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E D I C I N A
PRINCIPAIS DOENÇAS
Alcoolismo ; Alergia ; Alzheimer ; Anorexia E Bulimia ; Asma ; Botulismo ; Bronquite Aguda ; Câncer ; Câncer de mama ; Câncer de Próstata ; Catarata ; Cistite ; Colesterol ; Dengue ; Depressão ; Diabetes ; Diarréia ; Ejaculação Precoce ; Esclerose múltipla ; Faringite ; Febre reumática ; Fluxo genital ; Glaucoma ; Gripe ; Hepatite viral ; Hipertensão ; Hipotireoidismo ; HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) ; Impotência ; Infecção urinária ; Leucemia ; Meningite ; Obesidade ; Osteoporose ; Parkinson ; Prostatite ; Resfriado ; Sarampo ; Sífilis ; Síndrome da Morte Súbita ; Sinusite ; Tétano.
ALCOOLISMO
O álcool etílico é a droga psico-ativa mais utilizada no mundo.
Atualmente, o abuso desta droga vem alcançando proporções massivas, tanto em países desenvolvidos como nos países em desenvolvimento, e está associado a uma série de conseqüências adversas, das quais o alcoolismo é apenas uma pequena parte, ainda que seja a de maior relevância do ponto de vista clínico. O problema do alcoolismo se transformou, sem dúvida, num dos fenômenos sociais mais generalizados das últimas décadas. Uma grande variedade de estudos para tentar estabelecer as suas verdadeiras dimensões foram criados, frutos da grande importância deste fenômeno.
Muitos destes estudos coincidiram em assinalar a grande repercussão que o consumo de bebidas alcoólicas teve nos últimos anos no sistema hospitalar. Destacando que as camas hospitalares dedicadas aos dependentes de drogas ou do álcool foi duplicado e que de 20 a 30% estão ocupadas por pessoas com problemas relacionados ao álcool. A imensa maioria dos autores afirma que de 15 a 20 % das consultas recebidas pelos médicos de família são atribuídos à ingestão do álcool e/ou de drogas.
Existe, além disso, uma ampla gama de problemas nos quais o álcool tem direta ou indiretamente um papel principal. Os tipos de problemas relacionados com o álcool são agrupados da seguinte maneira: problemas médicos, tanto físicos como psicológicos; nos relacionamentos familiares, laborais e sociais; acidentes domésticos, laborais ou de trânsito; condutas violentas e lesões auto-infligidas. Igualmente, também foi estabelecido que o álcool está relacionado com 40 a 50% dos acidentes de trânsito e 15 a 20% dos acidentes laborais e em 50% dos homicídios.
Causas:
Foi estabelecido que inúmeros fatores do tipo biológico, psicológico e social estão envolvidos na origem do alcoolismo e que a interação com fatores genéticos aumenta sua predisposição. Diversos estudos mostraram que a existência do alcoolismo ocorre com mais freqüência em familiares diretos de alcoólatras do que em familiares de não alcoólatras.
A história da humanidade nos mostra o gosto constante que o homem em geral tem pela bebida alcoólica. Desde sempre as bebidas alcoólicas são preferidas mais do que as outras, pelo seu efeito tônico e euforizante, para aliviar a angústia e para liberar o que está reprimido. Como se não bastasse a "satisfação oral" que a pessoa procura e os valores simbólicos de seu uso, certas particularidades são atribuídas ao álcool vulgarmente como por exemplo, "o álcool nos dá força e virilidade dos quais podemos nos orgulhar" ou que o vinho e o álcool "levantam o ânimo".
A evidência dos fatores sócioculturais no alcoolismo está demonstrada pela variação da proporção de alcoólatras segundo os grupos profissionais, sociais, as civilizações e segundo o sexo. Nos grupos profissionais é comum distinguir os empregos que predispõem o indivíduo a um excessivo consumo de álcool: trabalhos braçais, tarefas ao ar livre nas profissões agrícolas, trabalhos relacionados com a produção e a comercialização de bebidas alcoólicas e as profissões que impõem uma separação familiar periódica ou freqüente (marinheiros ou viajantes).
A relação estreita com outros alcoólatras, parece desempenhar um papel importante no hábito do alcoolismo, sobretudo nos primeiros períodos da vida, quando os mecanismos de imitação inconsciente e de identificação são mais naturais. Assim, é muito mais fácil de se encontrar um pai alcoólatra quando há na casa um outro alcoólatra. A pressão que os amigos exercem ou a pressão que o lugar de encontros exerce é muito importante e determinante na origem do alcoolismo. Em outras palavras, mesmo que para se tornar adito seja necessário ter uma personalidade alcoólatra, esta necessita a influência de determinados fatores sócioculturais para se desenvolver.
Manifestações:
Geralmente se trata de pessoas que passaram dos 40 anos de idade e cuja história etílica existe há muitos anos. Os alcoólatras caracteristicamente apresentam o rosto avermelhado, a conjuntiva dos olhos amarelada e têm um odor especial no hálito.
As palavras são inseguras, precipitadas e às vezes balbuciantes. Também pode se observar, imediatamente à ingestão do álcool, um tremor ao redor da boca e um aumento na transpiração. As manifestações psíquicas começam com a modificação do caráter: aumento da emotividade, irritabilidade, impulsividade, ciúmes, instabilidade de humor com freqüentes crises depressivas. Conjuntamente aparecem alterações intelectuais com uma diminuição do rendimento de trabalho, dificuldade de concentração e de atenção, certa confusão nos processos intelectuais, redução da eficiência profissional, absentismo e regressão no comportamento e nas relações sociais.
Logo após consumir álcool, em quantidade excessiva ou não, aparecem brechas na memória, em que o sujeito comprova no dia seguinte que não se lembra o que fazia enquanto bebia. Na ordem afetiva os resultados são bastante claros: tendências egoístas; diminuição no sentido ético e de responsabilidades; demonstra uma total despreocupação e indiferença à sua família protestando pela sua falta de autoridade em casa e pelo desprezo do qual é objeto, principalmente por parte dos filhos. Manifestam seu arrependimento e prometem deixar a bebida mediante juramentos. Despertam bruscamente no meio da noite, cobertos por um abundante suor, sobretudo durante episódios de pesadelos ou sonhos inquietantes. A respeito do sistema digestivo, apresentam freqüentes gastrites, dores abdominais, sede abundante, perda do apetite e náuseas acompanhadas de diarréias fétidas freqüentes.
O fígado aumenta de tamanho causando uma sensação de peso na região direita do abdômen e vômitos que finalmente pode levar à cirrose hepática e à acumulação de líquido no abdômen. Os transtornos do sistema nervoso se caracterizam por um pequeno e rápido tremor nas mãos e na língua, câimbras musculares sobretudo na barriga da perna, sacudidas noturnas, formigamento nas extremidades e atrofia nos músculos. O alcoolismo na mulher ocupa um lugar à parte porque mesmo tendo características comuns ao alcoolismo no homem, estes se distinguem por fatores sócioculturais que determinam o status da mulher na nossa sociedade. Os grupos sociais são menos indulgentes com as mulheres.
Neste caso, trata-se de um alcoolismo mais secreto, solitário e controlado pelo sentimento de pudor que desencadeia a culpabilidade. O alcoolismo degrada mais rapidamente e mais profundamente a mulher, em seu status e em seu papel feminino e maternal, do que degrada ao homem em seu papel masculino e paternal. A rejeição e a intolerância social é mais viva e mais precoce para a mulher do que para o homem. Nos filhos de mães alcoólatras podem ser observadas doenças como a "síndrome alcoólica fetal", caracterizada pelo retardamento no crescimento e no desenvolvimento, retardamento mental e diversas alterações congênitas.
Tratamento:
O primeiro objetivo é conseguir, por parte da pessoa alcoólatra, a compreensão de sua doença e a necessidade de seguir um tratamento adequado. A partir daí, as seguintes etapas serão a desintoxicação alcoólica, a desabituação e o acompanhamento médico posterior.
Em poucas ocasiões estas pessoas fazem consultas diretamente pelo seu problema de adição, já que eles não estão conscientes dele ou têm uma atitude negativa como mecanismo de defesa. Na maioria dos casos, o motivo das consultas são queixas por parte da família ou a presença de complicações do tipo orgânica ou do tipo psicossocial. Para a desintoxicação, em primeiro lugar deve se suspender a ingestão do álcool e corrigir o déficit nutricional causado pelo consumo excessivo do álcool. Diante da possibilidade, ainda que seja mínima, de que apareça a síndrome de abstinência (ansiedade, tremor, insônia, taquicardia, transpiração, náuseas, vômitos e diarréia) são indicados sedativos como o tetrabamato. Além disso, é conveniente indicar vitaminas B1, B6 e B12 durante o tratamento. Em todos os casos, a síndrome de abstinência deve ser acompanhada de tratamento psicológico.
Quanto aos diversos grupos de apoio aos alcoólatras, nenhum outro grupo de tratamento tem tido resultados tão benéficos para os alcoólatras como aquele proporcionado por eles mesmos, através dos Alcoólatras Anônimos.
Estes grupos põem as pessoas doentes em contacto com companheiros abstêmios, sempre acessíveis, dentro de um ambiente onde possam estabelecer relações sociais fora do bar.
