Área Cultural Área Técnica

 Ciência e Tecnologia  -  Colunistas  -  Cultura e Lazer
 
Educação  -  Esportes  -  Geografia  -  Serviços ao Usuário

 Aviação Comercial  -  Chat  -  Downloads  -  Economia
 
Medicina e Saúde  -  Mulher  -  Política  -  Reportagens

Página Principal

E S T R A N G E I R I C E S
"Uma estória de amor pelo diferente"

CAPÍTULO III - 16.07.2010
Por
Juliana Ximenes (*)
        

            Mas, enfim... ele adivinhava meus pensamentos... ele me lia! No começo eu ficava surpresa como ele sabia os lugares todos que eu queria ir, acertava o que eu queria comer, esclarecia minhas dúvidas sem eu sequer ter aberto a boca pra me manifestar. Foi quando eu comecei a entender que independência é muito bom, mas que pra ser cuidada de vez em quando eu não precisava ser submissa. Até que, um belo dia, eu pude entender algumas das coisas que se passavam. Eu tinha um quarto grande, com armários de portas espelhadas, e eu estava de frente para elas, na cama, deitada, com uma calça xadrez vermelha e branca e um top preto, os cabelos presos em grampos, falando com ele ao telefone, quando ele de repente diz: “You look nice in these clothes, but your hair is funny, can u turn other side and look to the mirror so I can see it better?” (Você está bem nessa roupa, mas seu cabelo está engraçado, você pode virar para o outro lado e olhar no espelho pra que eu possa te ver melhor?)...Juro que gelei!!!. Como assim????? Fiquei tão nervosa que não quis virar com medo... 

         No telefone, comecei a brigar com ele pedindo que parasse de me assustar e perguntando como que ele sabia o que eu estava vestindo se eu nunca tinha usado essa roupa com ele! Estava um pouco irritada e com medo (eu sempre fico irritada quando fico com medo... Freud explica!). Foi quando ele pediu: “relax!” e começou a me explicar que desde pequeno aprendeu com o avô algo chamado “mesmerização” (prática que envolve hipnose e leva em consideração questões metafísicas como: existência do fluido universal, princípio vital, corpo espiritual, dualidade entre alma e corpo, e outros conceitos... enfim, ia perder muito explicando... google it, se for o caso!) e “desdobramento”, basicamente ele podia: ler meus pensamentos, se eu não bloqueasse (o que eu aprendi a fazer logo depois, sempre que achava que o que eu estava pensando poderia me comprometer: esperta!); e deslocar-se mentalmente até onde eu estava, podendo ver o que eu estava fazendo, como eu estava vestida, etc etc... Tive pânico! Me desesperei pensando em todas as vezes que fui ao banheiro!!! 

         Bom, no começo foi um choque, mas, devido à minha educação espírita (v. Allan Kardec) e devido ao fato de que, quando pequena, estava acostumada aos diversos fenômenos que presenciei em minha própria casa, entendi exatamente o que estava acontecendo, mas fiquei preocupada e fui pedir ajuda a minha mãe, uma médium educada porque, de fato, não queria um “encosto” vivo 24 hs no meu pé! 

         Ela me disse que o simples fato de, ao pensar, eu desejar não compartilhar meus pensamentos, bloquearia a curiosidade dele, e que fizesse o mesmo todas as vezes que estivesse em uma situação em que não quisesse ser observada! Bom...foi um período muito paranóico esse da minha vida... 

         Depois desse episódio, quando nos encontramos novamente, surtei com ele, fiquei realmente brava. Disse que ele estava proibido de me ler ou me ver à distância (se algum psiquiatra me visse diagnosticaria esquizofrenia e lá estaria eu fazendo companhia para o pessoal do manicômio), e que de agora em diante eu iria observá-lo bem pra notar se ele tinha feito isso em algum momento.

         Ele se divertia, mas com o tempo aprendi a controlar a situação e usá-la em meu próprio benefício, por exemplo: Eu não precisava ligar pra ele pra avisar que cheguei em casa, era só pensar nele durante o caminho de volta, passava a porta de entrada e meu telefone tocava, quando íamos sair e eu tinha dúvida sobre alguma roupa, ligava pra ele vestida e perguntava se estava bem, adoraaaaaava ouvir a opinião sem tê-lo efetivamente encontrado. E, também, quando me faltava o vocabulário em inglês era só sentir ou pensar na situação e ele entendia. Ou seja, literalmente, nos comunicávamos pelo pensamento. Mas, era via única... feliz ou infelizmente eu não tenho o mesmo poder...

continua na próxima quinzena...

Quem é Juliana Ximenes?

PUBLICAÇÕES AUTORIZADAS EXPRESSAMENTE PELA AUTORA
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS AO PORTAL BRASIL
® E A SUA AUTORA


FALE CONOSCO ==> CLIQUE AQUI