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Os Presidentes e a República
Perfil

ARTUR DA COSTA E SILVA - Militar, nascido na cidade de Taquari, estado do Rio Grande do Sul, em 3 de outubro de 1899. Estudou no Colégio Militar de porto Alegre, na Escola Militar de Realengo, na Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais da Armada e na escola de Estado-Maior do Exército. Integrou o movimento tenentista (1922), tendo sido preso e anistiado. Em 1932 aliou-se às forças que lutaram contra a revolução constitucionalista de São Paulo. Foi adido militar junto à embaixada do Brasil na Argentina (1950-1952). Promovido a general-de-divisão (1961), assumiu o comando do IV Exército, em Recife (1961-1962). Foi um dos principais articuladores do golpe militar de 1964, que depôs o presidente João Goulart, e integrou o Comando Supremo da Revolução, ao lado do brigadeiro Correia de Melo e do almirante Augusto Rademaker. Ministro da Guerra durante o governo Castelo Branco (1964-1966), desincompatibilizou-se do cargo para candidatar-se às eleições indiretas na legenda da Arena. Em 3 de outubro de 1966, Costa e Silva e Pedro Aleixo foram eleitos, respectivamente, presidente e vice-presidente pelo Congresso Nacional, com a abstenção de toda a bancada do MDB, partido oposicionista. Em 15 de março de 1967 foi empossado na presidência, e em agosto de 1969 afastou-se do cargo em virtude de uma trombose cerebral, sendo substituído por uma junta militar. Faleceu no Rio de Janeiro, em 17 de dezembro de 1969, aos 70 anos.

Período presidencial - Os dois primeiros anos do governo Costa e Silva foram de intensa atividade política, pois crescia o movimento de oposição ao regime militar. O Partido Comunista Brasileiro, reunido em seu VI Congresso, condenou a opção pela luta armada como forma de combate ao governo, dando origem a várias dissidências na esquerda brasileira. Em 1967 foi descoberto foco de guerrilha rural na serra do Caparaó, Minas Gerais.

            Políticos de diferentes tendências formaram a Frente Ampla, sob a liderança de Carlos Lacerda e com o apoio de Juscelino Kubitschek e João Goulart. De caráter oposicionista, a Frente Ampla propunha a luta pela redemocratização, anistia, eleições diretas para presidente e uma nova constituinte. O ano de 1968 foi marcado pela intensificação dos protestos e a imediata reação do governo. As manifestações estudantis, que denunciavam a falta de verbas para educação e se opunham ao projeto de privatização do ensino público, ganharam nova dimensão com a morte do estudante secundarista Edson Luís, em conflito com a Polícia militar no Rio de Janeiro. Em resposta, houve uma greve estudantil nacional, comícios e manifestações urbanas com a participação de amplos setores da sociedade, cujo ponto alto foi a Passeata dos Cem Mil, ocorrida no Rio de Janeiro. O ambiente político tornou-se ainda mais tenso, e em abril o governo proibiu a Frente Ampla, tornando ilegal suas reuniões, manifestações e publicações.

            No movimento trabalhista ocorreram duas importantes greves, em Contagem (MG) e Osasco (SP), com a intervenção do governo no sindicato dos metalúrgicos desta cidade. Em outubro, a União Nacional dos Estudantes (UNE) realizou um congresso clandestino em Ibiúna (SP), que, descoberto, resultou na prisão dos líderes estudantis. Ocorreram as primeiras ações da guerrilha urbana em São Paulo, com a explosão de uma bomba no consulado americano, o assalto a um trem pagador em Jundiaí e o roubo de armas do hospital militar do Cambuci.

            Em setembro, o deputado Márcio Moreira Alves, do MDB, discursou na Câmara dos Deputados, responsabilizando os militares pelas violências praticadas contra os estudantes. Seu pronunciamento foi considerado ofensivo às forças armadas e resultou no pedido de cassação de seu mandato pelo governo, negado pela Câmara dos Deputados em 13 de dezembro de 1968. A derrota do governo no episódio Moreira Alves e a intensificação das manifestações contra o regime militar levaram à promulgação, ainda em 13 de dezembro, do ato institucional n° 5 (AI-5), que ampliou os poderes presidenciais, possibilitando: o fechamento do Legislativo pelo presidente da República, a suspensão dos direitos políticos e garantias constitucionais, a intervenção federal em estados e municípios, a demissão e aposentadoria de funcionários públicos, entre outras medidas. O fechamento do Congresso foi acompanhado pela cassação de diversos parlamentares.

            Na área econômica, o período foi de crescimento, conciliando expansão industrial, facilidade de crédito, política salarial contencionista e controle da inflação em torno de 23% ao ano. No campo administrativo, o governo criou, em 1967, o Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral) e transformou o Serviço de Proteção ao Índio (SPI) em Fundação Nacional do Índio (Funai). Foram criadas ainda a Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) e a Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM).

O Brasil e o mundo - No ano de 1967, árabes e israelenses iniciaram a Guerra dos Seis Dias; Che Guevara foi morto na Bolívia, onde comandava a guerrilha contra o governo Barrientos; o governo americano intensificou a ajuda militar aos sul-vietnamitas; foi realizado o primeiro transplante de coração, na África do Sul (Dr. Barnard); o rei grego Constantino foi deposto por golpe militar; Glauber Rocha lançou o filme Terra em transe e Plínio Marcos estreou duas peças teatrais: Dois perdidos numa noite suja e Navalha na carne. Em 1968, o mundo foi varrido por uma intensa mobilização popular e uma onda de manifestações que questionavam a ordem política vigente. Nos Estados Unidos, Martin Luther King e Robert Kennedy foram assassinados; estudantes franceses iniciaram uma rebelião que foi acompanhada por milhões de trabalhadores; em Portugal, Oliveira Salazar, afastado do governo por questões de saúde, foi substituído por Marcelo Caetano; um golpe militar depôs o presidente peruano Belaúnde Terry; tanques soviéticos invadiram a Tchecoslováquia, sufocando o processo de reformas conhecido como "Primavera de Praga". No Brasil, o Comando de Caça aos Comunistas (CCC) depredou o Teatro Ruth Escobar, em São Paulo, e agrediu o elenco da peça Roda viva; foi lançada a revista Veja e um novo filme de Glauber Rocha, O dragão da maldade contra o santo guerreiro. Em 1969, Yasser Arafat tornou-se líder da OLP; o presidente De Gaulle renunciou na França, sendo substituído por Georges Pompidou; o presidente Nixon iniciou a retirada dos soldados americanos do Vietnã; o Festival de Woodstock reuniu cerca de 500 mil jovens; Neil Armstrong, astronauta americano da Apollo XI, pisou pela primeira vez na Lua; católicos e protestantes entram em choque na Irlanda do Norte; fracassou a tentativa de golpe no Chile; e, na Líbia, o coronel Khadafi derrubou a monarquia. No Brasil, o capitão do Exército Carlos Lamarca deserdava para integrar a organização de esquerda Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), foi lançado o semanário O Pasquim e o musical Hair estreava.

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