Além disso, escutam outras pessoas confessar ao grupo as mesmas justificativas que ele mesmo já havia feito, em particular, sobre sua propensão à bebida. Esta ajuda pode lhe devolver a auto-estima e a autoconfiança que antes somente encontrava no álcool. Outro medicamento utilizado é o disulfiram, que interfere no metabolismo do álcool, acumulando produtos intermediários causando sintomas de intoxicação e intensos mal-estares, como rubor facial, conjuntivas dos olhos avermelhadas, cefaléia pulsátil, taquicardia e transpiração. De 30 a 60 minutos após a ingestão, aparecem náuseas e vômitos, pode haver diminuição na pressão arterial, vertigem e às vezes perda do conhecimento. Os mal-estares são tão intensos que poucos pacientes se arriscam a ingerir álcool enquanto estão tomando disulfiram. O disulfiram está contra-indicado durante a gravidez e aos pacientes com descompensação cardíaca.
ALERGIA
Introdução:
O ser humano se encontra cercado por uma grande diversidade de agentes capazes de provocar patologias, contra as quais o nosso organismo pode se defender graças ao sistema que nos protege de substâncias estranhas de maneira eficaz.
O sistema imunológico é aquele que permite o reconhecimento dessas substâncias, montando em contrapartida uma resposta frente às estruturas ou agentes que lhe são estranhos, com a intenção de preservar a integridade do dito organismo. Isso é o que é conhecido como "resposta imunológica". O sistema imunológico é constituído por uma grande diversidade de células e órgãos (onde estas células amadurecem e desenvolvem).
Ademais, diversas substâncias são produzidas em resposta aos mencionados agentes agressores.
Definição:
A alergia é uma resposta exagerada do nosso organismo quando este entra em contato com determinadas substâncias provenientes de fora, podendo produzir uma lesão nos tecidos ou uma enfermidade.
Os Alergênios:
Os alergênios são aquelas substâncias capazes de desencadear uma reação alérgica. Podem ser classificados de acordo com a causa em:
Inalantes: Poeira doméstica,
fungos, ácaros, pelos de animais, pólens.
Digestivos: Alimentos (trigo, ovos, cítricos, chocolate, pescado, soja),
medicamentos (penicilina, aspirina).
Infectantes: Parasitas, bactérias, vírus.
Injetáveis: Medicamentos, venenos por picadas de insetos.
Através de Contato: Cimento, cromo, níquel, cosméticos,
látex.
Reação Alérgica:
Todos estamos expostos a muitos alergênios e, na maioria, convivemos com eles sem problemas. Em uma pessoa não alérgica, a reação protetora que o organismo produz contra estas substancias é nula ou de baixa intensidade e permanece despercebida; enquanto em uma pessoa alérgica se desencadeará uma resposta exagerada cada vez que entre em contato com seu alergênio. Estas são as chamadas atópicas (aquelas pessoas predispostas geneticamente a desenvolver uma resposta exagerada contra estímulos provenientes do meio ambiente).
Quando uma substância estranha (alergênio ou antígeno) entra em contato com as células que compõem o sistema imunológico, inicia-se uma série de reações que culminam na formação de moléculas que, ao se unirem ao tal alergênio, conseguem destruir e, posteriormente, eliminá-lo. Estas moléculas mostram uma grande tendência a se unirem posteriormente a outros componentes celulares do sistema imunológico
ALZHEIMER
A doença de Alzheimer é uma enfermidade de causa desconhecida, na qual se desencadeia um processo degenerativo do sistema nervoso central, caracterizado por uma deterioração progressiva das funções intelectuais. Por sua frequência e pelas terríveis consequências que ocasiona nos planos pessoal, familiar e social, a doença de Alzheimer é considerada a mais séria das patologias degenerativas.
É a causa mais frequente de demência. Sua prevalência se incrementa em relação direta com a idade; é muito rara antes dos uarenta anos, aproximadamente 3% das pessoas maiores de 65 anos e quase 50% daqueles maiores de 85 anos sofrem dessa doença.
O processo degenerativo do córtex cerebral, de forma difusa, é o responsável pela deterioração das funções do sistema nervoso e das modificações da personalidade características desta doença.
Quadro Clínico:
A doença começa, geralmente, entre os 40 e 90 anos. O sintoma
inicial costuma ser uma diminuição da memória quanto a
fatos recentes e da capacidade de concentração, que vão
imperceptivelmente se somando em dificuldades progressivas para a expressão
e compreensão de linguagem, desorientação espacial, não
reconhecendo bem o lugar onde se encontra.
Consciente desta diminuição, o indivíduo sofre mudanças de humor, podendo ficar ansioso e deprimido. A dependência em outras pessoas, a necessidade de se ter alguém a seu lado é cada vez maior. Os hábitos pessoais, as atividades sociais e de lazer que fazia antes, perderam seu valor, tornando-se a pessoa aborrecida e decadente. Numa porcentagem pequena dos casos, e somente nos estados avançados, se produzem alterações do sistema motor, como rigidez, e o caminhar que é feito em pequenos passos. A evolução da doença avança em direção à demência. Finalmente, se perde a capacidade de percepção, da fala e dos movimentos, inclusive com incontinência urinaria e fecal, caindo no que se conhece como estado vegetativo.
A doença é inexoravelmente progressiva. A morte tende a ocorrer como consequência das complicações, por exemplo pneumonia ou outras infecções, aos 4 a 10 anos do início da doença.
Tratamento:
Atualmente, nenhum dos tratamentos comprovados melhoraram significativamente
as pessoas que padecem desta doença; e todos os esforços estão
dirigidos ao alívio dos sintomas, utilizando distintos medicamentos à
medida que os sintomas surgem. Alguns onsideram que o Alzheimer é uma
doença de caráter familiar, já que ficar observando o sofrimento
contínuo da vítima ocasiona um estado de tensão permanente,
pelo qual uma terapia completa deve tomar em conta as necessidades da família,
apoiando-a emocionalmente e assessorando-a com programas educativos sobre esta
doença, a fim de proporcionar um ambiente confortável e seguro
no lar.
O médico deve contribuir à consecução, para o doente, de um apoio humano adequado e fazer perceber a necessidade de que o paciente mantenha seus contatos sociais.
ANOREXIA E BULIMIA
Nos últimos anos, observa-se que há um número crescente de pessoas entre nós que apresentam transtornos no comportamento alimentar. Este aumento de incidência está relacionado à importância que se atribui à imagem corporal nos países desenvolvidos e às mudanças observadas nos padrões alimentares da população em geral.
A característica fundamental da anorexia nervosa é a perda proposital de peso induzida pela própria vítima, acompanhada de um desejo intenso de estar magro e, em mulheres, transtornos do ciclo menstrual. Alguns dos pacientes com anorexia nervosa apresentam, além desta conduta de restringir a ingestão alimentar, episódios de bulimia caracterizados por um desejo irresistível de comer grandes quantidades de alimentos em períodos curtos de tempo.
A maior incidência ocorre aos 14 e aos 18 anos, e a doença se desenvolve entre os 13 e os 20 anos de idade em 85% dos pacientes. Além disso, é estimado que entre 10% e 19% das estudantes universitárias apresentam sintomas bulímicos e que, deste grupo, entre 1% e 3% teriam bulimia nervosa.
Causa
Fatores predisponentes:
A anorexia parece ser o resultado de uma combinação de fatores
predisponentes individuais e de um quadro social que favorece o desenvolvimento
de comportamentos restritivos, de vigilância do peso e da figura corporal.
Fatores psicológicos: Muito freqüentemente, os adolescentes que
desenvolvem a doença têm uma personalidade característica:
são perfeccionistas, pessoas reservadas, e têm bons rendimentos
em distintas atividades (estudos, esportes, etc.).
Fatores familiares: As famílias destes adolescentes são superprotetoras,
rígidas e caracterizadas por uma falta de resolução de
conflitos.
Fatores genéticos: Aproximadamente entre 6% e 10% das irmãs destas
pacientes apresentam também um transtorno na conduta alimentar.
Quadro Clínico
O sintoma predominante é o medo extremo de engordar, acompanhado de idéias sobrevalorizadas com respeito ao tamanho e ao peso do corpo, e o firme desejo de ser magro. As vítimas apresentam uma alteração na percepção de seu próprio corpo e negam que sofram de doença alguma ou que tenham um peso anormal.
Elas querem diminuir do peso corporal, inicialmente, mediante a restrição da ingestão de alimentos, de forma drástica, ou com dietas muito rígidas. Posteriormente, a perda de peso se mantém com vômitos auto-provocados, o consumo de laxantes, de fármacos anorexígenos, diuréticos e exercícios excessivos. As vítimas apresentam também hábitos alimentares muito alterados, comem sozinhas e passam muito tempo com o prato de comida na sua frente, remexendo os alimentos. Manifestam um grande interesse pela alimentação das outras pessoas, cozinhando para outros membros da família ou planejando dietas. Alterações também são observadas no ciclo menstrual e, se o início da anorexia for anterior à puberdade, apresentam alterações no crescimento e a persistência de órgãos genitais infantis.
Tratamento
O primeiro objetivo no tratamento é a recuperação de um estado normal nutricional. Isso se consegue inicialmente com ingestões freqüentes que evitem a sensação de estar farto (cinco ou seis refeições por dia). Aconselha-se ainda o apoio psicológico de um profissional com o propósito de modificar as idéias irracionais e distorcidas que a pessoa tem com respeito à comida e à sua figura corporal, e identificar as circunstâncias desencadeantes. Em geral este tratamento é realizado em conjunto com uma psicoterapia familiar dirigida à modificação dos hábitos que geraram e vêm sustentando esses transtornos.
