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H I S T Ó R I A G E R A L
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
A
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
Desde a Pré-História o
homem tem transformado matérias-primas (pedras, barro, peles, lã, trigo, etc.)
em produtos úteis à sua sobrevivência. Trata-se de um antigo método de
transformação a que denominou artesanato. Nesse sistema o artesão trabalhava
por contra própria, possuía os instrumentos (meios de produção) necessários
à confecção do produto, dominando todas as etapas da transformação, da matéria-prima
até chegar ao produto final. Tomando o sapateiro da Idade Média como exemplo,
verificamos que era ele quem preparava o couro, que lhe pertencia, cortava-o com
sua tesoura ou faca e costurava-o com linhas e agulhas próprias, até ter ponto
o sapato (produto final), que ele venderia a algum interessado.
Já na Idade Moderna, buscando-se produzir crescentemente para o mercado, os
trabalhadores urbanos foram muitas vezes reunidos num mesmo local de trabalho,
cada um desempenhando uma atividade específica, utilizando principalmente as mãos
para transformar a matéria-prima, fazendo surgir o que se denominou manufatura.
Esse sistema de produção caracterizou-se basicamente pela divisão do trabalho
e aumento da produtividade. Dessa forma, numa fábrica manufatureira de tecidos
do século XVII, por exemplo, um trabalhador fiava, outro cortava até que a peça
de pano ficasse pronta.
Finalmente, como o desenvolvimento da economia capitalista, a produção de
artigos para o mercado passou a ser feita em série com máquinas, dando origem
às maquinofaturas industriais. Os trabalhadores passaram a participar do
processo produtivo apenas com a força de trabalho que aplicavam na produção,
já que os meios de produção (instalações, máquinas, capitais, etc.)
pertenciam à elite industrial, à classe burguesa.
O uso de máquinas em grande escala foi implantado na Inglaterra a partir de
1760, aproximadamente. Teve profunda influência sobre a economia mundial,
ocasionando significativas mudanças sociais, políticas e culturais para o
homem contemporâneo. A esse processo de alteração estrutural da economia, que
marcou o início da Idade Contemporânea, chamamos de Revolução Industrial.
Para a sua eclosão, porém, foi decisiva a acumulação de capitais verificada
entre os séculos XV e XVIII.
Graças à Revolução Industrial, o capitalismo da Época Moderno pôde
amadurecer e constituir-se num sistema econômico, suplantando definitivamente
os vestígios do feudalismo.
Assim, plenamente constituído, o capitalismo caracteriza-se basicamente pela
separação entre o produtor e os meios de produção, visto que é a burguesia
que detém as máquinas necessárias à transformação das matérias-primas, e
o produtor, detentor apenas de sua força de trabalho, vê-se obrigado a vendê-la
no mercado em troca de salário. A economia capitalista é, então, uma economia
de mercado, na qual a própria mão-de-obra converteu-se em mercadoria.
O
PIONEIRISMO INGLÊS
As principais razões do início da
Revolução Industrial na Inglaterra foram:
* possuía uma burguesia muito capitalizada em função dos lucros auferidos com
as atividades comerciais da época mercantilista;
* desde o século XVII, controlava a oferta de manufaturados nos mercados
coloniais;
* contava com um regime de governo (parlamentarismo) que favorecia o
desenvolvimento capitalista. Desde a Revolução Gloriosa de 1688 os entraves
mercantilistas haviam sido abolidos da economia britânica e o Estado, dominado
pela burguesia, atuava no sentido de corresponder aos interesses dessa camada
social;
* possuía grandes jazidas de carvão e ferro, matérias-primas indispensáveis
à confecção de máquinas e geração de energia;
* concentrava abundância de mão-de-obra nas cidades, resultado do forte êxodo
rural verificado na Idade Moderna. Nesse período, a lã inglesa conquistou um
espaço considerável no mercado europeu e muitas das antigas propriedades agrícolas
comunais transformaram-se em cercamentos, isto é, áreas cercadas de criação
de ovelhas. Tal atividade, porém, demandava reduzido número de trabalhadores,
expulsando a mão-de-obra excedente, que se dirigia às cidades. A grande oferta
de mão-de-obra provocava seu barateamento e, consequentemente, reduzia os
custos da produção industrial, ampliando os lucros.
