As jogadoras da Seleção Brasileira feminina de futebol acordaram com a notícia de que não enfrentariam a Coréia do Norte, pela segunda rodada do Grupo F da Olimpíada, com a camisa com o símbolo da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Tema da discórdia entre a entidade que rege o futebol e o Comitê Olímpico Brasileiro (COB), o assunto foi debatido até com o ministro do Esporte, Orlando Silva, em almoço realizado na concentração da equipe, em Shenyang.

            "Conversamos com ele sim. Queríamos saber se não poderíamos jogar com a camisa normal. A gente fica um pouco chateada com isso, mas o importante é entrar em campo e vencer, como fizemos hoje", afirmou Marta. A jogadora marcou o segundo gol da vitória por 2 a 1 sobre a Coréia do Norte, o primeiro dela na Olimpíada.

            A atacante Cristiane faz coro com a melhor jogadora do mundo e se diz decepcionada com o veto ao escudo da CBF. "A gente sente falta. É estranho quando põe a mão sobre o peito e não tem o símbolo", disse a atleta, que admitiu ter ficado irritada por ter saído aos 15min do segundo tempo para dar lugar a Pretinha. "É normal, toda atacante quer jogar para marcar os gols".

            O técnico Dunga, que assistiu ao jogo da Seleção feminina em uma das arquibancadas do Estádio Olímpico de Shenyang, acredita que o Brasil perde uma arma em campo sem o símbolo na camisa. De acordo com ele, até mesmo os adversários notarão a diferença.

            "Nas partidas do Brasil, os jogadores adversários ficam ansiosos em pedir a nossa camisa, a de cinco estrelas, para levar para os seus países. Dá para ver como ficam felizes, é como se tivessem ganho um troféu", concluiu.

            De acordo com a CBF, o pedido feito pelo COB foi feito para não prejudicar a campanha pelos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016. Já o Comitê Olímpico Brasileira diz que atendeu um pedido do COI.