ASMA
Definição:
A asma é definida como uma doença inflamatória das vias
aéreas que é caracterizada por uma resposta exagerada (Hiperreatividade
Brônquica) dos brônquios a diversos estímulos. Esta resposta,
ao variar em intensidade e gravidade, nos permite classificar a asma como reversível
ou irreversível, em relação ao grau de obstrução
das vias respiratórias. A asma integra um grupo de doenças classificadas
como DPOC (Doenças Pulmonares Obstrutivas Crônicas) junta a outras
como o enfisema pulmonar e a bronquite crônica
Incidência:
A incidência da asma é bastante variável, e é menos
comum nos adultos do que nas crianças. Neste último segmento populacional
sua apresentação é mais frequente nos homens. Dentro do
grupo etário de adultos jovens a incidência é maior no sexo
feminino e entre as pessoas de idade avançada a ocorrência se iguala
entre ambos os sexos. Em adultos e idosos a doença vem aumentando em sua frequência de apresentação, tal aumento sendo associado
a diversos fatores como a poluição ambiental, o hábito
de fumar e os alergênios (substâncias que se encontram no meio ambiente
e que induzem reações alérgicas). Por exemplo: Pólen,
Tabaco, Contaminantes, etc.
Causas:
A asma é uma enfermidade de predisposição genética,
isto é, vai se transmitindo de geração em geração,
entre pessoas que tenham um histórico alérgico que se herda. Se
esta patologia for de origem hereditária, certos processos acelerarão
o acesso das crises no asmático. Estes são:
1) Alergênios (pólen, ácaros, poeira, fungos, pelos de gato, cachorro, etc.).
2) Asma Profissional (é a que está relacionada a diversas profissões: mineiros, trabalhadores braçais, empregados de fábricas - em geral, as pessoas que estão em contato permanente com substâncias alergênicas em razão de suas atividades profissionais).
3) Exercício físico (por hiperventilação e esforço).
4) Infecções
(bacterianas como pneumonia, anginas, etc.)
5) Emoções e Personalidade (estresse)
6) Fármacos (aspirina, bloqueadores Beta, etc.)
7) Refluxo Gastresofagiano (acidez).
O alergênio ou agente causador ingressa por via respiratória até chegar aos brônquios onde induz uma resposta inflamatória. Esta resposta inflamatória consiste na liberação, pelo organismo, de substâncias químicas (histamina, leucotrienos, etc.) que irão deflagrar uma reação em cadeia tal como a constrição bronquial (fechamento dos brônquios), a qual sucessão será responsável pelos sintomas de dificuldade respiratória que logo terá o asmático.
Quadro clínico:
O quadro clínico se caracteriza por sintomas de dificuldade respiratória,
sibilância (ruídos agudos produzidos pelo fechamento dos brônquios)
e tosse. De acordo com a sua apresentação, a asma pode ser dividida
em:
1) Intermitente
2) Leve
3) Moderada
4) Severa
Esta classificação está relacionada com o grau e a frequência
das crises asmáticas.
Tratamento:
O tratamento atua na supressão da resposta inflamatória que é
uma das causas da sintomatologia, e na dilatação bronquial (abertura
dos brônquios). A asma leve, com broncodilatadores em doses baixas, pode
ser controlada. Na asma moderada o ideal é começar o tratamento
com corticóides por via inalatória (que bloqueiam o processo inflamatório)
e, ocorrendo sintomas, agregando-se broncodilatadores. Quanto à asma
grave, há de se instaurar um tratamento combinando medicamentos que incluam
broncodilatadores, corticóides por via inalatória e por via oral.
BOTULISMO
É uma doença infecciosa produzida pela toxina do bacilo Clostridium botulinum que produz uma paralisia no nível do sistema nervoso.
Essa toxina é uma das mais poderosas toxinas bacterianas que age inibindo a libertação de mediadores químicos nas terminais nervosas.
Pode-se diferenciar três maneiras de apresentação: o botulismo alimentar, pela ingestão de alimentos contaminados com a toxina; o botulismo infantil, onde os microorganismos colonizam o intestino e o Botulismo das feridas, pela colonização duma ferida e a germinação posterior dos esporos do C. botulinum.
O Botulismo é uma doença de distribuição universal. Os primeiros casos aconteceram pela ingestão de salsichas contaminadas e outros derivados da carne. Felizmente e devido aos progressos nas técnicas de enlatado e conservação dos alimentos, tem-se observado uma diminuição importantíssima de sua incidência.
É importante levar em conta que os alimentos contaminados podem ter aspecto e gosto normais e, apenas em alguns casos, podem apresentar alterações nas suas características.
Quadro Clínico
No botulismo alimentar, as manifestações clínicas podem
aparecer entre as 12 e 36 horas posteriores da ingestão de alimentos
contaminados com a toxina já formada.
Geralmente, começa com uma paralisia dos músculos da cabeça que vai descendo simetricamente, visão borrada, dificuldade para falar e para deglutir os alimentos, que pode-se acompanhar de manifestações gerais como fraqueza muscular, enjôos e desmaios.
Também aparece: secura da boca e da língua que não se alivia com a ingestão de líquidos, constipação, retenção de líquidos e diminuição da pressão arterial. Caso comprometer os músculos respiratórios, pode acontecer a morte, pelo fato de mudar a mecânica respiratória.
O botulismo das feridas aparece como consequência da contaminação com terra das lesões traumáticas ou das feridas cirúrgicas e nos dependentes de droga endovenosos. Com respeito ao período de incubação, ele é mais prolongado (aproximadamente 10 dias) e as manifestações são semelhantes às do tipo alimentar, mas sem os sintomas digestivos.
O botulismo infantil se origina pela absorção da toxina liberada no intestino colonizado pelos esporos do clostridium.
O prognóstico varia segundo a idade da pessoa afetada, posto que nos maiores de 60 anos, o índice de mortalidade é elevado e no botulismo infantil é baixo.
Tratamento
Quanto antes seja diagnosticado o quadro e mais rápido se iniciem as
medidas terapêuticas adequadas, menos serão as consequências
e mais rápido seu restabelecimento.
O tratamento específico consiste no fornecimento de soro que contenha anticorpos contra a toxina del C. botulinum, que somente age sobre a toxina que circula pelo sangue e não sobre a ligada ao sistema nervoso.
Em alguns casos, pode-se realizar lavagens gástricas e clister para impedir a absorção das toxinas que têm ficado no aparato digestivo.
Para evitar a contaminação dos alimentos, devera-se realizar um controle apropriado do processo de enlatado e conservação deles. Os alimentos enlatados suspeitos devem ser rejeitados. As conservas caseiras somente poderão ser consumidas se forem fervidas previamente.
BRONQUITE AGUDA
Definição
Bronquite aguda é uma inflamação intensa da mucosa que
reveste toda a árvore bronquial. Em geral, esta doença tende a
ser auto-limitada, sendo que a cura pode ser completa com a recuperação
da função pulmonar.
Na maioria dos casos a doença é de causa infecciosa, embora também resulte da inalação de substâncias tóxicas como o fumo dos ácidos fortes, amoníaco, ácido sulfídrico, bióxido de enxofre ou bromo, os irritantes ambientais como ozônio e bióxido de nitrogênio, e também o tabaco, que irritam as vias aéreas.
Crianças, idosos e fumantes são afetados com maior freqüência, sobretudo no inverno.
Entre as causas infecciosas, os vírus são os responsáveis mais freqüentes das bronquites agudas. Entre as causas bacterianas, o Mycoplasma pneumoniae, Bordetella pertusis e Chlamydia pneumoniae também causam bronquite infecciosa aguda, especialmente em pessoas jovens.
Manifestações
Clínicas
A bronquite infecciosa aguda nos adultos tende a começar com catarro
nas vias respiratórias superiores, com mal-estar geral, calafrios, discreto
aumento da temperatura corporal (38 - 38,5 graus centígrados), dores
nos músculos e na garganta.
Posteriormente, aparece uma tosse que tende a indicar o início de uma bronquite. Esta tosse é seca e não produtiva nas fases iniciais, mas em poucos dias se começa a eliminar uma expectoração viscosa em pequenas quantidades, que vai se tornando mais abundante, acompanhada de escarro no caso de existir uma infecção bacteriana agregada. Algumas pessoas manifestam uma dor ardosa no peito, que aumenta com a tosse.
Devido a obstrução das vias aéreas, uma dificuldade respiratória pode aparecer. Entre as complicações que podem surgir, a pneumonia é a mais severa.
Tratamento
Nas pessoas que não apresentam outra enfermidade de base, o tratamento
da bronquite aguda busca aliviar os sintomas. Medicamentos analgésicos
e antipiréticos podem ser administrados, e antitussígenos para
o alívio da tosse. É preciso abandonar o hábito do fumo,
e é imprescindível a ingestão de grande quantidade de líquidos
durante o período febril.
Os antibióticos são indicados quando a bronquite for bacteriana.
CÂNCER
O câncer não é uma única doença mas um grupo de mais de 200 doenças distintas nas quais ocorre um crescimento anormal das células, até que essas se formem em massas de tecidos chamadas tumores. Há dois tipos de tumores: benignos, ou não cancerosos, e malignos, ou cancerosos.