AS
FASES DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
A primeira fase da Revolução Industrial correspondeu ao período que se
estende de 1760 a 1850; nesse período a Inglaterra liderou o processo de
industrialização. O desenvolvimento técnico-científico, implementando a
modernização econômica, foi significativo; surgiram então as primeiras máquinas
feitas de ferro que utilizam o vapor como força motriz. Por outro lado, a existência
de um amplo mercado consumidor para artigos industrializados - América, Ásia e
Europa - estimulava a mecanização da produção.
Na primeira fase da Revolução Industrial, a indústria têxtil foi a que mais
se desenvolveu. A grande oferta de matéria-prima (o algodão, cujo maior
produtor era os Estados Unidos) e a abundância de mão-de-obra barateavam os
custos da produção, gerando lucros elevados, os quais eram reaplicadas no
aperfeiçoamento tecnológico e produtivo. Assim, também o setor metalúrgico
foi estimulado, bem como a pesquisa de novas fontes de energia.
Algumas invenções foram de fundamental importância para ativar o processo de
mecanização industrial, entre as quais podemos destacar:
* a máquina de Hargreaves (1767), capaz de fiar, sob os cuidados de um só operário,
80 kg de fios de algodão de uma só vez;
* o tear hidráulico de Arkwright (1768);
* a máquina Crompton, aprimorando o tear hidráulico (1779);
* o tear mecânico de Cartwright (1785);
* a máquina a vapor de Thomas Newcomen, aperfeiçoada depois por James Watt
(1769);
* o barco a vapor de Robert Fulton (1805 - Estados Unidos);
* a locomotiva a vapor de George Stephenson (1814).
Para facilitar o escoamento da produção industrial e o abastecimento de matérias-primas,
também os setores de transportes e comunicações tiveram que se modernizar.
Surgiram o barco a vapor, a locomotiva, o telégrafo, o telefone, etc.
A expansão industrial logo ativaria a disputa por novos mercados fornecedores
de matérias-primas e consumidores de gêneros industrializados resultando no
que se denominou neo-colonialismo.
A segunda fase da Revolução Industrial iniciou-se em 1850. Foi quando o
processo de industrialização entrou num ritmo acelerado, envolvendo os mais
diversos setores da economia, com a difusão do uso do aço, a descoberta de
novas fontes energéticas, como a eletricidade e o petróleo, e a modernização
do sistema de comunicações.
Outro acontecimento de grande importância dessa fase foi a efetiva difusão da
Revolução Industrial. Em pouco tempo, espalhou-se por todo o continente
europeu e pelo resto do mundo, atingindo a Bélgica, a França, a Itália, a
Alemanha, a Rússia, os Estados Unidos, o Japão, etc.
RESULTADOS
DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
O século XIX significou o século da hegemonia mundial inglesa. Durante a maior
parte desse período o trono inglês foi ocupado pela rainha Vitória
(1837-1901), daí ter ganho a denominação de era vitoriana. Foi a era do
progresso econômico-tecnológico e, também, da expansão colonialista, além
das contínuas lutas e conquistas dos trabalhadores.
Na busca de novas áreas para colonizar, a Revolução Industrial produziu uma
acirrada disputa entre as potências, originando inúmeros conflitos e um
crescente armamentismo que culminariam na Primeira Guerra Mundial, iniciada em
1914.
A era do progresso industrial possibilitou a transformação de todos os setores
da vida humana. O crescimento populacional e o acelerado êxodo rural
determinaram o aparecimento das grandes cidades industriais: Londres e Paris,
que em 1880 já contavam, respectivamente, com 4 e 3 milhões de habitantes.
