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I M I G R A Ç Ã O
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Ultraje à nação e à dignidade humana: governo brasileiro deixa corpo de professor abandonado no necrotério 

            Tragédias não apenas devastam. Também trazem à luz faces e fatos envolvidos. 

            Não foi diferente há um mês, quando o professor da Universidade de Pernambuco Almir Olímpio Alves foi morto no massacre que vitimou 14 pessoas na American Civic Association de Binghamton, Estado de Nova Iorque. 

            Um vietnamita entrou no prédio disparando, matou e feriu pessoas de várias nacionalidades que se encontravam ali para estudo de aperfeiçoamento da língua inglesa. Isto aconteceu às 10h30 da manhã de sexta-feira (3), e no dia seguinte a lista das vítimas já seria liberada pelas autoridades policiais.

                 A esposa do professor apenas foi comunicada do fato na noite do sábado, pela esposa de um companheiro de Universidade atualmente vivendo nos EUA. Enquanto isso, o corpo do seu marido  ficou guardado na morgue local, até que autoridades federais americanas mobilizassem esforços para transladá-lo para o Brasil, tendo na outra ponta a direção da Universidade de Pernambuco.

             Em vez da prontidão da diplomacia brasileira em atuar, contatando a família e depois viabilizando os arranjos para o transporte do corpo, o que se teve foi uma “nota de consternação” emitida pelo Itamaraty quase uma semana depois. As elites brasileiras questionavam sobre “o que um doutor em Matemática estaria fazendo num curso de Inglês para imigrantes?

             O presidente do Brasil ignorou abertamente a perda, chegando mesmo a não se dirigir à família do professor quando visitou Pernambuco para o funeral de um político aliado, velado ao mesmo tempo. O governo brasileiro relegou Almir Alves à indigência, durante quase uma semana em que seu corpo esperou na morgue, e mais tarde.

             Muitos brasileiros vivendo nos EUA se chamam de “brazucas” e cantam suas saudades em cervejas e feijoadas. Uma infinita distância de quem foi Almir Olímpio Alves. Um garoto com sede de saber, que cresceu entre o trabalho duro no campo sob um sol de 35 graus e a escola, a universidade. Esta era a face de Almir.

             Tínhamos amigos comuns e a um deles, o professor contava entusiasmado sobre vir buscar mais conhecimento para em seguida partilhar com alunos e colegas, pouco antes de viajar. Ele estava no lugar e hora errados, mas certamente sendo o que lhe era de costume, um cidadão comum.

             Para o Brasil, pessoas como Almir Alves são especiais, são o verde e o ouro que fazem desse um país amável. Por mais odientas que sejam as ervas daninhas.

Lucia Wilson, especial para a coluna

(*) Freddy de Freitas, 48 anos, divorciado, é cidadão americano, nascido no Hospital de Base em Brasília; ex-aluno dos colégios Marista e Objetivo;
cursou jornalismo na Universidade de Brasília (UnB) e é colunista titular do Portal Brasil.

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