Os tumores benignos têm seis características principais:
- Somente crescem até
um determinado tamanho.
- Normalmente, não crescem muito rápido.
- Não destroem células normais.
- Não se propagam ao tecido que os cerca.
- Normalmente não produzem efeitos secundários graves.
- De modo geral, crescem de uma maneira ordenada.
Os tumores malignos são conhecidos por sua capacidade de invadir e destruir tecidos e órgãos, tanto os que estão próximos quanto os que estão mais afastados do tumor original. A morte acontece quando a propagação do câncer danifica os tecidos e os órgãos vitais, de tal maneira que não podem mais funcionar.
As células do câncer atacam tecidos nunca param de se multiplicar. O câncer tem um comportamento distinto em cada pessoa, de acordo com o seu tipo. Pode surgir em qualquer idade, embora tende a afetar pessoas de idade avançada, em geral a partir dos 55 anos. O câncer também pode se apresentar em crianças e, de fato, é a segunda causa principal de morte em crianças entre as idades de 1 e 15 anos.
Causas:
O câncer pode ser causado por causas externas ao corpo, ou por causas
internas.
Os fatores externos que podem causar o câncer incluem situações nas quais a pessoa está exposta a determinados produtos químicos como o benzeno e o asbesto/amianto. Os pintores, os fabricantes de pneus, os destiladores e os fabricantes de sapatos estão frequentemente expostos ao benzeno. Os trabalhadores de minas, de isolamentos e de estaleiros, por outro lado, estão frequentemente expostos ao asbesto.
Outros fatores ambientais que causam câncer incluem:
- Exposição
a agentes contaminantes ambientais, tais como os gases emitidos por automóveis.
- Exposição às radiações solares.
- Exposição a níveis altos de raios X.
- Exposição a radiações eletromagnéticas.
- Dieta com grande quantidade de gordura e pouca fibra.
- Tabagismo.
- Abuso das bebidas alcoólicas ou de determinadas drogas.
Os fatores internos que podem causar o câncer incluem a obesidade, as infeções causadas por vírus, como a hepatite B crônica, e um histórico familiar no qual o câncer figura.
As possibilidades de sobrevivência ao câncer dependem do lugar em que o câncer se encontra no corpo e dos tipos de tratamento utilizados. Há cinco formas principais de tratar o câncer:
- Cirurgia.
- Radioterapia.
- Quimioterapia.
- Terapia hormonal.
- Terapia biológica.
Para o tratamento do câncer, o médico pode utilizar apenas um método ou uma combinação de vários.
CÂNCER DE MAMA
O câncer de mama é o câncer mais comum entre as mulheres de raça branca.
Este câncer representa atualmente 10% do total dos cânceres. Calcula-se que nos próximos 10 anos serão diagnosticados aproximadamente 8.000.000 de casos novos que provocarão a morte de 3.000.000 de mulheres em todo o planeta.
Apesar das estatísticas desencorajadoras, não há necessidade de recear o câncer de mama. Igual a outros tipos de cânceres, o elemento decisivo consiste na detecção precoce do tumor, o que permite uma porcentagem maior de cura e salva a vida de milhões de mulheres no mundo inteiro.
Fatores de risco:
Os fatores de risco permitem identificar as mulheres que têm a maior probabilidade
de desenvolver o câncer. Mesmo assim, não se trata de cálculo
matemático: uma mulher com fatores de risco de câncer de mama pode
não manifestar o mesmo ao longo de toda a sua vida, e vice-versa. Os
fatores de risco para esta doença são, entre outros:
- Fertilidade diminuída.
- Não ter amamentado.
- Antecedentes hereditários.
- Antecedentes de doenças da mama.
- Ausência de filhos ou idade avançada no primeiro parto.
Ponto de vista clínico:
O câncer de mama, do ponto de vista clínico, pode se apresentar
de várias maneiras.
Entre as diversas manifestações que pode haver é a apresentação de um tumor que toma a forma de um nódulo duro e indolor, pode ser sentido ao tocar a mama ou se ver no espelho.
Pode também manifestar-se como uma retração do mamilo, ou mediante vazamento de sangue pelo mesmo - pouco frequente - mas que exige que a mulher procure um médico imediatamente. Às vezes não há manifestação de sintoma algum e o diagnóstico é feito mediante um estudo complementar (mamografia).
Dor nas mamas é sempre algo preocupante para quem a sofre, mas a verdade é que, na maioria das vezes, a dor não está relacionada ao câncer de mama e sim a doenças benignas.
Exames complementares:
Estes são procedimentos auxiliares ao diagnóstico (estudos por
imagens, análises de laboratório, etc.) que podem ajudar o médico
a diagnosticar uma patologia.
É imprescindível a participação da mulher no diagnóstico do câncer de mama visto ser ela própria a primeira linha de defesa. Como? Através do auto-exame mamário, com o toque nos seios, observando se há nódulos duros, retrações ou secreções.
É de suma importância estar corretamente instruída para fazer o auto-exame, uma vez que, encontrando algum sintoma em potencial, pode-se ganhar um tempo muito importante.
A frequência do auto-exame deve ser mensal, à conclusão de cada ciclo menstrual.
O segundo passo é a consulta médica e, daí, já entram em jogo diferentes métodos que vão dos menos invasivos aos mais invasivos, e dos de menor custo aos de maior custo, a saber: Mamografia, Ultra-sonografia, Ressonância Magnética, Termografia (muito discutida), Citologia, Punção Histológica e Biopsia Cirúrgica (Cirurgia).
De todas elas, a mamografia é o passo a seguir no diagnóstico do câncer de mama. É o método menos invasivo e de menor custo, tendo um papel importantíssimo na detecção desta doença. Trata-se do método de pesquisa por excelência no câncer mamário.
Este método possui uma alta capacidade de detecção de nódulos, opacidades difusas, calcificações, micro-calcificações (calcificações menores de 1mm.) e imagens da perda da arquitetura da mama que levam a suspeitar o câncer.
Sua verdadeira importância fica na detecção de pequenos cânceres (sempre menores que 1cm.) e lesões pré-cancerosas que, com o tempo, levarão ao câncer.
CÂNCER DE PRÓSTATA
Introdução
O câncer de próstata é, nos homens, o segundo câncer
em termos de freqüência de aparecimento, seguindo logo após
o câncer de pulmão. É o de maior incidência de apresentação
entre os 60 e 70 anos de idade.
A próstata, como a maioria das glândulas do organismo, está submetida à influência dos hormônios. Na próstata os androgênios (hormônios masculinos) e os estrogênios (hormônios femininos) exercem sua influência, e é a influência hormonal desequilibrada que produz o câncer.
Sintomas
Nas fases iniciais este câncer geralmente não produz sintomas.
Porém, ao crescer e invadir órgãos vizinhos, como por exemplo
a bexiga, pode provocar disúria (dor ou ardor ao urinar), aumento da
freqüência miccional, gotejamento pós-micção,
dor na barriga e dores ósseas (o câncer da próstata tem
predileção por invadir os ossos) e anemia.
Há de ser mencionado que, visto que a doença apresenta escassos sintomas nas fases iniciais, quando as pessoas finalmente procuram consulta médica, 45% já estão em etapas avançadas da doença. Assim, considerando que a administração do tratamento na fase inicial deste câncer gera resultados, é de suma importância que o diagnóstico seja realizado antecipadamente.
Diagnóstico
O diagnóstico precoce no câncer de próstata é fundamental,
e para isso há diversos métodos. O primeiro é que o homem,
ao chegar aos 50 anos, procure um especialista para que sejam realizados diferentes
exames, tais como o exame retal, exames de laboratório (medição
de antígeno prostático específico) e radiografia do tórax,
dos ossos largos e da coluna.
Mediante o exame retal o médico pode avaliar, embora de maneira subjetiva, o tamanho da próstata, sendo que a doença será suspeitada se verificar a presença de nódulos com a apalpação. Os exames de laboratório destinam-se a confirmar a suspeita do médico ou a descartá-la. O antígeno prostático específico é um estudo que surgiu nos últimos anos, sendo de baixo custo e, se der positivo, indica a presença de tumor. A radiografia do tórax é realizada com o objetivo de verificar os campos pulmonares onde a metástase costuma ocorrer com mais freqüência. A radiografia dos ossos e da coluna é realizada com a intenção de verificar o estado dos mesmos, uma vez que este câncer ocorre particularmente no tecido ósseo. Se a dúvida persistir, a biopsia com certeza definirá o diagnóstico. Para estados mais avançados da doença há outros métodos como: cintigrafia óssea, TAC (tomografia computadorizada) e ECO (ecografia).
Tratamento
Para tratar o câncer de próstata pode-se combinar diferentes métodos:
- Cirurgia (extirpação
do câncer)
- Radioterapia (uso de radiação para eliminação
do câncer)
- Terapia hormonal (uso de hormônio para deter o desenvolvimento do câncer)
- Quimioterapia (uso de drogas para impedir o desenvolvimento do câncer)
- Terapia biológica (usando o sistema imunológico para deter o
câncer).
CATARATA
O cristalino é uma estrutura ocular na forma de uma lente transparente, que aumenta ou diminui seu diâmetro com o fim de enfocar a imagem do objeto externo na retina. Quando o cristalino sofre alterações em sua transparência, acaba produzindo o que é conhecido como "catarata", dificultando a visão normal.