Esses grandes aglomerados humanos originaram os mais variados problemas de
urbanização: abastecimento de água, canalização de esgotos, criação e
fornecimento de mercadorias, modernização de estradas, fornecimento de iluminação,
fundação de escolas, construção de habitações, etc.
No aspecto social, estabeleceu-se um distanciamento cada maior entre o
operariado (ou proletariado), vivendo em condições de miséria, e os
capitalistas. Separavam-se em quase tudo, no acesso à modernidade, nas condições
de habitação e mesmo nos locais de trabalho: nas grandes empresas fabris e
comerciais, os proprietários já não estavam em contato direto com os operários,
delegando a outros administradores as funções de organização e supervisão
do trabalho.
O mercado de trabalho, a princípio, absorvia todos os braços disponíveis. As
mulheres e as crianças também eram atraídas, ampliando a oferta de mão-de-obra
e as jornadas de trabalho oscilavam entre 14 e 18 horas diárias. Os salários,
já insuficientes, tendiam a diminuir diante do grande número de pessoas em
busca de emprego e da redução dos preços de venda dos produtos provocada pela
necessidade de competição. Isso sem contar que as inovações tecnológicas,
muitas vezes, substituíam inúmeros trabalhadores antes necessários à produção.
Aumento das horas de trabalho, baixos salários e desemprego desembocavam freqüentemente
em greves e revoltas. Esses conflitos entre operários e patrões geraram
problemas de caráter social e político, aos quais, em seu conjunto, se
convencionou chamar de questão social. Os trabalhadores organizaram-se, então,
em sindicatos para melhor defenderem os seus interesses: salários dignos, redução
da jornada de trabalho, melhores condições de assistência e segurança
social, etc. Diante desse quadro surgiram as novas doutrinas sociais, pregando a
criação de uma nova sociedade, livre da miséria e da exploração reinante.
AS
NOVAS DOUTRINAS SOCIAIS
O avanço do capitalismo em meio à exploração e à miséria fermentou o
ativismo trabalhista do século XIX, cujo objetivo era destruir as condições
subumanas estabelecidas pela industrialização. Num primeiro momento, os operários,
pouco conscientes de sua força, manifestavam seu descontentamento, diante das péssimas
de vida e de trabalho em que se encontravam, quebrando as máquinas, tidas como
responsáveis pela sua situação da miséria. William Ludd foi um dos líderes
desse movimento, por isso, denominado luddista, reprimido violentamente pelas
forças policiais.
A seguir os trabalhadores decidiram organizar-se em associações que lutavam
pela melhoria das suas condições de vida e de trabalho, nasceram assim os
sindicatos (trade unions), no início não reconhecidos oficialmente e
reprimidos de forma violenta. Muito depois, diante das suas vitórias, acabaram
conquistando o reconhecimento oficial de legítimos representantes da classe
trabalhadora. Por meio de lutas, conseguiram alcançar seus objetivos quanto à
elevação dos salários, limitação das horas de trabalho, garantias aos
trabalhadores acidentados, restrição de idade e número de horas de trabalho
das crianças, etc.
Na Inglaterra, o movimento operário pouco a pouco foi assumindo um caráter político.
Os trabalhadores desejavam uma maior participação nas decisões governamentais
que direta ou indiretamente os afetavam.
Organizou-se, então, o movimento cartista, que reivindicava, entre outras
coisas, a extensão do direito de voto, até então restrito aos cidadãos de
altas rendas, às camadas menos favorecidas da população inglesa.
Em meio a esta efervescência surgiram teóricos que se debruçaram sobre a
questão social defendendo a criação de uma sociedade mais justa, sem as
desigualdades e a miséria reinantes. Assim apareceram as principais quatro
grandes correntes de pensamento: o socialismo utópico, o socialismo científico,
o anarquismo e o socialismo cristão.
Fonte:
Base de Dados do Portal Brasil.
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