sua vida, porque o lugar onde você passa os domingos revela o que lhe importa, porque nesse lugar está também o objeto do seu culto.
O Natal pertence aos adoradores e o seu preço é o deslocamento, sair de si mesmo, das desculpas, das próprias razões, do que se reputa importante, e partir na direção do lugar aonde se encontram os adoradores do MESSIAS, que continuam se encontrando milhares de anos após o nascimento de JESUS, e o farão até o maior deslocamento, a entrada na morada do ALTÍSSIMO.
A estrela, os magos, os pastores, Abraão, José e Maria estão ai para testemunhar a quem tiver o coração aberto para ver e ouvir. JESUS ordenou que se buscasse em primeiro lugar o reino de DEUS e todas as demais coisas seriam acrescentadas.
Um feliz Natal é algo vazio. Um feliz deslocamento porta o verdadeiro significado do Natal.
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