Classificação
Podemos classificar as cataratas
de acordo com a sua origem, conforme o seguinte:
a) Catarata congênita: A catarata congênita é uma opacidade
do cristalino que se detecta durante o primeiro ano de vida da criança.
É uma das anomalias do olho mais freqüentes e, por isso, se trata
de uma importante causa de cegueira se o diagnóstico não for feito
cedo. A maioria destas não progride.
b) Cataratas adquiridas: Dentro deste tipo podemos destacar as "cataratas
senis". Mais do que 25% das pessoas entre os 65 e 75 anos de idade apresentam
opacidade do cristalino, geralmente bilateral. Entre as causas conhecidas, além
do fator da idade devem ser agregadas a diabete e a hipertensão arterial.
As "cataratas senis" têm estados evolutivos que ocasionam alterações
visuais progressivas, culminando na cegueira se não forem tratadas. Existem
outros tipos de cataratas, como as produzidas por traumatismos no globo ocular,
cuja opacidade aparece num período de algumas semanas. Também
se incluem as cataratas associadas a doenças metabólicas, como
a diabete, e ao uso prolongado de corticóides
Tratamento
A cirurgia é indicada quando a pessoa não pode mais realizar suas atividades habituais. O procedimento consiste em extrair parcial ou totalmente o cristalino.
A correção
da visão após a cirurgia pode ser realizada com:
- Óculos: não se consegue a boa visão pela magnificação
das imagens, a redução do campo visual e das imagens fantasmas
ao redor do campo visual.
- Lentes de contato: a visão melhora notavelmente, mas os idosos encontram
certas dificuldades na sua utilização. A possibilidade de inserir,
durante o mesmo ato cirúrgico, uma lente intra-ocular no lugar ocupado
pelo cristalino, tem melhorado notavelmente os resultados da cirurgia, obtendo-se
uma visão similar à do olho normal.
CISTITE
A cistite é a inflamação da bexiga, e representa o protótipo da infecção urinária. Em geral, os micróbios alcançam a bexiga através da uretra (conduto pelo qual se elimina a urina do organismo). Em condições normais, na urina e nas vias urinárias não se encontram micróbios capazes de produzir infecção.
A condição é observada com maior freqüência nas mulheres em decorrência de alguns fatores que favorecem a infecção nas mesmas. Entre eles, o mais significativo é a uretra mais curta, a qual permite a passagem de microorganismos até a bexiga, especialmente durante o coito. Nos homens, por outro lado, a uretra é mais comprida o que, junto com diversas substâncias produzidas na próstata, evitam a subida dos microorganismos.
O agente mais freqüentemente envolvido é a Escherichia coli (80%), mas a infecção também pode ser produzida pelo Proteus e pela Klebsiella.
Quadro Clínico
Embora que, em muitos casos, a infecção possa se desenvolver sem
manifestações clínicas, em algumas pessoas tende a produzir
dificuldade para urinar, aumento na sua freqüência, sensação
de urgência miccional e dor na região do púbis durante as
mesmas.
Menos freqüentemente, em alguns casos se manifestam incontinência e desejo contínuo de urinar. A febre e outras manifestações gerais são raras. Às vezes, a urina pode adotar um aspecto túrbido ou um mau cheiro.
Durante a gravidez, estas manifestações urinárias podem aparecer com maior freqüência, e se deve prestar atenção especial às possíveis complicações que possam surgir.
Tratamento
O tratamento de um episódio isolado de cistite sem fatores de risco nem
complicações pode ser feito sem a necessidade de identificação
do micróbio.
Para a erradicação dos microorganismos pode se utilizar uma quinolona, como a ciprofloxacina ou uma cefalosporina de segunda ou terceira geração, por via oral, durante aproximadamente 5 dias. Quando houver melhoria do quadro, pode se observar uma diminuição dos sintomas em aproximadamente três dias após o início do tratamento.
Caso a pessoa tenha cumprido estritamente com o tratamento e os sintomas não tiverem reduzido, será necessário identificar o microorganismo para permitir um tratamento específico.
COLESTEROL
O colesterol é uma substância que participa na fabricação de hormônios e proteínas. Um resultado de exame de laboratório com um índice elevado não é algo prejudicial em si, mas por suas consequências, sendo que o aumento no número de proteínas que transportam gorduras (lipoproteínas) constitui-se em um fator de risco para doenças vasculares.
Causas:
A maioria das pessoas crêem que apenas o fato de se ter uma dieta rica
em gorduras representa predisposição para o aumento do seu colesterol
. Em parte, isso é verdade, mas não se deve esquecer que há
também um fator hereditário que o predispõe. Ter o colesterol
elevado não é sempre associado com o fato de ter uma doença
vascular, há outras causas que, somadas a esta, fazem com que o risco
se potencialize, como o tabagismo, a hipertensão, a diabete, o sedentarismo
e o álcool que em alta ingestão é tóxico para o
coração. Outro item a considerar é a idade: o homem é
mais propenso a sofrer risco vascular após os 55 anos. Na mulher isso
acontece após os 45 anos. Também é importante destacar
que os antecedentes familiares têm um papel muito importante no aparecimento
das doenças vasculares.
Prevencao:
O aumento de colesterol no sangue (hipercolesterolemia), pode ser prevenido
modificando a qualidade da vida, isto é, realizando exercícios
físicos, diminuindo a ingestão de alimentos ricos em gorduras,
como carnes vermelhas e derivados da panificação. É necessário
se lembrar que o organismo não depende do fornecimento externo de colesterol
uma vez que todos nossos tecidos têm a capacidade de sintetizá-lo.
Outro item a se observar é que se ao nível de colesterol elevado
agregarem-se certos hábitos como o tabagismo, o consumo de álcool
em demasia, a falta de atividade física, o estresse, as comidas ricas
em sal e a diabete, que afeta toda a micro-vasculatura do organismo, a incidência
da doença vascular aumentará consideravelmente. É importante
notar que durante a idade adulta complicações vasculares são
mais frequentes nos homens do que nas mulheres, uma vez que as mulheres são
beneficiadas pelos estrogênios que diminuem as VLDL e as LDL (Lipoproteínas
de muito baixa densidade e lipoproteínas de baixa densidade) que são
as mais nocivas, já que possuem a maior capacidade para obstruir os vasos
sanguíneos. Mas após a menopausa, ao diminuir os estrogênios,
o risco vascular aumenta notávelmente, tanto que a incidência se
iguala entre os homens e as mulheres, e é até mais alta nas mulheres
na terceira idade.
Isso pode ser prevenido? Sim, com a administração de estrogênios durante a menopausa, um processo conhecido como hormonoterapia de reposição.
Tratamento:
É desejável ter o colesterol no sangue abaixo de 200mg/dl.
O tratamento segue dois processos:
- Dieta livre de alimentos
com gordura e colesterol;
- Tratamento médico.
A primeira coisa que se tem de saber é quanto colesterol a pessoa tem no sangue, pois o tratamento difere conforme o nível de colesterol. Se, ao efetuar as análises clínicas, o nível de colesterol no sangue for menor do que 200mg/dl, a condição poderá ser controlada através de dieta e análises do sangue a cada cinco anos. Caso, porém, o nível no sangue oscilar entre 200mg/dl e 239mg/dl, será necessário realizar uma revisão anual e seguir rigorosamente uma dieta prescrita pelo médico. Quando o nível de colesterol no sangue ultrapassar 240mg/dl serão necessários tratamento médico e dieta.
DENGUE
Definição:
A dengue é uma doença infecciosa, cujo agente causador é um vírus que pertence ao gênero flavovirus (vírus filtrável). Afeta sobretudo pessoas não vacinadas, viajantes a regiões tropicais, e crianças.
O ciclo de transmissão da dengue inclui o homem infectado, o vírus, o mosquito Aedes aegypti, e o homem. A dengue se dissemina sobretudo nas regiões de clima tropical e subtropical, ocorrendo também grande freqüência na América do Sul.
Transmissão:
A transmissão do vírus às pessoas susceptíveis se realiza por meio da picada de mosquitos infectados. Não existe a transmissão por contato direto com pacientes ou suas secreções.
A. Aegypti é um mosquito de hábitos domésticos, sumamente urbanizado, cujo habitat está intimamente relacionado às condições domiciliares. Deposita seus ovos, de preferência, em depósitos de água potável, água para banhos, água de chuva ou qualquer outra acumulação de água: em pneus velhos, latas, garrafas, etc. Pica principalmente durante o dia.
Os mosquitos adquirem o vírus picando pessoas infectadas, e se tornam infecciosos de três a quinze dias, ficando assim - infecciosos - pelo resto de sua vida.
Quadro Clínico:
Pode-se distinguir três variedades clínicas diferentes: a dengue clássica (febre muito alta), a dengue hemorrágica, e formas intermediárias e atípicas.
O período de incubação tende a ser de 5 a 8 dias. O início do quadro clínico é brusco, com aumento rápido da temperatura e calafrios, cefaléia intensíssima, dor atrás dos olhos, especialmente ao movê-los; dores musculares generalizadas e na região lombar, podendo ser precedidas por uma ligeira conjuntivite. Inicialmente, pode não haver febre, mas o doente pode estar prostrado e imobilizado pela dor. A febre persiste por um ou dois dias e depois baixa, podendo, porém, subir novamente com menor intensidade uns dois dias depois.
