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M O T I V A Ç Ã O   &   E M P R E E N D E D O R I S M O
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Dra. DENISE AMARALQUEM, OU O QUÊ?
Por Denise Amaral (*)

Será que, a certa altura da vida, todas as pessoas deixam de ser “alguém”, para se tornar “alguma coisa”? Suas características pessoais e humanas perdem espaço e importância para qualificações consideradas mais significativas e esclarecedoras, do tipo “proprietário da empresa tal”, “ diretor disso ou daquilo”, o responsável pela negociação... Talvez porque assim pareça mais fácil avaliar as pessoas – com base naquilo que fazem, e não na forma como o fazem, naquilo que têm, e não naquilo que são. Faz-me lembrar de Saint-Exupéry, em seu livro O PequenoPríncipe, quando dizia que os adultos, quando querem saber como é o novo amiguinho de seus filhos, nunca perguntam qual a cor de seus olhos ou como é o som de sua voz. Querem saber o tamanho da casa onde mora ou o quanto ganha o seu pai. E aí se sentem aptos a julgar se ele é ou não uma boa companhia.

E assim como a lagarta se transforma em borboleta, o companheiro e amigo de outrora vai aos poucos adquirindo os contornos do sucesso, e bate as asas rumo a um status que, se de um lado lhe traz grandes benefícios, por outro pode distanciá-lo de relacionamentos sinceros e desinteressados. Suas conquistas materiais ofuscam o que ele cultiva dentro de si, fazendo com que muitos se esqueçam que por trás do título existe uma pessoa de verdade, com sentimentos reais, interesses e qualidades, e que a posição em si não é nada se não houver quem lhe dê vida, emprestando-lhe talentos e conhecimentos que determinam a personalidade única daquele profissional.

O poder e o sucesso podem distorcer a perspectiva que uma pessoa tem da realidade, mas todas as conquistas intelectuais ou técnicas só ganham verdadeiro sentido e plena utilidade quando vinculadas a um preparo humano igualmente qualificado. Competência é essencial, mas a capacidade de fazer com que trabalhar ao seu lado seja uma experiência agradável e enriquecedora para todos é uma qualidade realmente especial, que só faz realçar e potencializar as suas habilidades e o seu brilho profissional.

As pessoas não são apenas cargos, salários, conquistas e aquisições. São seres humanos, e sua realização só é completa com o amor verdadeiro, com o interesse sincero de um amigo, a conversa despretensiosa na companhia de pessoas que estão ao nosso lado por que gostam realmente de nós, seja qual for o trabalho que realizamos ou a posição que ocupamos naquele momento. O sucesso é muito bom quando pode ser compartilhado e desdobrado em boas obras. Quando une pessoas, e as faz caminhar mais felizes pela vida, e não quando só faz relegá-las à solidão absoluta de um alto pedestal, inatingível e triste, apesar de admirável.

Enquanto você esforça para crescer profissionalmente, lembre-se de fazer com que seu coração o acompanhe nesta escalada. Assim, a pessoa que chegar ao topo será ainda um ser humano íntegro, capaz de perceber a conseqüências de suas decisões, e preparado para agir sem ignorar seus valores e sua consciência. Muitos atingem altas posições, mas não são fortes o suficiente, e vão abandonado tudo o que “pesa” pelo caminho – abrem mão de coisas importantes, e perdem os contornos sutis de algumas virtudes indispensáveis para sua tranqüilidade duradoura ou sua realização plena.

Conquistas profissionais são uma parte importante da vida das pessoas, mas são só uma parte. Não podem sufocar o lado humano de ninguém, por maiores que sejam as compensações materiais – o sucesso, sozinho, não significa felicidade. E admiração e respeito não suprem a alegria de sentir-se amado.

(*) Denise Rodrigues do Amaral é escritora, advogada e pós-graduada em Teoria da Comunicação, especialista em comunicação e produtividade.
É autora do livro "Crianças podem voar", publicado pela Editora Internacional e possui mais de 400 editoriais publicados na área de relacionamento no trabalho.

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