SEU DESTINO É SER FELIZ
Por Denise Amaral (*)

           Para quem tem filhos, fica mais fácil de imaginar – como pais, queremos para eles o que há de melhor. Queremos que estejam sempre alegres, saudáveis e sorridentes. Que estejam felizes com aquilo que fazem e com aquilo que têm, e sempre que possível fazemos um esforço para realizar os seus desejos – seja um novo brinquedo, um sorvete, um passeio para algum lugar especial.

            Um filho doente nos faz sofrer. Um filho triste, inseguro, aperta o nosso coração, e não poupamos recursos para prepará-lo bem, para ajudá-lo a ter sucesso em seus projetos, para defendê-lo se for preciso. Nenhuma pessoa normal quer que seu filho sofra ou passe necessidades, ou que fique às margens da sociedade, travando uma luta interminável contra a realidade.

            Resumindo, criamos nossos filhos para o sucesso e para a felicidade. O que pudermos fazer para colaborar, nós fazemos com o coração repleto de alegria!

            Se nós, seres humanos, limitados e imperfeitos, agimos assim com os nossos filhos – e se não nos incomodamos em usar nossos recursos, por vezes tão limitados, em benefício deles, de seus sonhos, de seus projetos – quanto mais não fará Deus pelos seus filhos todos?

            Cada ser humano foi criado por um gesto de amor perfeito, e colocado no mundo para ser feliz, saudável, bem sucedido. Para usufruir de bens em abundância e realizar todos os seus desejos – os bons desejos. Sempre que um filho pede algo bom, pode ter a certeza de contar com todo o empenho de seus pais para ajudá-lo a conseguir o que deseja. E como os recursos divinos são infinitos, podemos ter a certeza de que, se pedirmos coisas boas – não apenas para nós, mas para todas as pessoas ligadas à realização de nosso desejo – nós seremos atendidos.

            Pode acontecer, no entanto, de alguém querer coisas que não são corretas. E se por um lado podemos negar nossa ajuda, pode ser que não sejamos capazes de impedi-lo de alcançar o que quer por seus próprios meios. As conseqüências, no entanto, são de sua total responsabilidade. Tanto o mal que provocar, como a punição que dali vier.

            Da mesma forma que tentaríamos dissuadir nosso filho de uma idéia errada, ou que não o ajudaríamos a cometer um crime, apesar de não podermos impedi-lo de fazer o que bem entenda, caso tenha idade e condições para isso, Deus não incentiva o mal, tampouco colabora com ele. Mas cada pessoa tem total liberdade para escolher o seu caminho, para definir de que forma vai marcar o mundo, de que maneira vai tocar a vida daqueles que estiverem ao seu lado ou ao alcance de suas ações e de suas decisões.

            Não queremos que nossos filhos adoeçam, ou que sofram, e fazemos o possível para protegê-los. Mas não podemos estar ao lado deles o tempo todo, por toda a vida, segurando em sua mão para atravessar a rua, garantindo que não andem sozinhos por lugares perigosos e escuros, que não tenham más companhias, que não caiam na tentação do lucro fácil, que não se deixem enganar pelas aparências... Nós os colocamos no mundo, e os preparamos para que sejam capazes de caminhar sozinhos. Damos as diretrizes, e os elementos que formarão sua personalidade, seu caráter. Mostramos que existe diversidade no mundo – as boas e as más sementes – e ensinamos a plantar, a regar, a podar, a colher. Porém as escolhas serão suas, e aquilo que semearem vai definir o que colherão no futuro.

            Nós temos um grande poder de criar neste mundo. Se nos decidirmos pelo que é bom, não haverá falta de recursos. Se assumirmos uma postura positiva e alegre, não faltará quem nos ajude. Se pusermos os nossos olhos em objetivos benéficos e construtivos, não há sucesso impossível! As armas estão todas ao alcance de quem estiver realmente disposto a lutar. O problema é que muitos desistem de uma idéia sem nem ao menos tentar.

            Quando olhamos ao nosso redor, vemos pessoas que se destacam, enquanto outras simplesmente desaparecem no meio da multidão. Falta-lhes acreditar em seus próprios – muitos – talentos! Se nosso filho, cujas qualidades nós tão bem conhecemos – ficasse todo o tempo acabrunhado, com ar abatido, consumido em seus próprios pensamentos, o que faríamos? Nós com certeza faríamos tudo para dar-lhe maior confiança em si mesmo, nós o incentivaríamos a compartilhar suas idéias, promoveríamos atividades capazes de aumentar sua autoestima, faríamos com que ele descobrisse e utilizasse todo o seu potencial, todos os seus talentos.

            Muitas pessoas passam pela vida sob a sombra de suas próprias inseguranças, e deixam de aproveitar todas as maravilhas que o mundo coloca à disposição de cada um de nós. Uma vida plena de felicidade está ao alcance de todos. Basta desejar, a abrir o coração para receber. Pois quem deseja aprender, tem que estar disposto a estudar – com alegria! Quem deseja um salário melhor, tem que estar disposto a trabalhar – com empenho! Quem deseja uma família tem que estar disposto a dividir – com sinceridade e com generosidade!

            Sucesso e felicidade estão ao alcance de todos aqueles que perceberem que ninguém é feliz sozinho, e que não há realmente “sucesso” se não for compartilhado.

            Limites existem, mas nós mesmos os impomos. Podemos, então, retirá-los de nosso caminho no momento em que decidirmos nos lembrar que o mesmo Amor que nos criou é capaz de nos dar a força que nos falta, o incentivo de que precisamos, o “empurrãozinho” necessário para que decolemos rumo à felicidade que desejamos.

(*) Denise Rodrigues do Amaral é escritora, advogada e pós-graduada em Teoria da Comunicação, especialista em comunicação e produtividade.
É autora do livro "Crianças podem voar", publicado pela Editora Internacional e possui mais de 400 editoriais publicados na área de relacionamento no trabalho.

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