Entre o terceiro e o quinto dia aparecem manchas na pele, começando no tronco e estendendo-se até o rosto, as mãos, antebraços e os pés. Em geral, é parecido ao sarampo. Em algumas epidemias registraram-se casos com complicações, como diarréias com eliminação de sangue, alterações cardíacas (miocardite), ou manifestações nervosas (meningite). Por outro lado, em outras epidemias o curso é muito leve e se cura sem seqüelas. A maioria dos pacientes se curam sem consequências. A dengue hemorrágica é uma forma grave da doença, sendo uma das principais causas de mortalidade nas zonas endêmicas. Afeta pacientes previamente infectados com o vírus da dengue que, após alguns anos, ao serem expostos pela segunda vez ao vírus, desenvolvem um quadro febril de início brusco, com cefaléia, faringite, náuseas, vômitos, dor abdominal e desidratação. Também pode ocorrer a diminuição da pressão arterial, hemorragias digestivas, com eliminação de sangue nas fezes e pela boca, hemorragias cutâneas (hematomas), e epistaxe (hemorragia nasal).
Tratamento:
A prevenção da doença consiste na erradicação dos mosquitos transmissores da doença, diminuindo e eliminando as fontes de águas estagnadas, como pneus, garrafas, poços e outros recipientes ao ar livre. Estes constituem seus lugares de reprodução.
Vacinas contra os diferentes tipos de dengue estão sendo desenvolvidas com vírus vivos atenuados. O tratamento consiste em aliviar os sintomas, basicamente na reposição de líquidos para normalizar a pressão arterial, e na correção das complicações hemorrágicas. Não se dispõe de um tratamento antiviral específico.
DEPRESSÃO
Síndrome depressivo" é a tristeza profunda que afeta a totalidade da vida psíquica e física e as relações da pessoa doente, sendo acompanhada em maior ou menor grau por sintomas de inibição, ou angústia, e por diferentes manifestações físicas. Na prática, aproximadamente 40% dos que consultam um serviço de Saúde Mental de um Hospital Geral de forma ambulatória, apresentam um transtorno depressivo, sendo a população feminina a mais afetada.
A depressão é o fator mais importante de risco no suicida: 70% dos suicidas apresentam sintomas depressivos, mas a intensidade dos sintomas não constitui, em si, um fator adicional de risco.
Causas:
A depressão é um dos típicos transtornos nos quais há
uma "personalidade com predisposição", sendo destacada
a tendência obsessiva pela ordem. São pessoas sóbrias, razoáveis,
formais e com sentido do dever, escrupulosos moralmente, com tendência
a culpar-se, etc.
O aparecimento de um quadro depressivo pode ser desencadeado pela perda de um objeto (uma pessoa ou uma abstração) que, por seu valor simbólico, leva a uma diminuição da auto-estima. Essa perda produz frustração que provoca hostilidade que, em lugar de dirigir-se ao objeto frustrador, se torna contra o próprio paciente, como consequência da identificação que se formou entre o objeto e a pessoa. Este nojo contra si mesmo se apresenta na forma de sentimentos de culpa.
Quadro Clínico:
Do ponto de vista clínico podemos dividir os transtornos depressivos
em:
1 - Primárias O quadro depressivo não depende de outra doença,
seja mental ou física. Este se divide por sua vez em:
a. Depressões endógenas: A tristeza profunda constitui o sintoma
principal. Surgem sentimentos de fracasso e pessimismo, com diminuição
da auto-estima. A agressividade voltada a si mesmo leva ao aparecimento de penosos
sentimentos de auto-repreensão e de culpa. O doente vê diminuído
seu interesse por aquelas coisas que, até aquele momento, constituíam
seu mundo, podendo levar a um estado de absoluta indiferença e desinteresse
por tudo. A pessoa tende ao isolamento, recusa o contato com familiares e amigos,
se torna calado e isolado. Entre os distintos sintomas físicos podem
aparecer: diminuição do apetite e de peso, transtornos do sono,
cansaço, cefaléias, secura bocal, constipação, palpitações,
enjÿos e alterações do ciclo menstrual. Dificuldade para
dormir, sonho interrompido e, sobretudo, o despertar precoce na madrugada com
impossibilidade de voltar a dormir, são as alterações mais
frequentes.
b. Depressão psíquica: Sob esta denominação se inclui um grupo de transtornos com características particulares. Se apresentam como um estado de ânimo deprimido quase contínuo, durante períodos prolongados, sendo mais comum no sexo feminino. Diferente da endógena, o início de cada episódio é lento e frequentemente impreciso, manifestando-se pelos seguintes sintomas: insônia, pensamentos pessimistas e auto-denegridores, perda progressiva da energia ao longo do dia, com cansaço e tendência a permanecer deitado, diminuição da auto-estima, mas sem um marcado sentimento de culpa. Às vezes, o quadro depressivo aparece como reação a um fator estressante, surgindo pouco tempo depois de iniciado o agente causador.
2 - Depressões secundárias
Surgem como uma manifestação de outro transtorno ou doença,
entre as quais podemos destacar: hipotiroidismo, déficit vitamínico,
diabete, doença de Parkinson, AIDS, enfarte de miocárdio, abuso
de substâncias (álcool, soníferos, tranqÿilizantes),
câncer, etc. Manifesta-se com a tristeza acompanhada de cansaço,
diminuição da atividade por falta de forças, tendência
ao choro, à angustia e ao desespero, insÿnia e falta de apetite.
Tratamento:
O tratamento das depressões, qualquer que seja o agente desencadeante,
deve ser baseado numa conduta terapêutica integral que combine três
aspectos:
- Biológico: compreende
a utilização de medicamentos, como os antidepressivos tricíclicos,
inibidores da MAO, ou os chamados de "nova geração"
(fluoxamina, trazadona, etc.). A melhoria tende a ser evidente no curso da quarta
ou quinta semana.
- Psicológico: a redução dos sintomas, a compreensão
e resolução dos conflitos psíquicos, assim como a modificação
da conduta, são alguns dos possíveis benefícios que o tratamento
psicoterápico pode oferecer.
- Social: o apoio familiar e comunitário são muito importantes
no benefício máximo que se pode obter com o tratamento.
DIABETES
A Diabetes Mellitus é uma doença muito comum no mundo inteiro. Às vezes produz sintomas desde seu início, outras vezes não apresenta nenhum, passando totalmente despercebida. Por isso, um grande número de pessoas portadoras de diabete não o sabem, e somente ficarão sabendo quando surgir alguma complicação, como, por exemplo, um enfarte de miocárdio. O diagnóstico precoce da diabete permite estabelecer o tratamento adequado e evitar possíveis complicações.
A diabete é uma doença que impede o aproveitamento correto dos alimentos ingeridos, especialmente dos açúcares, devido a uma carência total ou parcial de um hormônio chamado insulina. Uma pessoa normal ingere, com a sua alimentação, açúcares, proteínas e gorduras. O alimento é digerido no estômago e absorvido no intestino delgado. Depois, chega ao fígado, onde uma parte se transforma em glicose, que entra na corrente sanguínea e faz com que o pâncreas produza insulina. A insulina permite que a glicose entre nas células e produza calor e energia. De certo modo, a insulina abre a porta da célula para que a glicose possa entrar. Quando uma pessoa diabética se alimenta, o pâncreas não produz a insulina necessária para que esta glicose entre nas células, provocando uma acumulação ou aumento de açúcar no sangue (glicemia elevada). Então o organismo consome gorduras e proteínas para obter energia.
Existem dos tipos de diabete conhecidos:
a) Diabete Tipo 1 (Insulinodependente)
A diabete tipo 1 ou "insulinodependente" é aquela que requer
a administração diária de insulina para seu controle adequado.
Esta forma clínica de diabete se apresenta com maior frequência em crianças e adultos jovens, e se produz porque as células do pâncreas (células insulinoprodutoras), que normalmente fabricam a insulina, não fazem seu trabalho ou produzem quantidades insuficientes do hormÿnio. Em pessoas com predisposição para desenvolver este tipo de diabete, infeções virais ou o próprio sistema imunológico do organismo (sistema de defesa contra a infeção) podem atacar as células insulinoprodutoras do pâncreas e alterar a secreção da insulina.
Geralmente, os sintomas aparecem de forma inesperada. Os mais comuns são: cansaço ou debilidade, apetite exagerado (polifagia), sede intensa (polidipsia), micção frequente (poliúria), visão distorcida ou mudanças na visão. Todos esses sintomas são secundários ao aumento de glicose no sangue (hiperglicemia).
A perda súbita de peso indica níveis baixos de insulina, e sua presença junto aos outros sintomas deve alertar sobre a necessidade de iniciar o tratamento. O tratamento consiste na associação de um plano de alimentação adequado, exercício físico e aplicação de insulina, cuja dose e frequência de injeções serão determinadas pelo médico em cada caso particular.
b) Diabete tipo 2 (não
insulinodependente)
A diabete tipo 2 ou "não insulinodependente" afeta habitualmente
adultos obesos com mais de 40 anos. Esta é a forma clínica mais
comum (90% do total de diabéticos).
No tipo 2, as células insulinoprodutoras do pâncreas produzem insulina, mas o organismo não pode utilizá-la adequadamente. Há insulina, mas as células parecem não reconhecê-la, e a glicose não pode entrar nos tecidos. Esta incapacidade de usar o hormÿnio de maneira eficaz se chama "insulino-resistência". Nestes casos, o pâncreas é obrigado a fabricar cada vez mais insulina, sem alcançar o efeito normal, o que aumenta o nível de açúcar no sangue (hiperglicemia).
