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B R A S I L
P O P U L A Ç Ã O

MAPA DEMOGRÁFICO (EM VERMELHO: RECEBERAM MORADORES; EM AZUL: PERDERAM MORADORES Créditos / Mapa: UOL e IBGE

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Fluxo populacional: Brasília e Goiânia são as capitais brasileiras com maior atração de migrantes no Brasil, segundo o último Censo Demográfico, lançado em 2010 pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). As duas metrópoles se destacam por apresentarem os maiores resultados de saldos migratórios, isto é, mais pessoas vão viver nesses municípios do que se mudam deles para outros lugares. A cidade de São Paulo e Rio de Janeiro, por outro lado, deixaram de ser os principais polos de atração do país, embora seu volume de imigrantes e emigrantes seja significativo. E outras metrópoles, como Belém, Fortaleza, Recife, Salvador e Porto Alegre, também apresentam fraco desempenho na atração de migrantes.

Segundo o IBGE, os fluxos de migrantes estão associados às mudanças no mercado de trabalho e não são mais de pessoas com baixa qualificação. Há uma diversidade de tipos de pessoas que mudam de cidade pelo país, e o migrante com mais escolaridade tem mais possibilidades de deslocamento e opções profissionais. Brasília, por exemplo, apresenta um forte peso das atividades de administração pública no total dos empregos oferecidos.

Mudança histórica

Na década de 70, o Sudeste e, particularmente, o interior paulista registravam os maiores volumes de movimentos populacionais do país, devido à industrialização e à urbanização. Depois, começou a haver uma desconcentração industrial, e outros centros passaram a atrair migrantes, como as capitais regionais. Em São Paulo, destacam-se os fluxos para Campinas, Santos e Sorocaba, devido à economia. Outras capitais, como Vitória, Porto Velho e Palmas recebem migrantes pelas suas funções administrativas.

A publicação revela ainda que o Nordeste, tradicionalmente associado a uma região de saída de habitantes, hoje não apresenta perdas populacionais significativas.

Maiores cidades brasileiras São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Fortaleza, Brasília, Curitiba, Recife, Manaus, Porto Alegre, Belém, Goiânia, Guarulhos, Campinas e Nova Iguaçu. Vide relação completa, clique aqui.

Estrangeiros: Duas características marcam atualmente o fenômeno da imigração em todo mundo, com reflexos no Brasil. De um lado há um fluxo de migrantes vindos de países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, que fogem da crescente desigualdade social e econômica, do desemprego ou de guerras em seus países de origem. De outro, o deslocamento de executivos, que ocupam cargos de direção em grandes multinacionais com altos salários.

A imigração estrangeira para o Brasil, nas últimas duas décadas, demonstra contornos bem diferentes da imigração do final do século XIX e início do século XX. Nessa época cerca de 4 milhões de imigrantes, subsidiados pelo governo brasileiro, vieram trabalhar em culturas agrícolas no estado de São Paulo e no sul do país. Atualmente, os imigrantes dirigem-se para os centros urbanos mais desenvolvidos, principalmente São Paulo e Rio de Janeiro. Entres os imigrantes, destacam-se os coreanos e bolivianos, cuja maioria trabalha clandestinamente. Em São Paulo, concentram-se em pequenas e médias oficinas e lojas de confecção nos bairros do Brás e Bom Retiro. Segundo estudo do Núcleo de População da Universidade de Campinas (Nepo/Unicamp), sem a documentação necessária para sua legalização, esses imigrantes sujeitam-se a péssimas condições de vida: habitam pequenos cômodos coletivos e são obrigados a trabalhar até 16 horas por dia em troca de dois a três salários mínimos por mês.

De acordo com a Lei 6.815 de 1980, os clandestinos podem legalizar sua permanência no Brasil por meio da naturalização. Para isso, os critérios estabelecidos pelo Ministério da Justiça são: possuir o visto de estrangeiro permanente, ler e escrever a língua portuguesa e ter residência contínua no país pelo prazo mínimo de quatro anos. Esse prazo pode ser reduzido para um ano se o estrangeiro é filho de brasileiro ou tem cônjuge ou filho brasileiro. De acordo com o artigo 12 da Constituição Federal (1988), a naturalização é concedida apenas aos estrangeiros com residência no Brasil por pelo menos 15 anos ininterruptos. Aos estrangeiros originários de países de língua portuguesa exige-se apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral.

Um outro fenômeno de imigração presente no Brasil é representado pelos estrangeiros de classe média, altamente especializados. Originários de diversos países desenvolvidos - como Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, Espanha e França - são empresários, executivos, técnicos e funcionários de empresas multinacionais. Em geral, vêm como trabalhadores temporários para modernizar e incorporar padrões de qualidade ao sistema de produção das filiais, implantar novas empresas e introduzir novas formas de gerenciamento. Em geral, esses trabalhadores permanecem no país por um período máximo de três anos. São raros os casos em que fixam residência definitiva.

Brasileiros no exterior: Segundo estimativas do Ministério das Relações Exteriores (MRE), cerca de 1,8 milhão de brasileiros residem fora do país, concentrados em maior número nos Estados Unidos, Paraguai e Japão. Os imigrantes brasileiros, em geral, têm como metas trabalhar de um a três anos em um país desenvolvido, mesmo que em funções pouco qualificadas, para garantir a economia necessária que lhes proporcione melhores condições de vida ao retornar para o Brasil. Nos países que os acolhem, grande parte ocupa postos de trabalho recusados pela mão de obra local. Desta forma, jovens profissionalmente bem qualificados acabam executando tarefas de faxineiros, garçons, baby-sitters, etc. 

Sua condição ilegal favorece a exploração e a discriminação social. Os Estados Unidos é hoje um dos principais destinos de brasileiros no exterior. Segundo estimativa do Ministério das Relações Exteriores, do total de brasileiros residentes no exterior, mais de 40% deles vivem Estados Unidos e Canadá. No Brasil, a cidade mineira de Governador Valadares ficou conhecida pelo significativo fluxo migratório rumo às cidades norte-americanas, principalmente Boston. Na Europa, Portugal e Itália destacam-se na preferência dos migrantes brasileiros. As afinidades culturais, a facilidade de comunicação - no caso de Portugal - além da ascendência familiar, motivam a escolha desses países.

Outro fenômeno importante é o da entrada maciça de trabalhadores brasileiros no Japão, os chamados dekasseguis. De acordo com a legislação japonesa, só é permitido o visto de trabalho aos nisseis, sanseis e aos casados com descendentes de japoneses. Geralmente, esses imigrantes permanecem no país por um período médio de três anos. Os dekasseguis desempenham atividades consideradas inferiores e conhecidas como "3k", de acordo com as condições de trabalho: kitanai (sujo), kitsui (penoso) e kiken (perigoso). A maior parte trabalha em indústrias de peças automobilísticas, eletrônicas e elétricas e vive em pequenos apartamentos ou alojamentos próximos aos locais de trabalho. Os dekasseguis enfrentam um intenso ritmo de trabalho diário e dificuldades de adaptação oriundas das diferenças de língua e de costumes.

Outro perfil são os brasileiros provenientes de estados como o Mato Grosso e Paraná. Eles geralmente são camponeses, sem-terras, arrendatários, posseiros e proprietários de terras que ultrapassam a fronteira com o Paraguai e se estabelecem em áreas agrícolas na região do rio Alto Paraná. Nas últimas décadas, a ocupação ilegal do solo vem causando conflitos entre paraguaios e brasileiros. São comumente chamados de brasiguaios.


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