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TU R C O M E N I S T Ã O
CURIOSIDADE

 

Niyazov, O Grande, rebatiza calendário e redefine a vida

            Seu retorno está por todo o Turcomenistão, onde se diz que "a sabedoria tem limite, a tolice, não".

            No Turcomenistão, uma ex-república soviética encravada na Ásia Central, o culto à personalidade é a marca da administração do presidente Saparmurat Niyazov, de 62 anos, líder do país desde 1990. Ele é mais conhecido como Akbar Turkmenbashi, Grande Líder de Todos os Turcomanos.
            
            Há ruas, mesquitas, fábricas, aeroportos e até uma cidade chamados Turkmenbashi. O retrato do presidente aparece no dinheiro, cartazes e pôsteres, garrafas de vodca e saquinhos de chá. Uma estátua dourada de Niyazov, colocada no topo de uma arco de 75 metros de altura na capital, Ashgabat, está sempre girando, de modo que os braços fiquem sempre apontando para o sol.

             Esta semana, num pronunciamento no Conselho do Povo, o órgão consultivo de mais alto nível do país, Niyazov propôs aos 2 mil delegados mudar os nomes dos meses do ano. Janeiro será chamado de Turkmenbashi. Outubro passará a ser Rubkhnama, ou Renovação Espiritual - o nome de um livro de Niyazov, publicado em 2002 e de leitura obrigatória nas escolas. Outros meses têm nomes com bandeira, mãe e independência.  

             A imprensa local informou que o apoio do conselho foi praticamente unânime. A única voz "discordante" foi um delegado que sugeriu dar ao mês de maio o nome da mãe de Niyazov, Kurbansultan Edje, morta logo após ele nascer, em 1948. O presidente apenas propusera designar maio com mãe.

             Niyazov governa o Turcomenistão com crescente autoritarismo desde que se tornou secretário-geral do Partido Comunista, em 1985, quando o país ainda era república soviética. Ele se tornou presidente após a independência e firmou-se no poder suprimindo oponentes, restringindo liberdade de expressão e impondo um controle férreo a todos os órgãos do governo.

              Em 1999, o Parlamento cancelou o limite de duração do mandato de Niyazov, abrindo caminho para sua presidência vitalícia. Na semana passada, o Conselho do Povo propôs que ele se tornasse presidente vitalício. Niyazov polidamente recusou, dizendo que haverá eleições em 2008.

                Na terça-feira, o presidente baixou um decreto dividindo a vida humana em 12 ciclos. A adolescência foi estendida até os 25 anos. As pessoas entre 25 e 37 anos são agora definidas como jovens, e as entre 27 e 49, maduras. De acordo com o decreto, a faixa etária dos 62 aos 73 , em que se enquadra Niyazov, é classificada como idade da inspiração.

                Shirah Nurmuradov, poeta turcomano que foi morar na Suécia para fugir da perseguição política em seu país, comentou que a renomeação dos meses é um sinal de crescente loucura do regime Niyazov. "Há o culto, mas não existe nenhuma personalidade", afirmou Nurmuradov, membro de um grupo oposicionista. "Não podemos nos referir a ele como uma personalidade. Seu caso é de imbecilidade, e progressiva. Em nosso país há o seguinte ditado: "Há limites para a sabedoria, mas não há para a tolice".

 


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