A diabete não insulinodependente é uma doença hereditária. Herda-se a predisposição para desenvolvê-la, e diversos fatores a desencadeiam, tais como:
- infecções
- intervenções cirúrgicas
- gravidez
- menopausa
- emoções.
A obesidade deve ser destacada como um fator que precipita a diabete, por produzir insulino-resistência. Uma pessoa que tenha parentes diabéticos possui predisposição, portanto deve evitar o excesso de peso.
O início da doença é lento, apresenta os mesmos sintomas que a diabete tipo 1, mas geralmente mais leves. Isto explica por que, tanto para o paciente quanto para o médico, o diagnóstico é mais difícil.
A maioria dos diabéticos não insulinodependentes podem alcançar um bom controle metabólico com um plano de alimentação (alcançando o peso ideal) e exercícios físicos. Em alguns casos é necessário agregar ao tratamento medicamentos orais (hipoglicemiantes orais). A aplicação de insulina se reserva para situações especiais, como perda de peso, gravidez, intervenções cirúrgicas, infecções ou outras doenças que possam interferir no controle da glicemia.
Diabete Gestacional:
É a diabete que se desenvolve durante a gravidez e desaparece com o parto.
Seu diagnóstico e tratamento são importantes para se ter uma gravidez
normal.
Deve-se considerar que 50% das mulheres que apresentam diabete gestacional terão diabete no futuro.
As complicações crÿnicas da Diabetes Mellitus não são exclusivas de nenhum tipo da doença em especial.
A alteração em órgãos como os olhos, rins, pés etc. depende do controle habitual da glicemia e não do tipo de diabete.
O objetivo do tratamento é alcançar um bom controle metabólico, isto é, a utilização adequada da glicose. Desta forma evita-se grande parte das complicações que a longo prazo podem alterar a qualidade de vida, tanto do diabético insulinodependente como do não insulinodependente.
Por que o autocontrole do
sangue?
Porque se você tem diabete, a única forma de manter sua glicose
dentro dos níveis normais é fazendo suas próprias análises.
Assim, de acordo com os resultados, você poderá adotar ações
imediatas baseadas nas recomendações de seu médico.
Quais são as vantagens do autocontrole da glicose no sangue?
É mais preciso do que o teste de urina. O nível exato de glicose pode ser determinado a qualquer momento. Níveis altos ou baixos de glicose podem ser identificados rapidamente. Um teste de glicose no sangue não depende de que o rim elimine na urina o excesso de glicose existente no sangue. Os testes de glicose no sangue lhe ensinarão mais sobre a diabete e como controlá-la. Se você mantiver os níveis de glicose no sangue dentro dos níveis normais, pode evitar problemas sérios nos olhos, nos rins, nos pés e nas pernas. Um teste de glicose no sangue não necessita tanta privacidade quanto um teste de urina.
O que acontece com o teste
de urina?
O objetivo do tratamento e do programa de controle é manter a glicose
dentro dos níveis normais ou perto deles. Antes, os diabéticos
somente podiam controlar sua glicose com testes de urina, mas esse teste não
indica o nível exato de glicose no sangue. Agora, pode-se fazer uma medição
direta da glicose no sangue em casa, em vez de no hospital ou no laboratório.
Porém, seu médico ainda pode precisar que se realize algum teste
de urina, sobretudo para controlar as cetonas, quando a glicemia é superior
a 200mg.
O que preciso fazer para
começar com o programa de autocontrole?
Precisa assumir um compromisso pessoal, porque você estará fazendo
algo todos os dias para cuidar da sua saúde. Fale com o seu médico
e diga-lhe que quer saber tudo sobre a diabete e o autocontrole do sangue. Somente
você e seu médico podem determinar quantas vezes por dia vai precisar
realizar o autocontrole do sangue. Você vai precisar fazer o controle
em diversos momentos do dia, uma vez que seu objetivo é manter o nível
de glicose dentro nos valores normais durante 24 horas. Terá que levar
um registro de todos os resultados a cada consulta médica. Ele poderá
revisar as informações e, com base nelas, ajustar o tratamento
e o programa de autocontrole.
Como medir o conteúdo
de açúcar no sangue?
O primeiro passo para determinar o conteúdo de açúcar no
seu sangue é obter uma gota de sangue. A maioria das pessoas faz isso
picando um dedo com um dispositivo de lanceta. Há dois métodos
diferentes que você pode usar para medir a quantidade de açúcar
que há numa gota de sangue. Estes métodos são:
a) A prova visual
b) A prova com medidor
Estes métodos são descritos a seguir. Há muitas coisas
a serem consideradas ao selecionar o método ou o instrumento mais adequado
para você. Seu médico pode ajudá-lo, já que conhece
seu caso e os muitos sistemas de prova que existem.
a) Prova Visual. A prova visual se realiza com pequenas fitas plásticas. Estas fitas têm uma pequena bolha em uma das extremidades. As substâncias químicas na bolha mudam de cor ao entrar em contato com o açúcar. Os resultados nas fitas de prova visual são precisas se você pode notar pequenas diferenças entre vários tons de cor. Para fazer a prova do sangue com uma fita visual, aplique uma gota de sangue na bolha da fita e siga as instruções da caixa. Espere o tempo indicado nas instruções. Se o tempo indicado não for observado, o resultado da prova será incorreto. Em seguida, compare as cores da bolha com as cores na caixa de fitas. A tabela de cores indicará os limites do nível de açúcar no sangue nesse momento. Por exemplo, a tabela pode indicar que o nível de açúcar no sangue está entre 80 e 120mg/dl ou entre 180 e 240mg/dl.
b) Provas com o medidor. As provas com o medidor proporcionam uma maneira mais exata de determinar o nível de açúcar no sangue. Os medidores usam fitas muito parecidas às utilizadas nas provas visuais, mas a mudança de cor da fita de prova pode ser observada com maior exatidão. Cada um tem seu próprio método de uso. O método correto de cada medidor deve ser usado para que qualquer medidor dê resultados precisos do nível de açúcar no sangue. Por exemplo, cada máquina usa apenas um tipo de fita ou de cartucho. Alguns medidores requerem que você controle o tempo de duração da prova e que limpe ou seque a fita, enquanto outros não. E existem outras diferenças. As respostas às seguintes perguntas podem ajudá-lo a selecionar um medidor que satisfaça suas necessidades.
É fácil de usar?
Peça a alguém para lhe mostrar como funciona. Prove-o você mesmo se for possível. Os botões são fáceis de usar? Você entende as etapas? As reposições são facilmente obtidas? O tamanho do medidor é adequado para você? Pode ver os números na tela com facilidade? O medidor tem "memória" para se manter atualizado nas leituras do açúcar no sangue? O medidor tem sinal sonoro que indique as etapas a seguir?
Como manter o registro:
Você terá mais vantagens das provas de sangue se mantiver um bom
registro dos resultados. Estes registros ajudarão você e seu médico
a descobrir problemas no plano de cuidados de sua diabete. Seus planos de alimentação,
atividade e medicamentos podem ser adaptados, caso seja necessário, para
corrigir problemas com o controle do açúcar no sangue. Use o diário
de autocontrole da diabete ou qualquer caderno pequeno para registrar os níveis
de açúcar no sangue. Não se esqueça de levá-lo
a todas as consultas que tiver com o seu médico. Os resultados têm
maior utilidade quando se registra:
- A data
- A hora de cada prova
- O resultado de cada prova
- A hora em que você se injetou com a insulina ou tomou a pastilha para
a diabete
- Os tipos e as doses de insulina ou as pastilhas para a diabete
- Os resultados das provas cetonas
Qualquer coisa especial ou diferente que possa ter afetado o açúcar
do sangue (atividade física adicional, não ter almoçado
etc.) Horários para as provas de açúcar no sangue.
Com quanta frequência deve-se verificar o açúcar no sangue?
A resposta a esta pergunta depende de suas próprias necessidades. Muitas
pessoas necessitam verificar o açúcar do sangue de 4 a 6 vezes
por dia. Isso é recomendado para os que se aplicam duas ou mais injeções
de insulina por dia, os que utilizam bombas de insulina, as diabéticas
grávidas, qualquer diabético que sofra de outra doença
e as pessoas que tenham problemas com níveis inesperados ou baixas pronunciadas
de açúcar no sangue. Pode ser que outras necessitem verificar
seu nível de açúcar no sangue com menos freqÿência.
Seu médico pode ajudá-lo a organizar um horário de provas
que se adapte à sua diabete e a seu estilo de vida.
O açúcar do sangue se mede usualmente antes do café da manhã, antes do almoço, antes do jantar e antes de dormir. Esta última prova se faz antes de comer algo, se for o caso. Para ver se existe uma boa correspondência entre sua dieta e sua medicação, faça uma prova ocasional do sangue duas horas depois de comer.
Meça o açúcar mais vezes do que o usual, pelo menos quatro vezes por dia, quando estiver doente ou sujeito a uma tensão fora do comum, ou quando sua rotina diária mudar. Fale com seu médico sobre a freqüência com que planeja fazer a prova de seu nível de açúcar no sangue. Converse sobre que tipo de horário é prático para você.
Dez conselhos
úteis:
1. Conheça os níveis de glicose do seu sangue. Verifique-os com
regularidade.
2. Descubra qual o seu peso ideal e mantenha-o.
3. Siga uma dieta com pouco açúcar.
4. Aplique sua insulina ou tome seus medicamentos, na forma que o seu médico
aconselhou.
5. Não se esqueça de visitar seu médico periodicamente
(a cada dois a quatro meses).
6. Siga os conselhos de seu médico sobre dieta, exercícios, medicamentos
e controle.
7. Leve sempre com você o cartão que o identifica como diabético;
ele será muito útil em caso de queda brusca do nível de
açúcar no seu sangue.
8. Se usa insulina, tenha sempre à mão uma dose, açúcar,
fruta ou glicose para o caso de hipoglicemia.
9. Não se esqueça de seus controles. Isso melhorará sua
qualidade de vida.
10. 6% da população é diabética, e metade não
sabe disso. Ajude a detectá-los.
DIARRÉIA
A diarréia é um transtorno digestivo que se manifesta pela evacuação mais freqüente do que o normal, de maior volume e conteúdo de água. As mais freqüentes são de causa infecciosa (bactérias, vírus ou parasitas), mas também surgem quadros não infecciosos, como intolerância alimentar, principalmente a hidratos de carbono e proteínas.
A síndrome diarréica constitui um problema sério de saúde em muitos países, e particularmente em crianças pequenas, dentre as quais existe uma mortalidade elevada, sendo a desidratação e a desnutrição as suas causas principais.
Quadro Clínico
A síndrome diarréica é uma situação patológica
que afeta, especialmente, crianças menores de um ano e, em particular,
menores de seis meses.
Pode se manifestar de forma abrupta ou gradual num lapso de 48 horas. Em geral, quando o começo é brusco, há uma etapa acelerada de decaimento, perda do apetite, irritabilidade e febre de grau variável. Depois, há náuseas e vômitos que, às vezes, são muito freqüentes. Finalmente, o aspecto das fezes é alterado, mostrando diarréias líquidas explosivas ou não, podendo ter também mucosidades visíveis. No exame físico o paciente pode se encontrar pálido, algo fatigado, decaído e com aumento dos ruídos intestinais; embora algumas pessoas possam apresentar um aspecto saudável.
Uma complicação freqüente é a desidratação, sobretudo em crianças pequenas, devido ao fato de terem um maior conteúdo de água corporal. A maioria dos casos se resolve em uma semana.
Tratamento
O tratamento está dirigido à manutenção do estado
de hidratação e a prevenir a desidratação durante
o quadro diarréico.
É recomendável estabelecer uma dieta líquida, utilizando "sais de reidratação oral" (SRO). Estas devem ser diluídas em um litro de água fervida, agitada até que se torne uma solução homogênea, e administrada através de pequenas colheradas ou mamadeira.
Quanto à alimentação, para as crianças amamentadas não é necessário suspender-lhes a amamentação. De fato, acredita-se que o leite materno realiza satisfatoriamente as funções de nutrir e manter a hidratação. As crianças maiores que já estavam recebendo alimentação não láctea devem comer alimentos semi-sólidos de maneira fracionada. Enquanto persistirem as evacuações líquidas, é recomendável oferecer líquidos (SRO) em todos os casos, fracionados, durante as 24 horas do dia.
EJACULAÇÃO PRECOCE
Até poucos anos atrás, a ejaculação precoce não estava incluída na lista das chamadas disfunções sexuais, o que só veio a ocorrer nos anos 70. Até então, muitos homens não se preocupavam com seu controle ejaculatório, e sua parceira não pensava em mencionar tal preocupação. A sexualidade era vista basicamente como tendo fins reprodutivos e, para muitas mulheres, como algo que tinham que suportar. Por isso, quanto mais rápida fosse a ejaculação, menor seria o compromisso do casal, e de cada um de seus integrantes, com a sexualidade como forma de comunicação e expressão do amor.
À medida que esses conceitos foram mudando, a sexualidade passou a ser considerada um instrumento de prazer para o casal, e as mulheres começaram a reivindicar seu direito de desfrutar do sexo. Como conseqüência, a partir de meados dos anos 60, a ejaculação precoce começou a ser vista como um verdadeiro impedimento ao prazer sexual.
Este transtorno tem causado graves problemas, tanto para a mulher, que se vê impossibilitada de chegar a seu grau máximo de prazer, quanto para o homem, frustrado diante de sua incapacidade de controle. Infelizmente, são muitos os casais que rompem a relação por este motivo.
Definição
Desde o princípio tentou-se definir a ejaculação precoce pela perspectiva do tempo ("chegar demasiado rápido"), mas jamais se chegou a um acordo sobre qual seria o tempo "mínimo" que deve transcorrer desde a penetração até a ejaculação, sem esquecer que este tempo é influenciado por muitas variáveis.
Alguns autores incluíram o casal na definição, afirmando que um homem poderia ser considerado ejaculador precoce quando "não satisfazia a sua parceira em pelo menos 50% das relações". Mas esta definição não leva em consideração que, se uma mulher chega ao orgasmo imediatamente após ser penetrada, o homem nunca poderá ser considerado ejaculador precoce. Por outro lado, um homem cuja companheira tenha uma resposta sexual muito lenta será classificado como tendo uma disfunção, mesmo sendo capaz de ter coitos prolongados.
Atualmente, a definição considerada válida se ajusta melhor às variáveis do problema. A Associação Americana de Psiquiatria considera que um homem é ejaculador precoce quando "apresenta de forma persistente ejaculação em resposta à estimulação sexual mínima, ou antes, durante ou imediatamente após a penetração e antes que a pessoa a deseje".
Causas
Entre as causas mais importantes podemos destacar a existência de outras disfunções, como a impotência, que pode causar um quadro de preocupação excessiva em controlar a ejaculação. Também pode ocorrer uma perda do desejo sexual quando o problema ejaculatório converte a relação em uma prova a ser superada. Outra dificuldade freqüente é a diminuição da sensação orgástica como conseqüência de excessos no autocontrole.
O uso de terapias caseiras para tentar solucionar o problema - como distrair-se ou pensar em outra coisa durante o ato sexual - pode piorar o quadro, uma vez que nenhum destes métodos serve para controlar o reflexo ejaculatório.
Quando o problema se apresenta depois de um período prévio de bom funcionamento sexual, a condição é denominada ejaculação precoce secundária. Neste caso, as causas podem ser problemas urológicos - como prostatite ou uretrite - transtornos prévios na ereção ou acontecimentos importantes na vida sexual, como mudança de parceira após uma separação, ou um período de estresse importante. Estas e outras situações, dependendo do histórico pessoal, podem dar origem a um transtorno temporário com perda do controle ejaculatório.
Tratamento
De maneira geral, para um homem com dificuldades em controlar a ejaculação, não é fácil se dar conta do problema, já que o coito pressupõe um estímulo muito excitante e o abandono dessas sensações desencadeia nele uma ejaculação precoce. Por isso, foi desenvolvida uma série de exercícios que ensinam como controlar a ejaculação, incluindo vários passos nos quais não se realiza o coito. Os exercícios são os seguintes: tudo deve ser iniciado de forma habitual para o casal - estimulação do homem até o momento em que a ejaculação é quase inevitável, enquanto ele concentra sua atenção nas sensações. Neste momento interrompe-se a estimulação, e faz-se uma pausa até que a urgência ejaculatória desapareça. Então, a estimulação é reiniciada. Esta seqüência deve ser repetida três vezes, e na quarta, permite-se que o homem ejacule.
A estimulação consiste no estímulo manual feito pela mulher, no princípio, e depois com o uso de lubrificantes. Quando se atingir um controle adequado com este exercício, pode-se tentar o próximo, que inclui o coito, mas com a mulher por cima, sem fazer movimento algum até que o homem esteja seguro de que possa se controlar. O início inclui movimentos lentos, que podem ser acelerados até que o homem manifeste desejo de ejacular; neste momento a mulher se afasta. Depois deste exercício, já se pode tentar o coito lateral e, posteriormente, na posição com o homem por cima, que é a última por exigir um maior controle ejaculatório.
É importante que o homem sinta liberdade para não continuar se, num determinado momento achar que irá perder o controle.
Outro tipo de terapia inclui a utilização de medicamentos, como alguns antidepressivos que têm como efeito secundário retardar a ejaculação. Tal efeito secundário poderia ser utilizado para melhorar o problema, com a ingestão do antidepressivo poucas horas antes da relação.
FARINGITE
Definição
A faringite é uma doença inflamatória da mucosa que reveste
a faringe e que se manifesta por avermelhamento e inchação da
mesma.
Esta afecção freqüentemente se estende também às amígdalas, denominando-se faringoamigdalite.
Em geral, é uma infecção viral que começa o ataque, predispondo a colonização e infecção por bactérias.
Os vírus implicados com maior freqüência são os rinovírus, coronavírus, adenovírus, influenza e parainfluenza.
Entre as bactérias destacam-se o estreptococo beta-hemolítico, o pneumococcus, o mycoplasma pneumoniae, o staphylococcus aureus e o haemophilus influenzae.
A porta de entrada é a oral, pela veiculação dos agentes causadores através das gotinhas de flügge, isto é, salpicos de saliva que as pessoas eliminam ao falar, tossir ou espirrar.
A faringoamigdalite é uma das infecções mais comuns em crianças entre os 4 e os 15 anos de idade, sobretudo nos primeiros anos escolares.